Entre o céu e a terra (8)

Claire ainda estava caída no chão, quando uma das crianças a viu, e correu até ela:

-Tia Claire, está bem? - A menina, a abraçou, com a carinha preocupada;

-Ela... Ela está bem sim, Katty! - Oliver falou, sorrindo pra menina.

Claire, tentou conter algumas lágrimas:

-Está chorando, tia? - Desta vez, várias crianças a rodeava.

- N-não, gente. - Ela limpou as lágrimas, que teimavam em cair, com a palma das mãos. - Foi... foi só um cisco!

O sinal tocou. Claire se levantou, e deu um beijo em cada uma das crianças.

-Tchau tia claire! Tchau tio Oliver! - Uma delas gritou.

Oliver acenou, com a mão direita pra eles.

Depois que todas as crianças saíram, Oliver foi até a porta, fechando-a.

-Está bem? - Sua voz, parecia preocupada.

Claire, ainda sentada no chão, suspirou:

-Acho que sim... É... É muita coisa pra eu absorver! Primeiro, descubro que meu companheiro de sala, é um fantasma, segundo...

- O fantasma mais lindo que você já viu, admite aí! - ele deu um sorriso pra ela.

-Deixa de ser convencido... Depois, descubro que o pai do meu namorado é um monstro, e agora... que o MEU namorado, está caindo numa enrascada - ela falou, pondo uma das mãos no queixo - E aliás, que espécie de namorada eu sou, que não ligo pra convencê-lo a voltar?

Claire se levantou, num impulso, e foi até a bolsa, onde rapidamente localizou o celular.

Quando olhou, Oliver estava parado, encostado na parede.

-Não acho que vá adiantar... - Ele falou, num gesto que demonstrava tédio - Ele já está na cidade.

- Não acredito em você.

-Então, liga pra ver.

Claire colocou o telefone na orelha. Rapidamente, ouviu a voz do namorado:

-Alô? - Ele falou, do outro lado da linha.

- Sweetie? Sou eu, Claire. - A garota falou, vendo Oliver imitá-la.

-Oi, Claire. - ele falou, num tom de nossa-que-surpresa-boa.

-Sentindo minha... falta? - Ela falou, tentando se controlar para não rir com o rebolado que Oliver deu, ao imitá-la caminhando.

-Sim, mais do que a Comida da Tia Kristen! - Nathan falava

-Eu também. Escuta... onde é que você está, agora?

Claire havia ficado de costas para Oliver, enquanto falava com o namorado. Ouviu um suspiro.

-Acabei de chegar em Deniville, no Oklahoma.

-NÃO!

-Não o que, Claire? Aconteceu alguma coisa? - O tom de voz de Nathan parecia preocupado.

Houve um silêncio.

-Claire? Me responda. C?

-Ahn... Nathan sai daí AGORA! - Ela falou, num tom de voz, alto.

-Oi? Claire, estou aqui pra negócios, eu voltarei logo, prometo.

-Não, vocêtemquevoltaragorarapidamente -Ela falou, atropelando as palavras.

- Mas, amor, eu não posso ir AGORA. - Nathan, enfatizou carinhosamente o ''agora."

Claire deu um longo suspiro.

-Eu... E-eu prometo que voltarei logo...

-Mas você... Você não pode ficar aí... Você sabe que o seu pai é...

Oliver fez um sinal para que ela não falasse mais.

-Que o seu pai é ...

-O quê, Claire? Está me preocupando..

-Que o seu pai é muito preocupado com você.

-Ahh... - Ele falou.

-Tem muitas garotas... hm... bonitas aí? - Claire tentou mudar de assunto, até Oliver aparecer com uma peruca azul na cabeça.

A garota tentou não rir, mas ouviu uma risadinha do outro lado.

-Nenhuma que se compare a você.

-AWNNNNNNN...

-Todas que eu vi, são mais magras que palito de dente!

Claire riu.

-Sweetie, tenho que desligar agora... Meu pai já deve estar me esperando. Te amo.

-Também te amo, C. Te ligo á noite.

E desligou o celular.

-Ele não te ouviu, né? - Oliver falou.

-Olhaaa... o cara de peruca azul sabe falar! - Claire provocou, arrumando a mochila nas costas.

-Já vai?

-Não... Não tô indo, é só pra ver o quão pesada minha mochila está! É claro que estou indo... e vê se pára de me perseguir! E não aparece mais na minha frente!

-WOW WOW WOW... Seu namorado que não a obedece e eu que levo o fora?

Claire apenas andou em direção a porta. E saiu.

Foi até a diretoria. Estavam sentados, além de Silvie, Rose e John Snell.

-Pai? Mãe? O que estão fazendo aqui? - Ela não pôde conter a surpresa, ao vê-los lá.

-Oi, querida! - Rose tentou sorrir, amigavelmente.

Silvie levantou-se de onde estava, e puxou uma cadeira, para que a garota se sentasse.

-O... O que h-houve, gente? - Claire, falou, estranhando aquilo tudo.

-Querida... Silvie nos ligou, hoje no intervalo das crianças...

-e...?

-E acontece que ela nos contou, que foi no andar em que a sala que você ensina, fica. E ouviu sua voz. Quando ela a olhou, estava falando sozinha.

-S-sozinha? - Claire, perguntou, confusa. -

-Sim, C. Algumas funcionárias,disseram-me que isso já ocorreu outras vezes.

Os pais dela, a olhavam.

-Temos uma proposta pra você. Isso não é normal, querida.

-Qual a proposta?

-Interná-la por um tempo.Numa Clínica.