O homem do trem

Antes que comessem a ler, gostaria de dizer que quando houver "««« »»»" é porque um dos personagens estará lendo tudo que estiver entre os símbolos.

Espero que gostem de meu primeiro conto, alias, não sei ao certo se é um conto...Mas coloquei nessa categoria.

Obrigado pela leitura.

"O homem do trem"

Em minha caminhada sobre as estradas mais que efêmeras dessa vida, digo a vocês que experimentei mais que muitas e diversificadas sensações, desde as mais simples como sentir o viver, até as mais complexas promovidas pelo cruzar dos braços, ou vice e versa para alguns, e nessa primeira, o viver, não sei quanto a vocês, mas já não tenho tanta certeza se a sinto mais. Mas acima dessas sutilezas e complexidades das sensações vividas, aquilo que consegue nos marcar é, sem exceção, aquilo em que menos acreditamos, e talvez essa marca sirva, agora pensando eu, simplesmente para vez ou outra nos fazer lembrar de algo que de certo ainda não sabemos ser real ou irreal e nos decidirmos. Essa é a ironia que gostaria de lhes contar em algumas singelas palavras.

Devo começar com a palavra mania, e mais que necessário, pois a tenho como sendo um quanto…”diferente”, para não rebaixá-la de todo a vocês : Me agrada fazer viagens de trem…Se minha revelação terminasse assim, poderiam dizer que o “diferente” que utilizei acima não passou de um grande desperdício de palavra, e estariam com a completa razão, mas garanto a vocês que tem algo a mais nessa mania : …semanais para um mesmo lugar. Sim! Me agrada fazer viagens de trem semanais para um mesmo lugar, mas hoje não tenho tanta certeza quanto a isso. Saia de casa todo sábado às nove horas, ia para a estação mais próxima, Frão do Norte, da rua 15, e embarcava no trem das nove e vinte com destino a Brada, mas nem sempre era o mesmo trem, e nem sempre sai a esse horário, mas relevando esses detalhes supérfluos e conseguindo embarcar, alimentava essa minha mania que tanto me agradava.

No sábado, acordei cedo, depois de uma noite agradável e calma de inverno, não tão rigoroso quanto o do ano anterior, por isso o agradável; O ano era 2001, o mês, março, e o dia, dez. Como de costume o café matinal já me aguardava à mesa, deixado por Consuelo, a senhora que ajudáva-me com os afazeres. Não a chamava de empregada, achava inapropriado para uma mulher que tanto me ajudou, e que por ser tão íntima já tratava-a, com seu consentimento, pelo primeiro nome, assim como ela; nada de Sr. Moraes, apenas Hugo.

À mesa, tomava meu desjejum como um rei que fazia sua primeira refeição do dia, sisudo e sem palavras, até porque estava só; Consuelo já havia saído às compras, era o que dizia o bilhete deixado sobre a mesa, e com uma nota a mais : Boa viagem. Olhei o relógio fixado a parede e vi os ponteiros marcarem 8:50. Já era hora. Apressei-me em tomar o café, mas hesitei, veio em minha memória um dos ensinamentos enquanto criança, “Nada de comer rápido, Hugo, faz mal!”, dizia a mãe quando via-me aligeirar a refeição para brincar. Consigui ouvir, naquela ocasião, sua doce voz dizendo as mesmas palavras como se fosse ao meu lado a alguns muitos anos atrás. Instintivamente a obedeci, me contendo.

Alguns minutos e já terminado o café, me levantei depressa, tomei o necessário, que era um casaco a rigor para o frio e um pequeno caderno onde tomava algumas notas durante as viagens, e sai. O caminho até a estação não era tão longo, mas a pé me custava 15 minutos do dia. Não podia me atrasar. Contudo, parei num pequeno comércio de esquina, ainda perto de casa, e comprei algumas balas para a viagem; um vício meu, que a propósito não é o único, mas esses detalhes deixarei de canto. Passei pelas ruas e avenidas cumprimentando os mesmos e velhos companheiros, e aqueles que conhecia apenas de vista, ainda mandei-lhes um pequeno aceno; essa era minha obrigação enquanto amigo e até mesmo enquanto um ser.

