O TRISTE ADEUS AO SERTÃO

Severino já cansado de tanto lutar contra a fome no sertão, resolve seguir outra trilha do seu destino. Naquele momento, a melhor coisa a fazer era partir dali e largar tudo. Um dia ele chamou a família para dar-lhes a triste noticia.

- Quitéria, arrume suas coisas e das crianças, pegue somente o necessário, pois amanhã iremos partir deste lugar!

- Mas Severino, não dá pra esperar mais um pouco? Quem sabe Deus não manda chuva e logo logo tudo volta a ser como era antes!

- Não adianta! Já vendi o jumento, o burro, cavalo e até o galo! O Dr Carlos comprou nossa terra de porteira fechada, temos que ir embora! Eu também não queria sair daqui desta terra que me viu nascer e crescer, mas já não aguentava mais ver meus filhos chorando com fome e eu não poder dar comida para eles matarem a fome! Agora nós vamos pro sul viver ou morrer, pois aqui a coisa tá feia. Se Deus nos ajudar, quem sabe um dia a gente volte pelo menos para matar a saudade do nosso sertão.

No dia seguinte o caminhão chega para levar Severino e sua prole para outras terras. Para Severino e sua família é o dia mais triste de suas vidas, mais eles precisam viajar para terras estranhas. Severino olha no horizonte, o sol brilha majestoso! Ao alcance dos olhos, só terra e mato seco.

- Seca maldita! Por tua causa sou obrigado a partir pra outro lugar sem destino e sem rumo! Me espeçastes de minha terra, que sejas maldita para sempre!

Aurora a filha lamenta:

- Papai, sei que vou morrer de saudades deste lugar! E o meu cachorro? Quem vai dar de comer?

- Mamãe! ( Diz Edite, a outra filha) E meu gato? Quem vai cuidar dele? Sem comida e sem trato o coitadinho vai morrer!

- Mamãe! E meus brinquedos, meu pé de roseira, minha boneca eu nem pude levar! (Diz Juliana chorando),Lá eu vou poder ter outra? Vou poder plantar outras rosas? Como será nossa vida?

O carro começa a correr, só se ver o choro e o gemido dos tristes retirantes. As lagrimas molham seus rostos enquanto a poeira vai fechando a estrada por onde o caminhão passa. Severino olha para traz para ver pela ultima vez sua terra natal onde nasceu e se criou, mas não consegue ver nada, a não ser um longa nuvem de poeira cobrindo tudo. E Severino acostumado a ver aquele mesmo horizonte verde e cheio de vida, agora ele ver o que nunca imaginou ver na sua vida. E Severino muito triste chora. Ali termina uma vida, um sonho, uma esperança... E ali mesmo começava uma nova vida, cheia de esperança, sonhos, desejos e fé. A fé em Deus que lhes guiava e levava para um novo começo...

Batista Jurema , 09.11.2013

batista jurema
Enviado por batista jurema em 09/11/2013
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