VERIDIANA
Veridiana, desde menina curtia estar isolada.
Casara jovem, com alguém muito semelhante a ela, e viviam uma rotina que não se quebrava de segunda a segunda.
Prendada, vivia a bordar, fazer seus crochês. Adorava ler, sentada na varanda de sua casa, a olhar seu bem cuidado jardim.
Uma prima, sempre a convidava para ir com ela, nos trabalhos voluntários dos quais fazia parte, mas Veridiana, nunca se interessava. Não sentia na alma a disposição de servir aos semelhantes necessitados.
Uma tarde depois de muito a prima insistir, ela cedeu, e foi conhecer o orfanato. Lá chegando, ficou observando a prima, brincando alegre junto as crianças, viu admirada quando ela os banhou, e em seguida foi para a cozinha ajudar as outras voluntárias a preparar o lanche da meninada. Verediana foi convidada a juntar-se a elas, mas desculpou-se, alegando que naquele dia viera só para conhecer.
Na volta, Veridiana, não disse uma palavra, sobre o que havia achado. Porém, quando entrou em sua casa, suspirou aliviada, ali era o seu lugar. Sentou-se junto ao jardim, e ali ficou a contemplar o crepúsculo, e pensou: de nada mais preciso pra viver bem.
Nem sequer percebeu que a seu lado, invisível seu anjo a olhava e pensava que mal ela sabia, mas logo teria que mudar definitivamente de endereço. Sabia Ele, que Veridiana teria dificuldades em se adaptar a sua nova condição.
Daquela tarde havia se passado pouco mais de um lustro. O local se transformara, estava irreconhecível, o jardim de Verediana jazia repleto de ervas daninhas. Em meio ao lugar, o espírito de Veridiana vagava desolado, por mais que ela arrancasse as pragas, elas não saiam do lugar. Tudo que ela mais gostava, sua casa, seus livros, seus objetos pessoais, seu lindo e bem cuidado jardim, davam mostra de descuido, abandono. E por mais que ela quissesse não conseguia deixar tudo como era antes.
Seu zelozo Guardião, lhe convidava a se afastar daquele cenário, que não mais lhe pertencia, mas ela, não o ouvia, louca de tristeza, ao ver o seu lar em completo abandono.
E assim, o espírito de Veridiana vagou pela casa em ruínas por muitos anos. Sem se dar conta que há muito tempo não pertencia mais ao chamado "mundo dos vivos". Até o dia em que máquinas derrubaram o que restou das paredes e janelas, daquela casa, e ali um orfanato foi edificado e serviu de abrigo para muitas crianças carentes.
(Imagem: Lenapena)
Veridiana, desde menina curtia estar isolada.
Casara jovem, com alguém muito semelhante a ela, e viviam uma rotina que não se quebrava de segunda a segunda.
Prendada, vivia a bordar, fazer seus crochês. Adorava ler, sentada na varanda de sua casa, a olhar seu bem cuidado jardim.
Uma prima, sempre a convidava para ir com ela, nos trabalhos voluntários dos quais fazia parte, mas Veridiana, nunca se interessava. Não sentia na alma a disposição de servir aos semelhantes necessitados.
Uma tarde depois de muito a prima insistir, ela cedeu, e foi conhecer o orfanato. Lá chegando, ficou observando a prima, brincando alegre junto as crianças, viu admirada quando ela os banhou, e em seguida foi para a cozinha ajudar as outras voluntárias a preparar o lanche da meninada. Verediana foi convidada a juntar-se a elas, mas desculpou-se, alegando que naquele dia viera só para conhecer.
Na volta, Veridiana, não disse uma palavra, sobre o que havia achado. Porém, quando entrou em sua casa, suspirou aliviada, ali era o seu lugar. Sentou-se junto ao jardim, e ali ficou a contemplar o crepúsculo, e pensou: de nada mais preciso pra viver bem.
Nem sequer percebeu que a seu lado, invisível seu anjo a olhava e pensava que mal ela sabia, mas logo teria que mudar definitivamente de endereço. Sabia Ele, que Veridiana teria dificuldades em se adaptar a sua nova condição.
Daquela tarde havia se passado pouco mais de um lustro. O local se transformara, estava irreconhecível, o jardim de Verediana jazia repleto de ervas daninhas. Em meio ao lugar, o espírito de Veridiana vagava desolado, por mais que ela arrancasse as pragas, elas não saiam do lugar. Tudo que ela mais gostava, sua casa, seus livros, seus objetos pessoais, seu lindo e bem cuidado jardim, davam mostra de descuido, abandono. E por mais que ela quissesse não conseguia deixar tudo como era antes.
Seu zelozo Guardião, lhe convidava a se afastar daquele cenário, que não mais lhe pertencia, mas ela, não o ouvia, louca de tristeza, ao ver o seu lar em completo abandono.
E assim, o espírito de Veridiana vagou pela casa em ruínas por muitos anos. Sem se dar conta que há muito tempo não pertencia mais ao chamado "mundo dos vivos". Até o dia em que máquinas derrubaram o que restou das paredes e janelas, daquela casa, e ali um orfanato foi edificado e serviu de abrigo para muitas crianças carentes.
(Imagem: Lenapena)