Entre o céu e a Terra (cap 14)
-Não dá, o banheiro é muito pequeno! - ela sorriu, inocentemente.
Foi até o banheiro, onde se despiu totalmente, e foi pro chuveiro.
Por um momento, ela sorriu com a ideia dele ali com ela.
Deixou a ideia pra lá, e colocou a toalha.
Saiu, de toalha, e procurou a mala.
Oliver estava sentado confortavelmente na cama.
-Tem o que fazer não?
-Sim.
-Então porque não vai fazer?
-Porque eu já estou fazendo.
-Ficar me olhando, feito um bobo, é isso que está fazendo?
Ele deu um meio sorriso.
-Talvez sim, talvez não.
Ela pegou uma roupa qualquer e voltou pro banheiro.
-Que tal se eu arrancasse essa toalha? - Ele falou, seu jeito era totalmente provocativo.
Claire deu um sorriso, e voltou pro banheiro.
Eram quase 20h quando Martha apareceu no quarto de Claire.
-Trouxe seu jantar, e seus remédios. - ela apontou para dois comprimidos ao lado do prato de sopa. - Acho que precisa de mais água para beber, né?
-Uhum. Nossa, esse quarto é tão calorento! - Ela falou, em duplo sentido, olhando para Oliver que ainda estava lá.
-Bem, querida, qualquer coisa, estarei no corredor. Se ouvir, você sabe, né, aquelas vozes, grite para mim.
-T-tudo bem. - Claire, sorriu, sem graça.
E saiu, trancando o quarto.
Ela olhou pra sopa, meio enojada, e depois se virou pra Oliver:
-Sério, o que tem de bom em ser um rosewish?
-Ah, não sei. É complicado falar... A gente assusta algumas pessoas. É divertido. - Ele sorriu, travesso.
-Que tédio...
-Tudo bem, você vai me achar com cara de pervertido, atrevido, essas coisas.. já me chamaram até de ATIRADO, olha só.
-Quem te chamou de atirado? Porque quem falou, eu tenho que concordar. Tenta ser menos direto.
-Hm... digamos... que uma garota, uma antiga amiga minha.
-Amiga, sério?
-T-tudo bem.. A gente só ficou uma vez, uma vez apenas.
-Quem é? Conheço?
-Não, ela se mudou pra Nova York, pouco depois que morri.
-WOW... Ela já deve ser velha, hein?
-Se 36 pra você é velha...
-Oh.. e.. você, assim... já viu alguma foto, sei lá, dela,...?
-Ah.. ela é famosa... a vi num dos jornais que ficam lá no CCHS.. Muito bonita, como sempre foi, claro.
-Nome?
-Grace Springfield.
-Aquela jornalista famosa do NYT? Sério?
-Uhum.
-WOW duplo..
-Era uma noite de natal, e morávamos quase perto... quer dizer, em frente. A minha casa era em frente a dela, e..
-Me poupe dos detalhes.. Escuta.. ela morava aqui?
-Claro, né? Ficamos no Natal. Eu tinha 15 e ela 14.
-Ok, agora vai me contar como foi o beijo, se tinha muita saliva, o gosto..
-Eu não ia contar.. mas o beijo dela tinha gosto de uva.
-VOCÊ ESTÁ ME PROVOCANDO, NÉ? - Claire elevou a voz.
-Não, imagina... nem passou pela minha cabeça.. - ele deu um leve sorriso.
Depois do jantar, Claire escovou os dentes, e deitou na cama.
Ficou pensativa, e então lembrou do remédio que teria de tomar:
-Quanto tempo será, que eu vou ter que ficar aqui? - Ela olhou pro teto. Estava sozinha, pelo menos, era o que ela achava. Oliver tinha a mania de sempre aparecer do nada.
E ele realmente não apareceu.
Seria até bom.
Não demorou muito para que dormisse, e mais uma vez, Oliver apareceu no sonho dela. Na verdade, a continuação do sonho da cachoeira.
Eles haviam acabado de pular na cachoeira, que era muuuuito funda, e a água, super fria.
Claire se segurou em Oliver, o corpo dela, na água, separado do corpo dele.
-Quão fundo aqui é? - Ela perguntou.
-Depende, quer ir pra parte mais rasa?
