"PROFUNDEZAS DO SONO" Conto surreal de: Flávio Cavalcante

PROFUNDEZAS DO SONO

Conto surrealista de:

Flávio Cavalcante

É impressionante o poder que tem a nossa mente de levar o nosso corpo ao extremo dos mais variados sentimentos quando estamos nas profundezas do sono.

Dessa vez fui banhado por um medo indescritível. Sempre nos meus sonhos a paisagem aparece como uma neblina ou uma espécie de nevoeiro; mas muito realista para a minha concepção.

Neste sonho eu estava indo para a casa onde morei a maior parte da minha vida com meus pais. Certo que no sonho eu sabia piamente que eles haviam falecidos há pouco tempo e a minha ida até o local não ficou muito claro o que realmente eu fui fazer por lá. Lembro-me vagamente que a rua estava bem deserta e parecia que só existia eu no mundo. O silêncio era total, mas era um fato normal, fazia parte da rotina nesse mundo do sonho.

Cheguei á porta da frente da casa e parei. Algo me impedia de entrar. Eu não conseguia achar as chaves, que eu procurava intensamente nos meus bolsos. Eu encontrava um monte de chave todas iguais, mas parecia que nenhuma delas abria a porta.

Finalmente depois de muita tentativa consegui abrir e fui entrando aos poucos. Cheguei á garagem da casa. Era uma imensa área que comportava uns oito carros normais. O silêncio era o que estava predominando naquele momento. Eu procurava insistentemente alguma coisa, mas não eram os meus pais.

O impressionante é que mesmo sabendo que se tratava de um sonho, o corpo em profundo sono, a sensação de tristeza e saudade era forte demais. Parei em meio a imensa garagem e ali foi o momento de uma reflexão de lembranças boas da época da presença deles que parecia estar ainda presentes naquele ambiente que outrora era de amor, paz e harmonia.

Eu meu sonho, mesmo movido pela saudade, consegui buscar forças para continuar a minha missão que nem mesmo eu sabia do que se tratava. Peguei aquele chaveiro para tentar abrir a porta principal da casa que estava completamente trancada.

Não precisou de muito esforço. Na primeira tentativa, já obtive sucesso e finalmente cheguei ao lugar que eu queira, mas mesmo no sonho eu tinha a certeza que eu tinha que fazer algo importante, mas não sabia o que era. Coisa de sonho mesmo.

Abri a porta e um calafrio tomou conta do meu corpo. A sala só tinha um grande sofá de canto de cor marrom, que me recebeu pulando e virando cambalhotas como uma força fantasmagórica estava impregnada naquele artefato. Acordei assustado e arfando com a sensação de que estava vivendo uma realidade.

COISAS DE SONHOS QUE MERECEM SER REGISTRADAS

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 07/08/2013
Código do texto: T4423190
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