Insana loucura

Descascava o esmalte, tomava um vinho, fecha os olhos. Esperava pelo o fim do mundo

Ria descompassadamente após o 5º, 6º ou talvez 7º copo de vinho.

Havia cansado e decidido largar a vida que lhe tanto sofrimento trouxe.

Por entre o riso falso, surgiam lágrimas verdadeiras. Uma vida de derrota e dor, era o que lhe sobrará.

Levantou-se e saiu do bar.Uma das últimas, vale dizer. Não era das que saiam primeiro, nem que logo enjoavam de beber,

ela não, ficava horas, tomando um vinho barato, com sua cabeça girando, mas sem dar o braço a torcer e parar.

Ao sair, sentou-se na calçada, olhou pro céu já claro, limpou as lágrimas e exclamou:

- FODA-SE

perdeu seu raciocínio, sua ideia, sua cabeça. Pensara em namorar, brilhar, sair e desta vez, enfim levar alguém a sério.

O gosto amargo da solidão vinha cada vez mais forte, lhe deixando as traças.

"Sorriu ao ver um sorriso familiar. Era um amigo, de infância, ao qual ela havia perdido todo contato e do nada, lhe encontra

no momento mais trágico de sua vida.

conversaram horas. Ela expôs seu medo, seus dramas, seus lamentos e sua vida."

Sem perceber, se viu falando sozinha, na beira da calçada, o que achava ser alguém era apenas um fruto de sua imaginação

já bem desgastada pelo álcool. Voltou aos choros e lamentos ... olhou para o pulso, onde dizia: "Não desista ..", olhou

para a frente, levantou-se, ao atravessar a rua, ainda meio tonta, foi atropelada.

O socorro custou a chegar e o que ela tanto desejada, havia se concretizado. Ela havia subido ao paraiso, para enfim,

mudar o rumo de sua vida. Seja lá para onde que ela tenha ido, onde nunca se sabera, ela foi para onde o luar era mais belo

onde tudo era infinito.

Não se sabe como, nem porquê. Se foi vontade própria ou a loucura da bebida que havia lhe deixado de tal modo. Apenas

lhe surpreendera ver, a data de sua morte tatuada a baixo da frase "Não desista". Se sabia ou não, não importa, importa

que ela teve a vida que lhe foi destinada. Louca, insana, sem sentimentos. Foi alguém que nunca ergueu um dedo para ajudar

e nem mesmo um sorriso para melhorar, aprendeu desde cedo o quão amarga a vida pode ser.

Ninguém sabia, que tudo que lhe havido sofrer tanto, tinha sido um amor mal resolvido. Sendo que, ambos não sabiam o quanto

se amavam.

Vivera sem saber, morrera não sabendo.

Quem sabe num paraíso, num infinito, num inferno, onde possa estar, ela venha a saber que todo amor que ela negou-se a dar

lhe era reciproco. Ele lhe amara e hoje, sofre com sua ausência.

O desejo maior é que ela cuide-o, para que no tempo que passe, tudo se passe a vida volte a ficar colorida tanto a ele e

a ela, onde ela possa estar.

Izi
Enviado por Izi em 25/12/2012
Código do texto: T4053017
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