Entre o céu e a terra ( Cap 2)

-Oi pessoal! Sentiram minha falta? - Ele falou, com um sorriso de encantar qualquer um.

Claire estava surpresa. Ela não sabia por onde ele havia entrado, nem como. E ela só estava ali há 10 minutos, e perdera toda a atenção das crianças:

-Então, a Branca de neve comeu a maçã envenenada e...

-Ah tiaa... Conta outra! O tio Oliver já contou essa, não é Tio Oliver?

Claire voltou o olhar para o rapaz. Ele sorria, um sorriso, com um mistério, envolvido.

Ela não conseguia entender, como o Oliver, fora parar ali. E nunca o tinha visto pela cidade. RoseLand não é uma cidade grande, pelo contrário, era uma cidade bem pequena, localizada no Texas.

-Crianças, hoje vou contar pra vocês a história do Patinho Feio?

-Tioo... O patinho feio era tão feio que o espelho quebrou? -Uma garotinha perguntou. - Mamãe falou que quando uma pessoa é tão feia, o espelho quebra.

Oliver sorriu, inocentemente pra garotinha,e a pôs no colo.

-Escuta, Kitty, você não pode julgar uma pessoa pela beleza.

-Julgar? Jogar fora e depois largar?

-Não, não é isso. -Ele deu uma risada divertida

Enquanto ele explicava, carinhosamente, para a Kitty, Claire o observava atentamente.

"Todos os garotos dessa cidade, exceto o Nathan, claro, são tão sem graças, que nem dá vontade de dar uma olhadela. Mas esse... esse eu nunca vi.."

-Algum problema, senhorita....?

-Tia Claire! - Um garoto que aparentava ter 7 anos, falou

-N-não! É que... - Ela olhou pro relógio - Daqui a 5 minutos é hora do lanche.

As crianças não pareciam dar a mínima pro que ela dizia.

Quando tocou o sinal, Claire chamou as crianças:

-Em fila, Kitty... hm... Joe, não é? Fica atrás da Prim...

Depois que as crianças saíram pro lanche, Claire foi até a bolsa e abriu um pacote de biscoitos.

-SERVIDO?

-Não, obrigada.

Quando ela o olhou novamente, os olhos dele, estavam verdes, mais intensos, quentes.

-Nunca o vi por aqui..

-é que sou de outra cidade... Estou morando sozinho. Não tenho família, sabe?

Claire quase engasgou. Se sentia como um urso polar quando perdia o pelo e ficara sem reação.

-Não... Não tem família?

Ele foi até a Janela.

-Não...

"Tadinho" Ela pensou.

-E você, garota certinha, problemática, namorando?

Ela ficou surpresa.

-Como sabe que sou um pouco problemática e que estou namorando?

Ele a olhou, com espanto.

- Deduzi. Não é sempre que se vê uma garota tão bonita, solteira.

Claire corou. E como sabia que sempre que alguém a elogiava, ela corava, virou o rosto.

-Obrig-gada.

Ele sorrira novamente. O mistério, ainda permanecia naquele sorriso.

O sinal tocou quando ela ia perguntar de onde ele era.

- Venham crianças, sentem aqui! - Claire os conduziu, agora, mais animada.

Eles dividiram, Oliver contava histórias de heróis para os meninos, e Claire, contaria histórias de princesas ás meninas.

Por duas vezes, ela flagrou o olhar dele, fixo nela. As meninas sorriam:

-Tia Claire.. Acho que o Tio Oliver gostou de você! - Uma das meninas mais novas falou. Claire deu uma olhada na lista de crianças, e falou:

-Hm... Susan... Vou contar a história da rapunzel, quem quer ouvir?

As meninas foram mais pra perto dela.

Ela lia e encenava pras crianças, que nem viu o tempo passar.

Quando o sinal de saída tocou, ela nem acreditara que passar o tempo com os "pivetinhos" era tão rápido, porém tao legal.

-Crianças, lembrem-se tragam um caderno, no próximo encontro! - Claire Falou.

Um dos garotinhos, Paul, chegou perto de Oliver e falou:

-Tio Oliver, promete que se a tia Claire aparecer de novo... você volta de novo? A gente sentiu sua falta...

Claire ouvira, e ficou surpresa:

- Ué, mas eu entendi que você era novo na cidade... Já esteve aqui antes?

Ele ficou sério.

-S-sim! Eu apareço as vezes aqui...

-Tchau Tia Claire, TCHAU tio Oliver! - O garotinho acenou, na porta.

Claire sorriu pra ele. - Tchau!

Ela colocou a bolsa, que nem trouxera, que pegara na diretoria, e ia saindo.

-Claire?

Ela se virou pro Oliver.

-Esqueceu isto... - Ele mostrou uma pulseira dourada.

-M-mas isto não é meu.. Nunca vi esta pulseira!

Ele a provocou com o olhar:

-TEM certeza? -

Ela deu um leve, porém curto sorriso, e pegou a pulseira.

-Obrigada!

E saiu. Enquanto descia as escadas, o olhar provocador de Oliver começou a surgir, aos poucos em sua mente.

Foi até a diretoria.

-Oi Claire! - Uma mulher, de óculos fundo-de-garrafa a olhou.

-Oi Silvie!

-Como foi seu primeiro dia?

-Foi legal!! Passou bem rápido! - Claire iria falar do Oliver, mas algo dizia que não deveria.

-Por favor, pode preencher esta ficha de voluntária?

Claire assentiu, com a cabeça.

