QUEDA LIVRE
Eu só podia estar sonhando, devia ser isso. Tua boca, colocada infinitamente sobre a minha, como se nada, nem um pedacinho de mundo importasse. Respirei fundo todo o ar que podia e fitei teus olhos. Olhos negros, negros, negros; dois abismos. Mergulhei num mar e logo em seguida o afgamento. Não havia mais ar algum. Nada. Apenas a imensidão negra do nada que me tragava. Pontinhos cor de prata ofuscavam minha visão. Teus olhos, eram universos. Com constelações e luas, com planetas e astros, com estrelas nuas. Do mais ao menos, tudo rimava, dos versos fortes aos amenoS. Todo o mais, a paz engolia... Metamorfosiava a vida em poesia.