Plano Astral (Da coleção 7 contos em uma semana)

Recordo-me de andar vagarosamente pela rua e subir uma escada que dava em um prédio pequeno. Lentamente rolei a maçaneta e adentrei. Era uma sala clara, sem muitos móveis e com objetos exóticos como dois elefantes feitos de cristais sobre uma mesa. Ali também se encontrava um jarro com pouca agua e algumas flores com tons de roxo e rosa suave. A direita de quem entra, tinha um enorme espelho e uma espécie de escrivaninha com chaves e pertences pessoais em cima. No centro da sala um sofá em forma de “L” de cor creme e um Centro em frente. Logo atrás do sofá, um corredor que dava para outro cômodo, provavelmente a cozinha. Notei a minha esquerda que havia uma porta sempre aberta mostrando algo parecido com um jardim e a vista nublada e azulada da rua de onde eu vim. Antes que pudesse colher mais detalhes do ambiente, veio em minha direção uma moça de pele branca que contrastava com seus cabelos pretos e lisos, estavam amarrados. Vestia um roupão, como se tivesse saindo a pouco do banho e se arrumava para alguma ocasião. Seus olhos eram pretos e grandes, contornados com lápis que deixava-os aparentemente maiores, uma leve maquiagem pintava sobras nos olhos em tons azuis ou roxo claro. Tinha o rosto limpo e redondo e sua altura não ultrapassava mais que 1,65 metros. Sua aparência era bem agradável e tinha um sorriso sereno e simpático. Fiquei, por um momento, encantado com tamanha beleza e simpatia, ela me penetrava com um olhar forte e marcante. Surpreso fiquei quando ela desamarrou lentamente o roupão, revelando um dos mais belos espetáculos que já presenciei, tinha os seios médios e seus mamilos rosados bem claros, quase se confundiam com sua pele, sua barriga era caprichosamente “cheinha”, com um umbigo centralizado e profundo. Abaixo do umbigo uma rasa linha de pelos escorria até suas coisas bem desenhadas pela recém-depilação. Envergonhado pus-me a andar até o jardim para respirar um ar puro e tentar acalmar meus extintos. Percebi no jardim um beija-flor de vidro brilhante que parecia ter vida própria, notei o leve mover de suas asas e foi ai que percebi uma coisa: poderia isso ser apenas um sonho... Mais como saber? Optei por dar um pulinho e observei que demorei um pouco além do normal para tocar o solo. Voltei a sala e me aproximei da moça que se encontrava sentada no sofá completamente livre de todo tipo de impedimento que viesse a ocultar sua beleza. Ela ria e eu dirigir-me a ela e disse: “Moça, permita acompanhar-me até o jardim?”

Ela assentiu com um leve movimento de cabeça e me acompanhou. Mostrei o beija-flor surreal e disse-lhe: “Você e eu estamos fora dos nossos corpos físico, não sei por quanto tempo isso mais gostaria que recordasse desse momento, é sabido que quando nosso corpo dorme, a nossa consciência anda fora do corpo material. Lembra-te de quanto tempo estas adormecida? Isso tudo é lindo mais podemos regressar a qualquer momento”. Ditas tais palavras, a moça me olhou com um ar de desentendimento, uma forma sonâmbula meio sarcástica e percebi que a sua consciência estava adormecida. Despedir-me e regressei, justamente quando o despertador do celular marcava 05:45 da manhã de terça-feira. Levantei-me, respirei fundo e fui me arrumar para mais um dia de trabalho.