Nova chance

Nova chance

Muito contei a estória, muito pediram para repeti-la e lá ia eu, cópia distorcida da última versão.

Dizia que Nazareno, herói de capa branca, rosto conhecido e bainha vazia derrubava inimigos a golpes de parábolas e afirmações inflexíveis. Defendia ideias e pregava a inanição da miséria do pensamento humano.

O conto é salpicado com detalhes e mistura enganos, trapaças e neuroses. Não vou repeti-lo aqui. Motivos? Se registrá-lo por escrito estarei criando a versão definitiva e o quero água, instável, suscetível ao vento. Sofro, ainda, da tentação de inserir-me ora encarnando o protagonista, ora o vilão, nunca a ambos. A tentação só é vencida pelo transe lúcido, quando não existem paixões interferindo. Mas é estado que nem sempre alcanço.

No final o herói morre, é assim que receberá nova chance, outra versão.

Jaime Calatrava
Enviado por Jaime Calatrava em 01/08/2013
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