A cidade onde morava não era tão grande, era aquele tipo clássico de cidade de interior onde todos, quase sempre, conheciam todos. A pequena população cooperava para tal realidade, e como defendia o delegado Ferrera, também ajudava em um grande ponto social : “A taxa de criminalidade é quase zero, e graças a vocês, minha gente!” Dizia ele, e ironicamente estava certo. Com toda a cidade de olhos abertos em todos como faróis em alto mar, os delinquentes não encontravam oportunidade para agir nem sequer às escuras, mas aqueles que vez ou outra conseguiam burlar essa vigilância, desfrutavam de uma “feroz sagacidade”, como também dizia Ferrera, mas acabavam por não cometer nada de tão atróz comparado aos crimes da capital noticiados pelos telejornais.

Prosseguindo a caminhada, já avistando a estação, fui interrompido por uma suave e conhecida voz que me gritara.

– Hugo! Sei que já está em sua hora, mas gostaria de tomar-lhe um minuto de seu tempo, se me concede. É algo sério!

Virei-me já esperando encontrar com a mulher amiga.

– Sendo algo sério ou não Consuelo, me vejo na obrigação de ouvi-la. Diga-me qual é o problema.

Vi o rosto da jovem senhora se franzir tristemente. Era a última expressão que esperava ver no rosto de Consuelo, que sempre sorridente e alegre conseguia me passar a ideia de que existiam pessoas que nunca se entristeciam. “Não podia ser ela, não minha companheira”, pensei eu. A última vez que vi uma melancolia como aquela, também estava estampada num rosto feminino, e me fez ver o quanto um amor podia ser verdadeiro e intenso. Minha mãe chorava e se consumia em dores frente ao caixão, dores imensuráveis que sentia rispidamente na alma. O homem estendido ao leito fúnebre, que outrora tive o prazer de chamá-lo de pai, havia ido deixando um amor que jurou ser eterno, mas infelizmente foi interrompido sem seu consentimento. A senhora Eliza, a mais bela das damas existentes, agora estava incompleta, solitária, e já quase sem lágrimas a mostrar. E assim como um pássaro que de tristeza perde a graça, minha mãe também a perdeu, e não pode mais viver sem.

Consuelo recostou a cabeça sobre meu peito e sem nenhum receio pelas pessoas que passavam e nos olhavam sem entender, conseguiu dizer algumas poucas palavras, que pela torrente de lágrimas que veio em seguida, julguei de imediato se tratar de uma pessoa muito próxima, talvez…

– Minha mãe, Hugo…

Infelizmente foi quem me veio a mente, mas naquele momento em que a ouvi não sabia o que dizer, apenas a abracei, e por dentro me retorcia de tristeza e ira por não encontrar as palavras que eu deveria ter dito naquela hora a minha grande ajudadora. Hoje me vem a mente o que dela ouvi quando recebi pelo telefonema a notícia do falecimento de minha mãe…Ela me consolou, e naquela hora não podia retribuir o afago em palavras. Se a encontrasse agora, minhas palavras seriam, com todo arrependimento possível : Me perdoe Consuelo!

– Tenho que ir, Hugo. Ainda precisa de algo?

– Não diga isso minha cara. Nunca a tive como minha empregada, sempre foi minha amiga, não precisa de minha permissão nem de meu consentimento para fazer o que é certo. Eu é que te pergunto se precisa de algo. Quer que eu vá contigo?

– Não. Vou para Camate, tenho alguns parentes lá, depois seguiremos adiante. Mas o que gostaria de dizer é que tenho, e sempre terei contigo, gratidão. Muito obrigado Hugo.

Ela se foi. E eu permaneci parado, de cabeça baixa, ali no mesmo lugar, durante alguns minutos. Imaginava todas as dores possíveis ao homem, e conseguia sentir cada uma delas. A medida que me martirizava, me vinha aos olhos e logo escorria, as lágrimas que a muito não sentia molhar meu rosto. Não obstante a fraqueza da alma, respirei fundo, me recompus, e caminhei, meio hesitante, a estação de trem.

