Mona 21
Estava frio naquele dia. Mona agasalhara-se por puro acaso, afinal, seu apartamento era tão caloroso que algumas vezes ela se referia ao mesmo como “minha estufa”.
- Já estive aqui antes? – Ela olhava para os corredores e se perguntava se algo lhe era familiar.
Paredes brancas e gastas indicavam muitas salas de portas fechadas. As cores predominantes eram azul e branco. Mona caminhou até uma porta e deparou-se com uma recepção.
- Bem-vindos ao Hospital da Esperança. O serviço de atendimento espera ansioso pelo seu contato! Por favor, aguarde na fila. – Uma voz ampliava-se pelo espaço, ecoando pelos bancos e balcões vazios.
- Sozinha, de novo... – Mona suspira. – Tanto tempo...
E então, virando a esquina da sala de recepção, Mona contempla um abrir de portas e, para sua surpresa, apenas o ar passa pela entrada do hospital. Seus olhos mal puderam acompanhar quando ela, atônita, ouviu a conversa e presença de tantas pessoas, que de repente se reuniram naqueles bancos.
- Com licença. – Um senhor sentado chamara Mona.
- Olá?
- Estou aqui para ver o meu filho. Faz tempo que não o vejo.
- Por favor – Disse uma moça de olhos arregalados – Tem notícias do meu cão Orfeu?
Mona estranhou o fato de um cão ser tratado num hospital para pessoas, mas decidiu relevar. Muitas outras pessoas se juntaram para fazer questões e sequer paravam para escutar uma resposta. Somente repetiam.
- O meu filho... Ele está...
- Orfeu... o Orfeu...