-Ah,e seu pai já a aguarda lá fora! - Ela sorriu

Enquanto preenchia a ficha, Silvie abriu uma das gavetas ao lado, e pegou um pacote.

-Claire, você deve usar, no próximo encontro, este jaleco, esta peruca e um nariz de palhaço para entreter as crianças.

- Ah não, Silvie... Não vou usar isso!

-Larga de chilique menina! Todos sabemos que você já desfilou de Baleia dançarina de balé.

Claire riu.

-Tudo bem, tudo bem! Mas não preciso sair pelas ruas assim não, né?

Foi a vez de Silvie sorrir.

-Não, a menos que queira.

Claire pegou a bolsa, colocou as vestes dentro, e ia se preparar pra siar quando lembrou do Oliver:

-Silvie... Posso te fazer uma pergunta?

-Claro, querida!

- Aí está você! A voluntária mais linda de toda a CCHS... - Nathan apareceu na porta. - Vamos? Seu pai está esperando há quase meia hora.

-C-Claro... - Claire falou, sem jeito.

Silvie a olhou.

- O que você ia me perguntar?

-Nada, deixa pra depois! - Claire sorriu, pegando na mão do namorado, e saindo.

Quando chegou na caminhonete, o pai dela batucava numa caixa de ferramentas.

-Hey! - Ele falou, quando Nathan abriu a porta p ela subir.

-Oi pai!

-E aí, como foi? - Dessa vez, dois pares de olhos a circulava.

-GENTE, dá pra vocês dois pararem de me olhar como se eu fosse uma galinha prestes a botar ovos de ouro?

Eles se ajeitaram no banco.

-Foi legal, foi tão legal que eu nem vi o tempo passar! - Ela falou

-Está falando ironicamente, C? - Nathan perguntou

-Não, sweetie, claro que não. É sério. ME diverti hoje. - Claire sempre o chamava de "sweetie" na maior parte das vezes.

O rosto de Oliver veio na mente dela, mas ela achou melhor não falar.

Enquanto dirigia até em casa, John Snell, colocou um CD de Country.

Claire amava muitas das musicas que tinha no Cd. Tanto é que no último ano, ela e o Nathan haviam ganhado o prêmio de Melhores dançarinos de country de Roseland, no Torneio Anual de Country de Roseland, o TACR.

Quando chegou em casa, era quase hora do almoço. Nathan iria ficar pro almoço. Claire correu pra dentro de casa, e subiu as escadas, animada.

-CLAIRE? -Ouvira sua mãe falar.

-Oi mãe... só um instante! - Ela correu pro banheiro, tirou a roupa e vestiu um macacão jeans.

Fez duas tranças, e desceu pra ajudar na arrumação das mesas. Quando Bruce a viu, debochou:

-Ih, Claire, porque está toda Hannah Montana?

-Dá pra me deixar quieta?

Rose Snell olhou o filho, severamente. Ele ficou quieto:

-Claire, filha, você quase nunca usa esse macacão!

-Ah, mãe, estou muito animada! As crianças me deixaram assim!

Bruce começou a rir, enquanto saía pra chamar John e Nathan:

-Se você aparecer assim na escola, é bem capaz deles acharem que você é a Hannah!

-Cala a tua boca, mosquito magricela!

Ele não ouvira o insulto.

O almoço ocorreu em paz. Nathan sentou-se ao lado da namorada. Sempre trocavam carícias com os pés.

Depois que ele se despediu, quase ás 16h, Claire subiu pro quarto.

Deu duas voltas na chave, e correu pra cama. Deitou-se de bruços, e puxou uma caixa. Quando a abriu, puxou um caderninho, cor lilás, e com um "Diario da Claire" escrito em amarelo.

Ela abriu, e começou a escrever.

No fim da tarde, ela desceu, pra ver o pôr-do-sol com os pais e com Bruce. Oliver ainda não havia retornado pra mente dela.

Depois do jantar, ela foi pra sala, e pegou o telefone:

-Bonnie?

-Não, aqui é a mãe dela, quem é?

-Claire Snell.

-Oi Claire, a Bonnie não está, ela saiu com alguns primos.

-Ela vai demorar?

-Creio que sim!

-Obrigada, senhora Willty!

-Por nada, Claire.

E desligou. Se preparava pra subir, quando o pai a chamou.

-Sim, papai.

-Sua mãe e eu queremos te dar uma coisa!

Claire foi até a varanda, onde eles estavam.

-Vai até o seu quarto. Colocamos uma caixa lá. Você vai gostar! - John falou.

Claire tentou não sair correndo, para não parecer muito empolgada.

Foi até o quarto, e viu uma caixa branca, na cabeceira da cama. Desembrulhou, e quando abriu. Um celular.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH - ela gritou

Ela desceu correndo, pelas escadas, sem medo de tropeçar.

- PAI! MÃE! BRUCE! Nem sei como agradecer a vocês!! - Ela falou, com os olhos brillhando.

-Não me agradeça, não fui eu quem comprou! - Bruce sorriu

-Você demonstrou ter mudado, Claire. Você merece, querida! - Rose sorriu

Ela abraçou a mãe, e depois abraçou o pai.

Correu pro quarto, vestiu o pijama e foi olhar o novo "xodó". Mas nem usufruiu direito. O sono estava vindo. Calmo e lento. E aos poucos, ela foi se entregando a ele. Uma pessoa apareceu, sem nenhuma explicação lógica, lá. Oliver, o esquisitão.

Larissa Siqueira
Enviado por Larissa Siqueira em 13/12/2013
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