Memórias... (1)

Eu olho para a lua.

Olho para as árvores que se balançam com o vento... É noite.

E esse cenário me traz a sensação de estar em um templo antigo.

Em um tempo antigo, outro tempo, um tempo de magia e sabedoria, de amor e de destino.

Deve ser tudo o que eu não vivi, mas que vi, ouvi e li por aí. Deve ser um sonho reprimido...

Neste templo é onde estou. Um templo sagrado, de colunas arredondadas, levemente rosadas. O teto é alto e seu interior é amplo.

Eu não estou com as roupas que até há pouco estava.

Ando pelo templo com calma e contemplação interior, embora já tenha estado nele inúmeras vezes.

É silencioso dentro do templo. Não ouço mais os ruídos perturbadores de buzinas, rodas, motores, como há pouco eu ouvia.

Ando pelo templo em sua lateral esquerda. Ando com a sensação de que tenho um objetivo ali. Nesse lugar, irei (me) encontrar...

Encontrar algo.

Encontrar alguém.

É sabido pois já havia sido combinado.

Pena que, nesta incrível visão, não consigo avançar... Para além da doce, pacífica, amorosa imagem, que só me deixa com a sensação dessa cor rosa, desse caminhar pelo templo e desse motivo... de ali estar.