MENINO
Havia um menino, um menino comum, talvez um pouco anormal, afinal, sua mente não parava um segundo se quer. Ele sempre pensava em tudo e nada. Andava pelas ruas de sua cidade, observando, reparando, criticando, tudo e todos, a todo instante. Ele não se conformava, aquele mundo era muito injusto, a vida dele era injusta, 18 anos é uma idade complicada. Ele era velho demais para ser menino e novo demais para ser homem. Essa transição de idade acabara com sua mente, pois, ele queira fazer muitas coisas, muitas mesmo, mas quando sentava, andava e ouvia música, ele sabia que não era tão simples assim, e no final, não fazia nada. Ele tinha vontade de sair por aí, apenas com sua mochila, um pouco de dinheiro e seus fones de ouvido, seu instrumento inseparável, música para ele era um meio de escape daquela turbulenta realidade. Ele queria andar para longe, pra longe de tudo e todos, conhecer gente nova, respirar ares novos, ver outras paisagens, conhecer novas estradas... Quem nunca pensou assim? Mas ele sabia que tinha suas responsabilidades, mesmo não fazendo nada por completo, deixando tudo por fazer, ele sabia que era seu dever fazê-lo, e que nenhuma outra pessoa poderia fazer para ele. O menino, que andava, que pensava, que fazia tudo e nada, que era velho demais para ser menino e jovem demais para ser homem.. Menino... Devo assim chamar esse conto? Talvez sim, talvez não... Afinal, um dia ele teria que se tornar homem, ser criança para sempre são coisas que não acontecem na vida real, não em sua realidade. Esse “menino” então resolveu sair, sem rumo. Pegou sua mochila, algumas de suas roupas preferidas, seus fones de ouvido, é claro, abriu seu portão e foi, foi para o distante, para o desconhecido. Mas sua mente, que não o deixava em paz, ainda estava indecisa. Era o certo a fazer? Por que estaria fazendo? Não deveria apenas ficar sentado em seu quarto apenas olhando o horizonte sonhando em como seria o futuro? Não, não deveria pensar assim. Como teria futuro se ficasse sentado? Como teria futuro se seu presente estava congelado como uma fotografia? Essa é a hora de sair, de descobrir, de se aventurar de viver! Será? Achava ele que sim, e foi.
Rangel Amon