Boa sorte diz a morte

Sozinha eu irei prosseguir, nas chamas ardentes do abismo onde a solidão me devora.

Sozinha aqui na beira de alta atitude, consigo ver minha vida quase inteira passar como um filme, lá na linha do horizonte.

Antes mesmo que minhas lágrimas possam chegar ao chão, evaporam no meio do caminho...

E se essas vozes não pararem de sussurrar em meus ouvidos logo meu corpo estará estirado lá embaixo.

Os fantasmas fazem um circulo ao meu redor, querem me fazer a qualquer custo acabar com essa dor, vá em frente, faça, caia, jogue-se.

Minhas forças se esgotaram, minhas tentativas foram em vão.

Ouço as batidas do meu coração em grande alvoroço, relute contra tudo, ainda não estou preparado para me calar, oh não nos faça desfalecer, imploro, relute.

Minhas pernas bambeiam fazendo-me cair com os joelhos no chão, não consigo me levantar e apoio minhas mãos ao chão. Ao olhar para o lado, em meio as minhas lágrimas vejo a morte com as mãos sobre meus ombros, olhando fundo em meus olhos, não entendo muito bem mas meu grito por socorro ninguém os ouve mais.

Existem muralhas de aço entre meus lábios e os céus, não consigo me mover, e como poderei? Se até minhas energias lutam para apagar-me?

Insolente, minha razão se afogou em meio aos orgulhos talvez não sobreviverá para me dizer o que fazer.

Estou só e o asfalto lá embaixo me aguarda de braços abertos, ele vai parar minha respiração, meu coração deixará de bater, meu passado não mais me seguirá, minhas saudades já não existirão.

É assim que tem que ser, é assim que vai ser, e em breve meu nome deixará saudades, arrependimentos, remorso, injurias e milhares de perguntas na qual só o fantasma do meu coração terá as respostas.

Boa sorte me diz a morte.