Vamos filho ... a carona não vem
Lembro-me daquele dia que fechei a porta enquanto dormia
Tranquei-me em um sono sinistro
Abdiquei tudo para seguir nessa viagem
Não tinha filho, nem cavalo.
Bebida, reis ou virgens.
Eu acordei a noite umas 3
Eu disse não, não me conforto com a visão do paraíso.
Recebo o convite do homem e do seu cavalo
Montado pelo arco e pela coroa
Tudo parecia correto
Lembro-me daquele dia que o selo se escondia
Branqueei como um anjo pálido sem risco
Era o meu pai que avisa que a carona já chegou
Vamos filho... Venha agora
Tudo parecia tão correto
Mas foi ai que eu disse:
Não sou eu quem quer a hora que me aproxima
Não gritarei para multidões
Seria mentira mentir para a verdade
Mas o que pudera eu, não sou um homem forte.
Não escutei as trombetas ou grandes vozes
As trombetas gemiam, as águias voavam e o sinal de ás destacava.
Mais cem anos, por mais seis séculos.
A paz descartava um royal
24 grandes homens subiram ao monte e não voltaram
Lembro bem,lágrimas no chão amarelo derramava como tudo de mal
Homens voltam a ser fetos
Fetos voltam quando o homem estivera por perto
Lobos e uivos conquistam as sombras e esquinas molhadas
Cães e pégasus costuram o céu
E o meu pai dizia
Vamos filho, venha agora... A carona não vem
Ouço gritos atrás da porta
Minha mãe, meu pai esquartejam-na.
Acordo atrás da porta tremendo
Sentir o cheio de movimento
Traguei o espaço dos sentidos
Metidos e mentiras do cavalo que não está lá
Pois eu pedi a minha carona
Hoje espero pacientemente, naquela encruzilhada.
O cavalo que me deixou
Aquele que me perguntou
As 3 e em 3
Nada mais declarou
E eu perdi a minha carona
Perdi o sol e a lua no mesmo dia
Mas ta tudo bem
Ta tudo bem
O meu cavalo pálido ainda respira
Pois eu perdi a minha carona
Era o que o meu sempre dizia