A locomotiva já havia estacionado e já recebia seus últimos passageiros. Alonguei os passos, comprei o bilhete e embarquei. Na classe econômica me sentei ao lado direito da composição, onde, durante a ida, conseguia ver melhor a paisagem. Ao meu lado não sentou-se ninguém, e das pessoas que haviam no vagão, poucas eu conhecia, apenas três das dezenas que ali estavam, o Sr. José, a Sra. Fernandes e o Sr. Corano. O trem que tomei fazia varias paragens em cidades turísticas, e a maioria daquelas pessoas, principalmente as que não conhecia, vinham de fora para visitá-las, ou até mesmo vieram para visitar a cidade onde eu morava e naquela ocasião voltavam.

Durante os primeiros minutos da viagem, recostei a cabeça na janela ao lado e fechei os olhos. Não consegui analisar aquelas pessoas que me cercavam, que era um dos motivos da viagem; encontrar alguém totalmente diferente ou alguém totalmente igual aos demais. A única coisa que eu queria ter na mente aquela hora era a sombra, a morte, os maus devaneios de passados cruéis, um passado de alguns minutos atrás e outro de anos. Esse segundo me fez sentir na pele pelo que Consuelo chorou, e ainda devia estar chorando, suas lágrimas de sangue.

Aquela viagem, calma e silenciosa, foi se tornando aos poucos como um calvário, onde as dores e os sofrimentos se sentiam apenas na alma. Quando me aproximei do meu pequeno, porem ainda cruel, gólgota, esses males que me acometiam me trouxe um peso capaz de me adormecer, ali como estava me rendi ao sono. O que me veio depois foi quase que um pesadelo. Não o vi, apenas o ouvi.

– Senhor!...Senhor! – Dizia o homem sacudindo-me sutilmente.

Despertei assustado. Naquele momento eu não sabia o que fazia ali e nem sequer onde estava. Aos poucos minha memória conturbada foi recobrando o vagão de um trem. Ainda sem olhar para o homem em pé a minha frente, passei de relance os olhos pela paisagem na janela e vi que a locomotiva ainda estava em movimento. Depois de alguns segundos e a consciência ativa por completo, me fixei no tipo que me acordara e que ainda permanecia de pé em minha frente.

– Posso te ajudar em alguma coisa, senhor? – Perguntei a ele.

– Poderia me sentar a seu lado? – Perguntou apontando como o dedo a poltrona vazia.

Hesitei um pouco em respondê-lo. Olhei a minha volta e vi vários lugares desocupados. “O que esse homem quer comigo? Por que não se sentou em outro lugar, ou por que não se sentou que seja a meu lado, mas sem avisar?”, pensei, e depois respondi, já certo de minha resposta e movido de curiosidade pela pergunta do homem.

– Claro, senhor, não me apetece ter dois lugares a meu dispor. – Respondi educadamente.

O homem que se sentou a meu lado portava um ar sério, típico de senhores de meia idade, que era aquilo que convencia ser, seja pela feição ou pela voz. Era alto e vestia um sobretudo preto e longo, com limites até a coxa, e por baixo uma camisa também preta, com botões, e um par de calças jeans, azul-escuro. O homem permaneceu silenciado, e eu receoso em lhe dirigir palavras. A esse altura digo a vocês, e com muito pesar, que aquela situação já havia sobrepujado em minha mente a tristeza que queria sentir pela querida amiga Consuelo. Era como se eu me sentisse na obrigação de sofrer junto a ela, fazendo assim sua dor ser mais branda. Mas isso era apenas uma mera fantasia de uma alma desesperada para ajudar, e que naquele momento, quase que forçadamente, já tinha outra ocupação, o homem a seu lado.

Logo em seguida o senhor quebrou o silêncio profundo em que se colocou ao sentar-se.

– Linda imagem, não? – Disse ele com o olhar em direção a janela, que agora revelava uma paisagem montanhosa ao longe.

Hesitei mais uma vez a sua pergunta, mas em seguida respondi rapidamente.

– Sim senhor, uma bela paisagem.

