ONDE ESTÁ O PARAÍSO ÉDEN?
A vida de Éden parecia normal. Ele tinha um emprego, havia se graduado, embora não fosse naquilo que quisesse ou naquilo que achava que queria; tinha também uma maravilhosa família que o adorava, bem pelo menos ele achava, embora tinha certas horas que certas coisas o faziam pensar ao contrário. Quanto ao lado amoroso, ele já tivera alguns relacionamentos, todos com um final e ponto. Sim, nenhum dera certo, nenhum trouxe o “tal e aguardado” felizes para sempre. Aos 41 anos, ele convencia-se que nascera mesmo para viver sozinho. Ele não tinha o chamado par ideal, a suposta alma gêmea, a outra metade da laranja... e essa ideia não o assustava; pelo contrário ele estava até conformado.
Agora tinha em si algo que ele não entendia ainda e que sempre se perguntava recorrentemente: “o que estou fazendo aqui”? Já não era para isso está claro? Ou não? Ele estaria apressado, afinal ele a cada dia se aproximava mais de meio século de vida. Logo ele que nunca se imaginara com 18, 25, 30 e muito menos 40. Além disso, ele achava não, ele acreditava piamente que uma vida só valeria a pena se a pessoa tivesse uma missão. Se tivesse de fato algo importante para deixar aqui, como Charles Chaplin, Freud, Colombo e tantos outros personagens históricos. Ele definitivamente não nascera para algo de grande dimensão, já que sua vida era odiosamente prosaica. Nenhum nenhunzinho dos seus sonhos tornara-se realidade e até viver uma épica história de amor, nada acontecera. Filhos eles não teve nos seus relacionamentos e depois de várias e hilárias reflexões até chegara a agradecer tal fato; afinal como encaixar filhos numa existência totalmente a deriva nessa nau chamada vida. Como ele conduziria a vida de alguém se mal dava conta de conduzir a sua. Uma outra coisa que poderia dar sentido a tudo seria Deus, contudo Éden duvidava até disso, visto que diariamente acontecia inúmeros fatos que o faziam questionar a existência daquele ser onipotente, onipresente e onisciente e que apesar disso fica impassível diante de tantas injustiças, maldades e crimes.
Dessa forma todo dia tornava-se uma imensa tortura, está preso nesse corpo para ele era como uma sentença, uma sentença cruel por prolongar-se demais. Éden vivia a esmo, ao léu, a rodar em círculos sem nunca, nunca chegar a lugar nenhum. Também nascera sem coragem para dar cabo de sua própria vida. Enfim, ele era assim esse arremedo de gente e assim ele seguia, seguia, seguia sem avistar ao menos um facho de luz no final daquele interminável túnel chamado vida.
Num desses inúmeros dias enfadonhos ele postou no facebook mensagens de apelo para todas as suas perguntas. Fez o mesmo no twitter, colocou até no instagram, cadastrou-se em sites dos mais variados estilos, segmentos e áreas. Logicamente ele colocara um nome falso, pois não queria ser molestado por piadas de conhecidos, desconhecidos ou outras dessas coisas tão naturais da internet.
E foi num dia chuvoso entre tantas e tantas noites e dias que entrava na rede que recebeu uma mensagem de alguém dizendo que tinha todas as respostas que ele procurava, pois ele mesmo também tivera um dia essas mesmas dúvidas e ele estava disposto a contá-las pessoalmente. Éden estranhou, de principio parecia ser um trote, uma pegadinha de alguém que o reconhecera em um dos sites que estivera. Mas ele tomara o cuidado de escolher nomes e cidades falsos e também jamais comentara suas inquietações com ninguém, aquilo era um de seus segredos inconfessáveis. Sempre mantivera suas angústias no anônimato, pois temia ser taxado de louco, neurótico, esquizofrênico e outras denominações do gênero.
Ele responde a mensagem e nada e por várias dias nada de novas mensagens. Passa-se um ano praticamente e então Éden entra novamente e manda uma mensagem dizendo que queria marcar um encontro, visto que ele não aguentava mais o seu idílio terreno.
E assim naquela sexta-feira ele pela manhã pega um ônibus para o jardim botânico localizado numa área periférica da cidade onde morava. A mensagem dizia que ele deveria passar por um dos frequentadores diários que o local recebia todos os dias. Ele deveria receber as instruções como os outros vistantes, que consistia numa palestra de vinte minutos, pagar o valor simbólico pelo kit do passeio que consistia num boné promocional, num vidrinho de protetor solar e uma garrafinha de água mineral. Já no passeio com o guia que levava vinte pessoas, ele deveria ser o primeiro e no decorrer do passeio ele deveria ir diminuindo o passo até aproveitar um momento de distração de todos e embrenhar-se mata a dentro procurando um lugar que não tivesse vereda ou clareira. E foi assim que Éden fez naquela sexta-feira do mês de abril, ás 9:30 da manhã, em meio a uma chuva torrencial repentina que começou assim que ele entrou no meio de grandes árvores esgueirando-se entre os troncos para nunca mais ser visto na forma humana que tinha.
