DIÁRIO DE ANGELS
Dia 28 de novembro de 1.887, Leon/Espanha.
Hoje acordei com você inteiramente em mim. Pela fresta suavemente roçava minha pele desnuda, zanzavas no meu corpo, fazendo minh'alma levitar e meus lábios murmurar um cântico desconhecido...
De olhos pranteados, com uma voz esvanecendo sussurrei baixinho:
- Entre! Não temas meu Doce Anjo! Leve-me nas suas asas afáveis. Você pode! Vamos p'ra nossa casa no monte. Vamos viajar para o novo horizonte. Onde o céu é suave e azul anil, o tempo é remoto e sereno. Vamos viver aquele alvorecer perfeito, compreender aquela saudade mística, sentir a fragrância fascinante, mirar o por-do-sol e correr de mãos dadas no trigal, nos banhar de beijos na cachoeira cristal. Ao anoitecer debaixo do manto das estrelas quero que me possua, benquisto que possua-me por completa, pra eu ser sua. A ternura que juntos podemos sentir é um prazer sem igual o resto é tudo banal! Que importa o passado e o futuro? ... Seremos sempre o presente... Só imploro: Não me traga de volta Anjo meu! Mas se tiveres que ir, permita-se e permita-me permanecer na essência deste paraíso! Peço-lhe apenas que consinta a eternidade deste momento... Meu bem querer, meu Doce Anjo.