Evil

Estou condenado por toda a minha vida. Ele me condenou. Mas um dia, anote o que digo, vou derrota-lo, e a todos que ele protege e ama também. Todos vão conhecer a fúria de Evil.

Mais um carnaval, é nessa época do ano que a putaria reina sobre todos, sem exceção, também é a parte em que vários crimes são cometidos e ninguém nunca acha os culpados. É a época em que as pessoas mais se divertem, podem ser quem quiser e realizar suas fantasias mais ocultas, e é aí que está o erro. Mataram meu amigo Miguel ontem de noite, primeiro dia de carnaval, acharam o corpo dele em um beco sem uma gota sequer de sangue; o assassino, ninguém sabe quem é; provavelmente estava fantasiado. Meu nome é Júlia e prometo que vou descobrir quem ou oque matou Miguel, nem que seja a última coisa que eu faça.

Estou em um beco, no mesmo que o mataram, há algo estranho no lugar, posso sentir.

- Júlia – sussurram meu nome – Você é a próxima...

De repente sinto algo aproximando-se de mim. Segura meu braços e delicadamente beija meu pescoço. Minha mente grita para eu fugir, mas eu não consigo, não quero. Quase que desejo que faça o que sei que vai fazer. E quando finalmente sinto uma dor aguda no pescoço... Acordo.

Estou totalmente suada, minha respiração está ofegante. Oque está havendo comigo? Ligo a TV no noticiário, são 06 da manhã, nada de interessante. Vou mudando de canal, entediada, e paro em um que nunca assisti. A noticia é a seguinte:

Homossexuais são encontrados mortos, próximo ao local em que o estudante de medicina Miguel Salvador, vinte anos foi encontrado morto. A policia suspeita que os dois assassinatos foram cometidos pela mesma pessoa, pois as três vitimas foram encontradas na mesma condição, totalmente drenadas. Será que temos um Serial Killer a solta neste carnaval? Enquanto não temos mais noticias, vamos a previsão do tempo com César Filho.

Dou um pulo da cama, me visto e saio correndo. Oque está acontecendo só pode ser brincadeira. Não foi difícil achar o local, a primeira coisa que vi foram as luzes azuis e vermelhas da policia. Fiquei mais afastada do pequeno grupo de pessoas que estavam se aglomerando. Tentei achar algo que a policia tivesse deixado passar. Mas não encontrei nada. Quem quer tenha os matados, não era amador, sabia oque estava fazendo. Um cheiro estranho estava me deixando muito enjoada, acho que era dos corpos, sei lá. Resolvi ir para casa e trabalhar com o que tinha, mas parei, havia um homem me observando. Ele começou a vir em minha direção. Espera aí, eu já o tinha visto antes, na noite em que Miguel foi morto, e no meu sonho. Oh meu Deus, só podia ser ele o assassino.

Como uma burra, comecei a andar para longe daquele estranho. Me encurralei, estava sozinha em um beco, longe dos policiais, sabia que ia morrer. Ele continua vindo até mim. Estou sem saída. Ele para a pouco mais de um metro de mim e diz:

- Júlia, você precisa sair daqui, agora! – Quem é aquele estranho? Como sabe meu nome?

- Quem é você? – Pergunto quase me mijando nas calças de tanto medo.

- Não temos tempo, vamos logo, na estrada lhe conto tudo!

- Não vou a lugar nenhum com você, antes de responder minha pergunta! – surpreendo-me por estar gritando, mas fui bem criada, e desde pequena aprendi a não confiar em estranhos. – Responda logo, ou saia da minha frente!- depois de uns cinco minutos começo a andar e quando estrou prestes a correr, ele me segura pelo braço e diz:

- Sou seu pai! – Fico chocada, minha mãe me disse que ele estava morto. Não consigo me mexer, minha cabeça está girando, o cheiro que senti antes está cada vez mais forte. – Júlia, você precisa correr, AGORA! – ouço um barulho abafado, e o cheiro me deixa cada vez mais tonta, ainda não consigo me mexer e não consegui processar a informação que ele me deu. – Júlia... mexa-se! – ouço passos, mas não pode ser dele pois está me balançando feito louco, até que para, e se põe na minha frente. Não vejo nada. Os passos continuam, os blocos carnavalescos já estão nas ruas. Sinto que algo terrível vai acontecer, mas não estou com medo. De repente ouço um som esquisito quase como uma risada, só pode pertencer ao dono dos passos que ouvi. O homem que está na minha frente grita – Evil, desapareça, deixe-a em paz! – não consigo entender, porque o homem esta gritando, quem é ele? Porque estou aqui? Quero correr, fugir, mas não consigo! Quero ir ao encontro da risada musical que ouvi, parece que esse Evil não levou a sério o grito do homem, porque continua a andar.

- Sabe que a quero – diz a voz mais linda que já escutei em toda a minha vida. Minha mente fica mais nebulosa a cada minuto.

- Porque você a quer? Não já matou pessoas demais por hoje? – diz o homem á minha frente.

- Ninguém precisa de um motivo para matar, e ainda não estou saciada. – fala Evil com uma risada musical e maligna – Mas não se preocupe, não toco em você, não gosto de sague velho! Agora, saia da minha frente, sim! – ela espera – Porquê vocês pais, dificultam tanto as coisas? – e o joga contra a parede. Não sei como ela fez isso pois é muito menor que ele. Ela é linda, cabelos pretos ondulados, corpo de modelo, pele branca com um tom meio que azeitonado e olhos verdes feito esmeralda. Ela olha nos meus olhos e fala:

- Está pronta Júlia? – Pergunta.

- Estou senhora. – Pera aí, eu não disse isso, pronta pra quê? Acho que sei. Ela se inclina e por um momento penso que vai me beijar, mas muda o rumo e roça os lábios macios no meu pescoço, sinto a pulsação do sangue na artéria, de repente uma dor absurda me invade, estou sendo mordida, tento resistir, mas não consigo. Estou vendo coisas, lembranças, mas não são minhas. Vejo algo parecido com um templo, vejo um homem e um anjo conversando, não pode ser, o anjo é Evil, ela esta me passando as memórias dela. O homem está bravo, muito bravo. Ele expulsa Evil do local e ela está com muita raiva, na verdade está ódio. A lembrança muda, estou em outra espécie de templo, mas esse é completamente diferente do outro. Há sangue por todo lado e Evil está lá, linda e com ódio, sentada em um trono bebendo sague em uma taça de cristal, percebo que não está só, há varias pessoas lá como ela. Uma delas chega perto e começam a conversar: “ ele te expulsou do céu também!- fala Evil – Como conseguiu tal proeza?” “Ah Lúcifer, sabe como é né... – Evil joga a taça e grita: já lhe disse que prefiro ser chamada de Evil! Da próxima vez passará muito tempo sem se alimentar!” “Desculpe-me senhora, garanto que não acontecerá novamente. Mas voltando ao assunto que interessa, como vamos nos vingar? – e Evil fala: - Tudo ao seu tempo, mas eu garanto que ao próximo anjo que ele expulsar do céu para se transformar em vampiro nós iremos mata-lo!”

Depois disso a lembrança começa a desaparecer e sei que estou morrendo, meu sangue está acabando, e o Diabo está vencendo esta batalha!

Jamilly Micenas
Enviado por Jamilly Micenas em 03/06/2013
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