Entre o céu e a terra (cap 11)
Ainda estava escuro quando Claire acordou depois do sonho quase perfeito, mas quase real que ela tivera.
Voltou a dormir. Instantes depois, Bonnie a acordava:
-Clair. Acorda menina, são 6h.
-Ahhhh B. Já?
-Sim. Agora vamos, seu cabelo está horrível.
-Tão feio assim? - Claire falou, se levantando.
Bonnie a ajudou. Dobrou o colchão, e o colocou na pilha ao lado delas.
-Hey, B. Apresenta a sua amiga, pra gente! - Um garoto de cabelos cacheados e loiros, gritou pra Bonnie.
-Hey, Peter. Ela já tem namorado! - Bonnie gritou de volta.
Enquanto caminhavam em direção aos monitores, Claire perguntou:
- Quem era?
-Ah.. Peter St. Louis, um dos novatos da cidade.
-É feio, viu?
Bonnie sorriu.
-Tadinho, C. Ele queria era flertar com você. -Ela deu uma risada de satisfação.
-Sinto muito, mas ele não serviria nem pra amante. Imagino pra namorado - a voz de claire soou malvada.
-Aii... sua maldosa!
Riram.
Se aproximaram do famoso contador de histórias, da noite anterior.
-Oi. Bom dia - Bonnie falou.
-Eii - O Contador de histórias sorriu, simpático. - Sou Steve, em que posso ajudá-las?
-Ah, Steve... é que eu e minha amiga gostaríamos de agradecê-lo por ontem!
Ele deu um belo sorriso.
-Ah, sejam sempre bem vindas. - Steve sorriu. Aparentava ter entre 25 e 30 anos, e era muito bonito.
-Virei aqui sempre que eu puder. - Bonnie foi falando, meio que flertando com ele.
Claire puxou o braço da amiga,e a afastou:
- Tá maluca? Flertando com o monitor do acampamento, sério?
-Que que tem? Ele me parece ser livre como uma andorinha.
-Só não quero que você se machuque, B.
-Awwn.. Fica tranquila que eu sei me cuidar. Me espere no carro, que irei pedir uma informação ao monitor... ai Steve. - Ela piscou o olho pra Claire que saiu pela mata, em direção á entrada, onde estaria o carro de Bonnie. Andou Por alguns minutos, até avistar o Fiat preto, estacionado próximo a uma árvore gigante.
Ela andou mais um pouco, e logo se viu parada próxima ao carro.
Enquanto esperava Bonnie, que aliás, estava demorando mais do que de costume, Claire viu um rapaz que se assemelhava a Oliver. Cabelos Negros, pele clara, estava de costas pra ela. O nome dele, o sorriso dele, os olhos dele, tudo apareceu na mente de Claire naquele instante.
Mas quando o garoto se virou, pegando-a o observando, não era ele.
Sorriu, sem graça. Foi quando Bonnie chegou.
-Hey. Aquele lindão tava tentando flertar com você? - Ela falou, apontando pro rapaz que se parecia com Oliver.
-N-não. - Claire falou. - Demorou hein? Seus flertes sempre são rápidos!
-É que... tive um pouco de trabalho para fazê-lo entender ..
-Ahh... Vamos? - Claire falou.
-Vamos.
E entraram no carro.
Assim que chegou em casa, Claire subiu pro quarto, e foi se trocar pra ir trabalhar. Nenhum susto. Nenhuma aparição do nada. Muito Estranho.
Em 15 minutos estava pronta, e desceu pra tomar o café da manhã.
-Oi mãe, oi Pai, Oi Bruce! - Claire falou.
-Oi querida. -John falou, sorrindo.
Assim que todos sentaram na mesa, Rose e John se viraram para a filha:
-Querida. Encontramos um professor perfeito pra você. Foi a tia de Bonnie que nos indicou.
Claire, deitou no prato, e o olhou, curiosa:
-Nome? sobrenome?
-Peter St. Louis.
Claire se engasgou com o suco.
-Peter... peter o quê?
-St. LOUIS. Já conhece?
Claire fez olhar de pouco caso.
-Infelizmente. Queria uma chance comigo, hoje no acampamento.
Bruce começou a rir.
- Posso saber qual foi a piada da vez, Bruce Snell? - Rose o olhou, séria.
-Faz muito tempo que ninguém quer flertar com a Claire - Ele continuou rindo.
Claire ficou brava.
-Mãe, manda esse verme sem pata, calar a boca!
-CLAIRE!
-Ué, mas ele também coloca apelidinhos em mim.
Ela se levantou, e pegou a mochila, que havia deixado no sofá.