O homem se calou mais uma vez. Tornou-se mudo como antes. E isso me deixou aflito. Todos, mesmo os desconhecidos que já me fizeram companhia no trem, sem exceção, conversavam como papagaios, uns até me deixava farto em ouvi-los, mas os permitia prosseguir com seu assunto, afinal era isso que eu buscava, novas experiências e sensações liberadas por diálogos, ou até mesmo pela aparência peculiar ou simplista das pessoas que preenchiam o vagão onde eu estava. Mas aquele senhor quebrava a regra que já a tinha como essencial para o bom andamento da viagem, e não obstante a meu receio, naquela hora, mesmo fantasiado, me via num diálogo com ele. Até que de fato lhe dirigi a palavra :

– Como o senhor se chama?

No rosto do homem, até então desconhecido, vi se formar um pequeno sorriso, que à primeira impressão me pareceu sutilmente maléfico, mas segundos depois foi desfeito para dar espaço a resposta.

– Me chamo Pietro, mas se achar melhor pode me tratar como Piê…

– Não senhor, devo-lhe tratar como Pietro.

– Como quiser.

– Para onde vai? – Perguntei alguns segundos depois.

– Para Brada.

A cidade “refúgio”. Era assim que chamava Brada desde que comecei com minha “mania”. Uma cidade de paz e própria para um belo descanso de tarde. Era para onde fugia toda semana.

Naquela hora quis me aprofundar mais no diálogo, já sentia uma fagulha de ousadia nascendo.

– Uma bela cidade. O senhor mora lá?

– Não, somente estou a passeio.

Depois da resposta do senhor, que não o conhecia mais como um qualquer, agora tinha um nome, hesitei em prosseguir, já não sabia mais o que perguntar. Me veio a mente a característica recatada, discreta de Pietro, era a menos comum de se encontrar num vagão de trem, e merecia ser guardada. Enquanto o homem olhava para frente, tirei o pequeno caderno de anotações do bolso do casaco, e com o lápis que ali dentro havia, rabisquei algumas palavras relacionadas ao sucinto homem ao meu lado, escondendo a cena lateralmente a mim para que não visse. Mas de alguma forma ele a viu.

– Vejo que escreve, logo também vejo alguém que divide um hábito muito rico comigo. – Disse ele pousando sua mão sobre meu ombro.

Não me assustei de todo como da primeira vez, quando me despertou, mas aquele toque me veio como surpresa.

– Ah, sim, mas são apenas anotações, não escrevo para ser lido. E o senhor, escreve profissionalmente?

– Não, mas sou o tipo que não tem medo de se arriscar.

– Belas palavras Pietro. Creio que o senhor escreve muito bem.

Outra vez formou um sorriso sutilmente saliente nos lábios, mas não tão malévolo quanto o primeiro me pareceu. Logo depois levou a mão ao bolso do sobretudo que o cobria e também retirou um pequeno caderno.

– Não quero dizer o que acho de mim mesmo, mas se caso o senhor queira ler algo que escrevi e tirar suas próprias conclusões, sinta-se à vontade. – Disse ele me estendendo a caderneta que tinha na mão.

Tomei o que Pietro me oferecia e durante alguns segundos fixei o olhar na pequena capa escura do caderno onde havia seu nome : Pietro Guller. Estava convencido a abrir, e cria que encontraria algo de interessante nas escritas daquele senhor. Retirei o elástico que mantinha o objeto fechado e o abri na primeira página. Mas antes que eu pudesse ler aquelas palavra, fui interrompido pela mão de Pietro que fora colocada sobre a caderneta aberta, tampando assim minha visão em relação a escrita. Logo depois disse algumas palavras.

– Uma vez li em um livro a seguinte frase : “Depois que se acredita em uma árvore mágica, fica fácil crer em seus frutos”. Hoje, meu caro Hugo, vejo minha mente como essa árvore. – Ao terminar de falar retirou a mão de sobre a caderneta e se encostou novamente na poltrona.

Naquele momento não entendi nada que Pietro falou, e muito menos como pode descobrir meu nome se não lhe havia dito; ele nem sequer perguntou. Eu não era uma pessoa conhecida publicamente, era um simples professor de geografia da escola do bairro, e nunca tinha visto Pietro antes. Mas mesmo estando confuso por não saber como responder aquelas questões, resolvi me entregar a leitura do caderno.

