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                         O   HOMEM   DAS   ESTRELAS

Seu Messias, um senhor de quase noventa anos, residia num pequeno sítio, herança dos seus antepassados. Cuidava na medida do possível da sua pequena terra como fonte baixa para a sobrevivência da sua pequena família, entre sua esposa e um casal de filhos solteiros, também de média idade. Entre os quatro reinava muita simplicidade, humildade, mas eram unidos como um grande exemplo de honestidade, responsabilidade e dignidade. O bom chefe, seu Messias chegava a ser, quase um historiador, muito ouvido atenciosamente pelos antigos amigos e população em geral do vilarejo localizado próximo da sua propriedade rural. Conhecia toda história e estórias da região, fato pelo qual se transformou num grande contador de histórias,  levando em conta o velho ditado popularesco: “quem conta um conto aumenta um ponto”.  Durante o transcorrer da sua vida se transformou num especialista sobre “habitantes dos outros planetas”, os extraterrestres de tantas outras dimensões ou extraterrestres, vindos de outras galáxias.  O que se denotava era que o velho Messias, pela sua pouca formação cultural e educacional nada teve de oportunidade para se aprofundar em ufologia, estando longe da referida terminologia, mesmo como ufólogo.  O muito que sabia e garantia categoricamente era a existência de vidas em outros distintos lugares fora da Terra.  Sobre “discos voadores” estava crente e convicto como o meio único de transporte destes extraterrestres.  Contava o início desta descoberta, desde a sua tenra idade, quando num dia, caindo à noite, socorrendo um novilho à beira de um riacho do seu sítio, viu uma estrela se movimentando, aumentando cada vez mais sua dimensão.  A mesma foi se aproximando do local de onde estava e pousou uns bons metros dele!  Ninguém desceu, mas aquele veículo nunca antes ouvira falar de algo parecido na Terra.  A aeronave se retirou indo na mesma direção da chegada.  Perplexo, amedrontado... levou ao conhecimento dos seus familiares onde todos não deram credibilidade a Messias, ainda bem criança.  Sobretudo não deteve o seu relato a outras incontáveis pessoas da sua região.  Os comentários se espalharam e Messias ficou sendo conhecido como “O HOMEM DAS ESTRELAS”.  Partindo deste princípio é que o seu Messias foi se tornando cada vez mais sociabilizado ao mundo dos “discos voadores”, muito distante de ser um ufólogo.   Foram grandes as insistências para que o convencesse ser tudo um fruto da sua imaginação.   O tempo foi passando, da sua adolescência a mais avançada idade.   Seu Messias, “O HOMEM DAS ESTRELAS” tornou-se famoso, conhecido num espaço longínquo demais!  Narrava às pessoas todo intercâmbio que obtinha constantemente com os seus amigos extraterrestres.  Deles recebia todas as orientações, passando a ser submisso a eles. Os contatos eram realizados ao entardecer, quando os supostos seres pousavam a beira do riozinho como da primeira vez.   Seu Messias se transformou num grande mito.  Passou, segundo as ordens dos seres extra o planeta Terra a ser um benzedor, aquele que atendia todas as espécies de aflitos, desesperados, principalmente os doentes que vinham ao seu encontro na busca de cura e suas melhorias.   Caravanas surgiam de todos os rincões.  As vítimas diziam ser curadas!  O bom curador com paciência e apreço atendia a todos que o procurava.  Os males das chagas da carne, geralmente eram indicadas ervas naturais com receitas passadas por Seu Messias, que ele mesmo as tinha.  Toda e qualquer classificação das espécies vegetais, ditadas pelos extraterrestres, com o tempo foram selecionadas e cultivadas, ora  em líquido ou secas, desidratadas, guardadas grande parte em vidros.  Seu Messias passou a ser um farmacêutico leigo, muito experiente, seguro... acertava sempre entre os que o procurava com muita precisão e cura.  Os distúrbios da alma tinha uma terapia específica entre preces, orientações, conselhos e  recomendações; num acompanhamento salutar, dedicado, espontâneo, fervoroso... levando a atenuar todo e qualquer mal ou sofrimento dos aflitos e  sofredores.  Conduzindo a sua vida desta forma, Seu Messias voltado às experiências trazidas pelos extraterrestres cumpria a cada dia do cotidiano os seus desígnios.  A velhice foi chegando e o velho Messias foi se enfraquecendo, abraçando pela consciência o mito que sempre fora.   Chegou o seu dia para a troca da vida à eternidade.  Com os seus quase noventa anos, já entregue ao leito, impossibilitado de readquirir as suas energias partiu num cair de tarde.  Ainda teve forças para dizer: - Vários discos voadores estão chegando, vêm me buscar e farei parte do mundo deles, à partir de hoje serei um extraterreno, deixarei de fazer parte da Terra que me habitou!... Dormiu para sempre!...  Houveram muitas reverências ao Seu Messias, “O HOMEM DAS ESTRELAS”, que atendendo o seu eminente pedido, os seus restos mortais foram sepultados no local onde sempre mantinha contato com os seus identificados extraterrenos.  Muitos ainda continuaram dando testemunhos de cura e atendimento, por meio de pedidos ao encontro do Seu Messias mesmo após o seu desaparecimento.  Um dos filhos do curador, já se iniciava à crença fervorosa do pai falecido, indício de um seguidor junto dos extraterrestres. Demonstrava ter herdado do seu progenitor, um futuro socorrista dos aflitos e necessitados.  Seria ele naquela região o próximo “HOMEM DAS ESTRELAS”???...   Somente o tempo futuro responderia isso, porque o processo evolutivo do HOMEM é a mesma luz que todos almejam hoje e sempre!...

                                         
                                                              
                                                                    


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Conto- Surrealista
Autor: Prof.Rodolfo Antonio de Gaspari
Imagem: Google

 

 

 
              
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roangas
Enviado por roangas em 14/11/2012
Reeditado em 14/11/2012
Código do texto: T3985140
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