-Já vai, querida?
-Sim. Vamos pai, rápido. - Ela pediu, olhando pro pai.
John levantou-se e saiu.
Deu um beijo na esposa, e saiu atrás da filha. Entraram na caminhonete, e saíram.
Foram todo o trajeto, calados.
-Começa hoje - Ele falou, sem desviar os olhos da estrada.
-O quê? - Claire o olhou sem entender.
- As aulas com Peter.
Claire deu um suspiro, impaciente.
-Sério, pai? Não tem outro melhor?
John balançou a cabeça, em sinal negativo.
-Infelizmente, esse Peter tem uma cara de ser chato, e é muito feio.
-Querida, não fala assim. Já estamos quase finalizando o ano. Tenho certeza, que será rápido. Enquanto isso, procurarei outro tutor, pra você.
Claire deu um sorriso de satisfação, quando John parou.
-Tchau pai!
-Tchau querida! - Ele falou, quando ela desceu da caminhonete.
E andou em direção á escola.
Foi até a diretoria.
-Bom dia, silvie!
-Bom dia Claire! - Ela respondeu.
A garota já ia subindo as escadas quando Silvie a chamou novamente.
-Oi, Silvie. Esqueci alguma coisa?
-Na verdade, duas. Assinar a lista de presença... e assinar isto aqui. - Ela falou, entregando a Claire um pedaço de papel, que dizia, AFASTAMENTO TEMPORÁRIO.
-O que é isso?
-Leia.
" A CHILD CREATIVE HIGH SCHOOL, LAMENTA INFORMAR, MAS DEVIDO A ALGUNS PROBLEMAS SURGIDOS, A SENHORITA, CLAIRE SNELL, voluntária e agora, professorinha das crianças na sala de leitura, terá de ficar ausente, até seus problemas psicológicos estiverem totalmente resolvidos.
OBS: A Funcionária descrita acima, deverá ser internada, momentaneamente na Hardley. A Clínica Psicólogica de RoseLand.
Claire ficou pasma. Então estava sendo tratada como Louca.
O assinou, para evitar discussões, e subiu.
Quando chegou na sala de leitura, Oliver contava histórias animadamente para as crianças.
Claire fez uma cara de " Você aqui?" quando o viu.
Quando as crianças saíram pro lanche, Oliver foi até a janela, e sentou.
Ficou olhando pra longe, sério, calado.
Claire, sem saber o que fazer, se aproximou.
Seu coração bateu mais forte, e então, assim que a viu, perto dele, sorriu.
-Sonhou comigo, não foi?
Ela o olhou espantada.
-Sei que sim. Sua pele encostou na minha e íamos pular daquela cachoeira. Mas tive que trazê-la de volta.
-Pode controlar meus sonhos?
-Não. Eu teria que ser um Rosewish muito forte. Meus pais eram descendentes fortíssimos desses meio-humanos. Um Rosewish se apaixonou por uma Willherm, e tiveram filhos, daí a nossa descendência. Minha vantagem é que sou do Clã dos Bons. Os Willherm eram assassinos natos. Houve uma época em que eles guerrearam contra nós, Rosewishes.
-WOW.
-A moça que se apaixonou por um Rosewish, teve gêmeos. Um casal, que quando cresceram, se apaixonaram, cometendo um grave incesto. O que é pecado, na lei dos dois clãs.
-Nossa... e o que aconteceu com o Rosewish?
-Hm... ele foi raptado por um dos Willherm, e preso numa masmorra. Só foi libertado muito velho. A esposa já havia morrido, e os dois filhos, que cometeram incesto, degolados.
Claire fez uma cara horrorizada.
-O que foi? Tem mais coisas.. se quiser, sou bom em aula de história! - Ele sorriu, meio sapeca.
-Quer alguma coisa? - Oliver falou, depois de um instante.
As mãos de Claire estavam geladas. O coração acelerado, e as palavras querendo sair umas atrás das outras.
-É.. É que ontem comecei.. a sentir algumas coisas por você.
-Não posso dizer o mesmo. - Oliver falou, sorrindo, para decepção de Claire, que esperava mais.
-Por..porque? -Ela falou, hesitando.
-Porque não começou ontem. - O sorriso dele, parecia atraí-la para mais perto, de Oliver.
Quando notaram, estavam bem próximos. Então, Oliver se impulsionou para a frente, pegou delicadamente no pescoço de Claire, e a beijou.
Beijou, querendo tomá-la para si, querendo amá-la até o infinito.
O Amor, ele nos leva a lugares onde nunca imaginaríamos que fôssemos parar.