«««Hugo Moraes

Jovem de 28 anos, filho de Eliza e Cornélio Moraes.

Mora em Terra do Leste com sua empregada, que já a considera como uma companheira. É solteiro.

É professor de Geografia.

Um fato interessante é sua mania, que se dá pelas viagens semanais que faz para Brada.»»»

«««Consuelo Ernesto

Senhora de 46 anos. Era empregada da família, mas quando Hugo se mudou de cidade, Consuelo o acompanhou a pedido dos pais do jovem. Sua família vive longe e não mantém muito contato com ela.»»»

Não sabia como Pietro havia conseguido aquelas informações, mas estava disposto a descobrir.

– O que é isso senhor? Onde conseguiu? – Perguntei apontando-lhe o pequeno caderno.

– Apenas leia Hugo. – Disse-me calmamente.

Virei a página.

«««Detalhes.

A história que vou contar se passa em Terra do Leste, onde o principal mora. O jovem, que chamarei de Hugo, será o narrador-personagem. Ele tem uma mania um quanto inusitada : gosta de viajar de trem, toda semana, com destino a Brada. E dessas viagens tira a oportunidade para conhecer pessoas e suas características também inusitadas. Suas idas e vindas se dá todo sábado.

No dia 10 de março de 2001, Hugo viajará, como de costume, mas antes que embarque, encontrará com Consuelo, que lhe contará o infortúnio que lhe ocorreu, a morte de seu mãe. Hugo se entristecerá por ela…”Será, creio eu, um dos dramas da história; é necessário um pouco de lágrima.”

No trem Hugo se encontrará…»»»

Virei novamente a página…Me senti aturdido. Não sabia o porquê daquelas palavras, a única coisa que sabia naquele momento era que discorria fatos que ,longe de serem mentiras, me faziam desconhecer tudo.

«««…comigo.

“O fim já tenho em mente.”»»»

Na página seguinte a história de fato começou a ser escrita. Já nas primeiras palavras do texto parei a leitura. Não podia continuar com aquilo. Me levantei, me coloquei de frente a Pietro, e o olhei nos olhos, mas não consegui dizer nada, apenas ouvi dele algumas palavras.

– Me entregue o caderno, por favor. – Entreguei-o. Pietro começou a ler para mim:

«««“O homem do trem

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«««Em minha caminhada sobre as estradas mais que efêmeras dessa vida, digo a vocês que experimentei mais que muitas e diversificadas sensações, desde as mais simples como sentir o viver, até as mais complexas promovidas pelo cruzar dos braços, ou vice e versa para alguns, e nessa primeira, o viver, não sei quanto a vocês, mas já não tenho tanta certeza se a sinto mais…»»»

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«««No sábado, acordei cedo, depois de uma noite agradável e calma de inverno…»»»

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«««Vi o rosto da jovem senhora se franzir tristemente. Era a última expressão que esperava ver no rosto de Consuelo, que sempre sorridente…»»»

«««Ela se foi. E eu permaneci parado, de cabeça baixa, ali no mesmo lugar…»»»

«««Durante os primeiros minutos da viagem, recostei a cabeça na janela ao lado e fechei os olhos…»»»

– Como o senhor se chama?

– Me chamo Pietro, mas se achar melhor pode me tratar como Piê…

– Uma vez li em um livro a seguinte frase : “Depois que se acredita em uma árvore mágica, fica fácil crer em seus frutos”. Hoje, meu caro Hugo, vejo minha mente como essa árvore…

«««Virei novamente a página…Me senti aturdido. Não sabia o porquê daquelas palavras, a única coisa que sabia naquele momento era que discorria fatos que ,longe de serem mentiras, me faziam desconhecer tudo.»»»

«««Na página seguinte a história de fato começou a ser escrita. Já nas primeiras palavras do texto parei a leitura. Não podia continuar…”»»»

– Como quer que eu termine, caro Hugo?

Hugo LC
Enviado por Hugo LC em 14/02/2013
Código do texto: T4138958
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