Jardim da noite

A espessura do aguardar congela o tempo e o jardim da noite povoado de estátuas sequer respira. A bola colorida desbota de esquecimento. O esqueleto da pandorga balança na forca improvisada. Porém, personagens de sonhos, lendas e passados querem a sua hora, precisam se fazer recordar, causar susto ou sorriso. O banco de praça aguarda o visitante.

Algum sonâmbulo noturno virá cambaleando e terá bons sonhos com a mãe, com o amigo quase esquecido. Ou a noite insinuará o temor por entre a sombra, personificando o que mais se teme. Em fuga, juraria ter visto. Mas silencio para esquecer.

Jaime Calatrava
Enviado por Jaime Calatrava em 12/07/2013
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