Ela fez que sim, com a cabeça.
Oliver pediu que ela fosse pras costas dele. E que ela segurasse no pescoço liso dele.
-Vem.
Ele nadou, com ela presa ao pescoço dele, até a parte mais rasa.
-pronto. - Oliver falou, pode ficar em pé, confie em mim.
Ela o obedeceu, e aos poucos, foi se soltando e ficando em pé, de frente pra ele.
A água batia até a altura da cintura de Claire.
Oliver, pegou o cabelo de Claire, e o cheirou. Foi até o pescoço da garota e sentiu o cheiro suave de rosas. E então o beijou, foi beijando até encontrar a boca da garota. Houve um encaixe perfeito. Ele a abraçou, e as mãos dela, pressionaram a pele dele com leveza. Oliver deu um sorriso entre cada beijo que dava na garota.
-Minha namorada. - ele falou, sorrindo.
E então Claire acordou. Na verdade, alguém a acordou.
- Claire? - ouviu a voz sussurrar.
-Ahn.. Martha? - A voz da garota estava grogue.
-Acorda.. ligação pra você!
Claire deu um sobressalto e sentou na cama, já desperta.
- quem é?
-Acho melhor vir comigo..
Ela não hesitou. Se levantou, ainda com a roupa que dormira, e foi conduzida por Martha até o corredor. Tinha outra atendente lá.
- Ela já está vindo. -Ouviu a atendente falar.
Quando Claire chegou na mesa onde a mulher estava, pegou o telefone da mão dela, e colocou na orelha.
-Alô? -
-O-oi querida... - Era uma voz feminina. Rose Snell.
-Mãe?
Rose Snell ficou calada.
- Agora, só agora que vem lembrar que eu existo, né?
-Querida... Claire... foi preciso, eu... eu sinto muito!
- Ah, claro que sente muito, mãe. Sei que sente! - Sua voz soava com ironia.
- Filha, Isso foi pro seu bem.
-Uhum. Claro. Mãe, vou ali me encher de remédios, e venho já.
-CLAIRE SNELL,EU JÁ FALEI QUE SINTO MUITO, NÃO QUERO QUE SUA SAÚDE MENTAL SEJA PREJUDICADA.. -Claire ouviu a mãe berrar.
-Minha saúde mental está ótima, você que não vê isso...
Rose mais uma vez suspirou.
-Tô indo. Tchau, mãe. - E entregou o telefone a Martha, sem ouvir resposta.
Foi direto pro quarto.
-Brigou com o namorado? - Oliver perguntou, calmamente.
-Quem dera.. nem me ligar, ele me liga..
- Isso poderia cheirar a garotas, ou...
-Ou?
-Você sabe..
- Quanto a isso.. ele quase me confessou.. Briguei com minha mãe, mesmo.
A porta abriu. Martha.
-Trouxe seu café da manhã. Revistas, livros. Tudo aqui. E o seu remédio. Hoje teremos consulta com o médico. Ele irá avaliá-la.
Claire fez cara de pouco caso.
Depois que Martha saiu, Oliver se sentou na cama.
-Vem cá. - ele falou.
-O que quer? Não percebe que estou chateada?
-Sim, percebo. Sei que quando está chateada sua testa franze, seus olhos tremem, e sua boca fica igual a cd arranhado, quando toca várias vezes. Fala demais
-Como sabe disso?
- Observo.
Ele a chamou, e ela foi. Sentando no colo dele, ela o alisou, carinhosamente.
-Tudo bem.. tivemos algo, ontem. E algo entre nós, mudou.
-Nathan Fields, te perdeu, porque, saiba, de uma maneira ou de outra, você é minha. E sempre será.
Houve um longo silêncio entre os dois.
-Terei muito o que falar pra Nathan?
- Que chifrou ele?
-Não.. que cconheci outra pessoa.. é diferente!
E se beijaram.
Depois que tomou o café da manhã, Claire confessou:
-Sonhei com você.
-Sei disso.
-Pára de ser convencido! - Ela deu um soco noo braço dele.
- E como foi?
-Foi ótimo.
Oliver se levantou.
-Sabe, eu acabei de ter uma ideia. - ela o olhou, de um jeito provocativo.
-Que ideia?
-Vou fugir desse hospício.