Então a partir daquele fatídico dia Éden Antonio Teixeira, 41, funcionário público, passou a integrar a estatística de pessoas desaparecidas que parecia aumentar mês a mês.
Agora tinha em si algo que ele não entendia ainda e que sempre se perguntava recorrentemente: “o que estou fazendo aqui”? Já não era para isso está claro? Ou não? Ele estaria apressado, afinal ele a cada dia se aproximava mais de meio século de vida. Logo ele que nunca se imaginara com 18, 25, 30 e muito menos 40. Além disso, ele achava não, ele acreditava piamente que uma vida só valeria a pena se a pessoa tivesse uma missão. Se tivesse de fato algo importante para deixar aqui, como Charles Chaplin, Freud, Colombo e tantos outros personagens históricos. Ele definitivamente não nascera para algo de grande dimensão, já que sua vida era odiosamente prosaica. Nenhum nenhunzinho dos seus sonhos tornara-se realidade e até viver uma épica história de amor, nada acontecera. Filhos eles não teve nos seus relacionamentos e depois de várias e hilárias reflexões até chegara a agradecer tal fato; afinal como encaixar filhos numa existência totalmente a deriva nessa nau chamada vida. Como ele conduziria a vida de alguém se mal dava conta de conduzir a sua. Uma outra coisa que poderia dar sentido a tudo seria Deus, contudo Éden duvidava até disso, visto que diariamente acontecia inúmeros fatos que o faziam questionar a existência daquele ser onipotente, onipresente e onisciente e que apesar disso fica impassível diante de tantas injustiças, maldades e crimes.
Dessa forma todo dia tornava-se uma imensa tortura, está preso nesse corpo para ele era como uma sentença, uma sentença cruel por prolongar-se demais. Éden vivia a esmo, ao léu, a rodar em círculos sem nunca, nunca chegar a lugar nenhum. Também nascera sem coragem para dar cabo de sua própria vida. Enfim, ele era assim esse arremedo de gente e assim ele seguia, seguia, seguia sem avistar ao menos um facho de luz no final daquele interminável túnel chamado vida.
Num desses inúmeros dias enfadonhos ele postou no facebook mensagens de apelo para todas as suas perguntas. Fez o mesmo no twitter, colocou até no instagram, cadastrou-se em sites dos mais variados estilos, segmentos e áreas. Logicamente ele colocara um nome falso, pois não queria ser molestado por piadas de conhecidos, desconhecidos ou outras dessas coisas tão naturais da internet.
E foi num dia chuvoso entre tantas e tantas noites e dias que entrava na rede que recebeu uma mensagem de alguém dizendo que tinha todas as respostas que ele procurava, pois ele mesmo também tivera um dia essas mesmas dúvidas e ele estava disposto a contá-las pessoalmente. Éden estranhou, de principio parecia ser um trote, uma pegadinha de alguém que o reconhecera em um dos sites que estivera. Mas ele tomara o cuidado de escolher nomes e cidades falsos e também jamais comentara suas inquietações com ninguém, aquilo era um de seus segredos inconfessáveis. Sempre mantivera suas angústias no anônimato, pois temia ser taxado de louco, neurótico, esquizofrênico e outras denominações do gênero.
Ele responde a mensagem e nada e por várias dias nada de novas mensagens. Passa-se um ano praticamente e então Éden entra novamente e manda uma mensagem dizendo que queria marcar um encontro, visto que ele não aguentava mais o seu idílio terreno.
E assim naquela sexta-feira ele pela manhã pega um ônibus para o jardim botânico localizado numa área periférica da cidade onde morava. A mensagem dizia que ele deveria passar por um dos frequentadores diários que o local recebia todos os dias. Ele deveria receber as instruções como os outros vistantes, que consistia numa palestra de vinte minutos, pagar o valor simbólico pelo kit do passeio que consistia num boné promocional, num vidrinho de protetor solar e uma garrafinha de água mineral. Já no passeio com o guia que levava vinte pessoas, ele deveria ser o primeiro e no decorrer do passeio ele deveria ir diminuindo o passo até aproveitar um momento de distração de todos e embrenhar-se mata a dentro procurando um lugar que não tivesse vereda ou clareira. E foi assim que Éden fez naquela sexta-feira do mês de abril, ás 9:30 da manhã, em meio a uma chuva torrencial repentina que começou assim que ele entrou no meio de grandes árvores esgueirando-se entre os troncos para nunca mais ser visto na forma humana que tinha.
Então a partir daquele fatídico dia Éden Antonio Teixeira, 41, funcionário público, passou a integrar a estatística de pessoas desaparecidas que parecia aumentar mês a mês.