"O BURACO" Conto surrealista de: Flávio Cavalcante

O BURACO

Conto surrealista de:

Flávio Cavalcante

Rio de Janeiro, Domingo dia 28 de outubro de 2012

Dentre outros sonhos que eu tive esse me chamou a atenção pelo fato de ter no elenco dessa ilusão pessoas que eu conheço no dia a dia, mas eles mesmos não se conhecem entre si, mas nessa ilusão todos se conheciam e trabalhavam juntos. Parece loucura, mas nossa mente produz imagens surpreendentes.

Eu estava em uma espécie de fazenda com um grupo de amigos do trabalho. Estávamos todos na expectativa á espera de um carro para servos levado á um local que até então eu não sabia onde era e pra que era. Só sei que se tratava de um dia de rotina de trabalho.

O cenário era uma fazenda era muito linda cheia de flores e verdes abundantes. Um cenário realmente de tirar o fôlego. O impressionante foi quando o dito veículo que ia nos locomover chegou no local. Causou-me estranheza, pois, o veículo não tinha motor e o formato era de uma abóbora como uma carruagem nos contos de cinderela. Tendo um diferencial que era todo feito de um metal sem cor alguma. As paredes eram vazadas. Parecia uma gaiola de metal em formato de abóbora. E o mais impressionante era que ele funcionava. Os motoristas que conduziam este veículo diferente eram dois, mas não tenho em mente de quem se tratava.

Começou então a entrar os passageiros da empresa. No meio dos funcionários tinha o encarregado rígido e ignorante que também nunca o vi em lugar algum. Uma espécie de líder que comandava o grupo. Ele não fazia parte da nossa empresa e éramos nessa ilusão prestadores de serviço. Sabíamos que era em mercado de perecíveis. Até aí todos nós estávamos certos de que aquela gaiola de ferro e sem motor estava nos levando á um supermercados para fazer o nosso papel representando a nossa empresa. De repente a história começou a ter outro rumo e entramos numa estrada não asfaltada. Tudo começou a estreitar e entramos num corredor estreito onde só tinha mato de um lado e do outro. Chegamos num ponto final na beira de um abismo e todos nós passamos momentos de terror; pois aquele veículo nada convencional parrou bem á beirado do buraco. Fica igual a uma balança equilibrada. Consigo ainda ouvir os gritos de pavor quando olhávamos para o fundo. Era um imenso buraco. A carruagem de metal parou beira daquele imenso buraco e tivemos uma terrível sensação de que estávamos á qualquer momento despencando de um precipício. No sonho eu sabia que estávamos fugindo completamente da nossa função e aquilo começou a me incomodar. Num passe de mágica todos os meus colegas de trabalho estavam descendo o buraco com enxadecos á punho e começaram a cavar aquele profundo buraco. Uns furavam braçalmente o chão de barro duro e outros acertavam as paredes para não desmoronar. O buraco era circular como um poço de tirar água.

Eu não conseguia me conformar e dizia em tom de revolta que eu não ia fazer aquele tipo de trabalho, pois não era a minha função. Eu não estava sendo pago para aquele tipo de trabalho. O que gerou um conflito entre eu e o encarregado.

Vi claramente todos agarrados no trabalho e saí dali revoltado com tudo e com todos.

Esses flashs enquanto dormimos têm umas coisas impressionantes. A nossa mudança de ambiente é num passe de mágica. E de repente eu estava dentro do meu local real de trabalho como deve ser, mas numa ansiedade grandiosa á procura de uma sandália de dedo tipo havaianas brancas com listas pretas e eu procurava por todo lugar e não conseguia achar. Encontrei uma sandália e as outras eram de pés contrários e não encaixava com a que eu estava procurando. Uma coisa muito louca. No local de trabalho eu sempre falava para algumas pessoas que não consigo recordar quem eram elas, mas falava numa grande revolta sobre o trabalho dos colegas dentro do buraco. Acordei ainda revoltado.

FIM

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 03/11/2012
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