Cap 45- Entre o céu e a Terra
Cap 45- Entre o céu e a Terra
Nathan sentou na cama dura, fazendo Claire se afastar para o canto da cama.
Ele deu um sorriso cínico.
- Calma, querida. Não tenha medo.
Claire se encolheu ainda mais.
- Oh.. não vai falar nada?
- o.. O que quer?
Nathan deu uma risada, estridente. Parecia que acabara de ouvir uma piada.
- Você sabe o que eu quero. - Ele olhou pra Claire. Seus olhos iluminavam de desejo de tê-la.
Ele se aproximou, e Claire vendo-se sem saída, cuspiu no rosto dele.
- EU... EU NÃO GOSTO MAIS DE VOCÊ! - ela gritou.
Nathan, que acabara de retirar um lenço do bolso, limpava o rosto.
A única vontade que Claire tinha naquele momento, era sair correndo dali.
Estava assustada, não só por estar sozinha com Nathan, mas também por perceber a nítida mudança pela qual ele havia passado.
- Olha pra você... bonequinha de porcelana... está tão diferente desde a última vez que a vi... - ele alisava o cabelo dela. Claire o olhava com desprezo.
Nathan tirou o Paletó, e desafrouchou a gravata.
- Sabe.. enquanto me procuravam, achando que eu estava morto, sabe o que eu fazia? Eu passava as noites apostando. E eu nem por um segundo deixei de pensar em você. - Ele tocou o queixo de Claire, que desviou o rosto.
- Então lembrei que havia sido trocado por um fantasma...de sei lá das quantas.. que se acha o gostosão do mundo dos defuntos...
Claire sabia que era o momento mais inoportuno, mas não pôde evitar que o corpo atlético e perfeitamente desenhado de Oliver surgisse na mente de la. Sorriu, sem perceber.
- E então, a vontade de voltar para vê-la foi maior.
Claire fez cara de pouco caso. E não o olhou.
- Olha pra mim... OLHA PRA MIM AGORA, SUA PIRANHA! - Nathan, em súbito de violência, lançou um tapa forte no rosto de Claire.
A garota ficou imóvel. Lágrimas escorriam, involuntariamente. Até que uma voz, inicialmente desconhecida, falou em seu ouvido:
- Estou com você. Fique calma.
Oliver. Ela pensou. Afinal, não estava tão perdida quanto pensava.
Nathan, que já estava de pé, andando de um lado pra outro, a fuzilou com o olhar.
- OLHA O QUE VOCÊ ME FEZ FAZER!! - Ele gritou.
Claire então levantou a cabeça, e o olhou.
- Eu não te reconheço mais. Você não é o Nathan por quem eu me apaixonei... o Nathan que me traiu com a minha melhor amiga, parece que prevaleceu em você... o outro... morreu. - Ela falou, cujo olhar demonstrou frieza.
Nathan apenas a olhou com faíscas de ódio.
- Você... VOCÊ E ESSA... ESSA ABERRAÇÃO QUE CARREGA NO VENTRE..
Aquilo foi a gota d' água pra Claire. Ela se levantou, tentando se aproximar dele, mas percebeu que ainda estava acorrentada.
Nathan sentou-se novamente perto dela.
Riu. A olhou. E puxou impiedosamente os cabelos da garota. Claire, urrando de dor, cravou as unhas no braço de Nathan.
Ele deu um gemido, e a soltou.
Instantes depois, ele desabou no choro.
- Me.. me desculpa, C. E-eu não devia... - E pôs as mãos no rosto.
Claire, não teve pena, apenas chorava.
Chorava por perceber, o cara que Nathan havia se tornado.
E então, Nathan se levantou, já calmo, e avançou sobre Claire. A beijou a força.
- Reaja, por favor. - A voz falava.
Ela cravou mais uma vez aa unhas no braço de Nathan, que se afastou.
Pegou o paletó, e a gravata, e saiu dali, aos berros.
Claire estava aliviada por nathan ter ido embora.
E vencida pelo cansaço da conversa, se deixou levar pelo sono.
Um pouco distante dali, num canavial próximo, Nathan descia de um carro preto, e se enfiava no canavial. Lançou o paletó no chão, e começou a rasgar a camisa branca. Rasgou até ela ficar toda retalhada. Como se tivesse sido atacado. Ou sofrido algum acidente.
Pegou terra, e colocou no rosto, a fim de parecer sujo. Até ficar completamente imundo.
Voltou pro carro, onde um motorista o aguardava.
- Aonde vamos, senhor?
- RoseLand. Casa dos Snell.
Ele falou.