Bilhete de Geladeira - segunda parte
sábado, 9 de março de 2013
Bilhete de Geladeira - segunda parte
O preço do momento. Frase pequena, poucas palavras, tantas razões perdidas. Hoje há tanta liberdade dentro de mim, escapando pelos meus olhos diante o universo. Como poderíamos contar isso as pessoas? Essa solidão tão doce que nos compreende na vida, dentro de cada ser existe a condição de limitação em poder ser apenas os segundos correndo. O tempo existe em todo lugar, até para o que nem vive.
Hoje foi um dia de mudança. Mudou o momento, a fase. Troquei de endereço e de rotina, os ares. Larguei memórias silenciosas, assustado em entender a razão do tempo. Me senti covarde ao lembrar das outras 7 bilhões de pessoas no mundo, todas sobrevivendo como podem, sem comer, sem beber, sem vestir. No silêncio, pensei: Tantos problemas, tantas pessoas, tantas desculpas inventadas. Será que elas conseguem enxergar a vida? Como elas enxergam?
Se eu pudesse te contar, antes de partir, como belo era pra ser, viver por ai sem precisar escolher. O tempo é concreto, e digo em termos de eternidade no que cria. Ao longo do seu eterno corpo o tempo criou as razões, as estrelas, as forças, motivos para acreditar e outros para desacreditar. Estamos contido nesse eterno corpo, em algum ponto do nada, no universo infinito. E mesmo quase não existindo, eu sinto, enxergo, me iludo. Mas é a vida, não há outra coisa a se fazer. Viver sua época, suas razões. Pena existir padrões, triste termos enxergado tanto espaço entre as diferenças.
Talvez eu não esteja quando você chegar, mas deixo minhas últimas palavras. Elas vão ecoar eternamente nos rastros do tempo, até os confins da irracionalidade, do nada dito nem nunca existido.
Se algum dia puder, salve o mundo por mim. Há tantos sem perceber a vida. Sempre confiei em você.
Te amo.