uma noite a beira do mar

Era noite.

O céu estava coberto por estrelas e a praia estava composta por um enorme silencio que permitia que pudesse ouvir o barulho das ondas e o soprar do vento. Na imensidão daquela beleza, Lucy ia caminhando, observando detalhe por detalhe daquela noite. Ela achava, achava não, tinha certeza de que o adeus havia sido o melhor passo a ter dado. Algumas lágrimas cobriam seu rosto, ao lembrar que tudo poderia ter sido diferente, procurava não olhar para trás, pois sabia que o medo de arrepender-se viria. Naquele instante enquanto caminhava, ouviu um suave berro, de seu amigo, Artur.

- sua louca, venha amanha partiremos cedo, precisas descansar, por mais que seja perto,

Ela então o interrompe no meio da frase. sai correndo e atira-se aos braços de seu amigo e chorando lhe conta que havia acabado com a historia de vez e que podia enfim ir embora daquele lugar que só tinha lhe dado cicatrizes no coração. Ele então a abraça e a leva para o hotel.

Ela mal imaginária que Artur era completamente louco por ela, ele havia ficado feliz com aquela atitude de ter terminado com tudo que lhe prendia, e que então ela iria embora com ele, naquela noite, diferente das outras, ele não havia dormido, ficava imaginado e criando oportunidades de dizer a ela tudo que vinha sentido, mesmo que fosse rejeitado ele sabia que não desistiria, por ela esperaria cem anos.

Ao amanhecer, Artur, surpreendeu-se ao ver que Lucy, já havia se levantado, feito à mesa para o café e estava sentada na ponta do braço do sofá intacta, quando ela percebeu que ele a observava, sem se quer olhar lhe disse - as passagens estão sobre a mesa e friamente sorriu.

Ele então, aproximou-se e levemente beijou seu rosto e logo foi pegar as passagens, para não esquecerem.

- o dia está meio ruim, será que irá chover? Perguntou ele, como quem não quer nada.

- pouco importa como está tempo, só quero sair desse lugar, só quero voltar a viver como antes. Respondeu-lhe com uma voz fraca e um sorriso sem direção.

Ele sabia que poderia mudar a vida dela com todo amor que guardava durante tempos, mas também sabia que no momento isso poderia estragar tudo, afinal se ela soubesse que seu melhor amigo era completamente louco por ela, ficaria mais confusa do que estava e conhecendo ela como Artur conhecia, sabia que ela acabaria se afastando dele e isso era tudo que ele não queria como já havia dito, ele esperaria mais cem anos por ela, não seria necessário nenhum desespero, afinal eles tinham todo tempo do mundo.

- vamos logo, disse ela num tom de pressa.

Ela então, esperou Artur entrar primeiro no táxi, e logo que entrou foi logo colocando sua cabeça no seu ombro, Artur então, começava a puxar assuntos, contar piadas só para ter o privilégio de vê-la sorrir, sim era um privilegio, o simples fato de ela sorrir tornava o pior dos dias, no mais maravilhoso de todos.

- Chegamos ao aeroporto, disse o taxista.

Naquele instante ele percebe que ela havia adormecido e então pede ao taxista que leve as malas, enquanto ele a carrega no colo.

Entrou então, Artur agradeceu e pagou o taxista e foi logo para o embarque, entrou então no avião, sentou-se e ajeitou Lucy que ainda estava adormecida. Ele começava a se preocupar, pois ela havia dormido a noite, mas imaginou que ela estava então cansada, exausta e deixou-lhe dormir, o vôo era para perto, acreditava ele então que logo ela acordaria.

Teve uma turbulência, chuva e nada de Lucy acordar, Artur começava a se preocupar.

As horas iam passando e sua preocupação aumentando, logo que o avião posou pegou-a no colo e a carregou para um táxi, deixo malas e tudo mais, preocupava-se apenas em acordá-la.

- Pare no primeiro hospital, vá corra. Disse Artur em tom de desespero, seu medo de perdê-la começou a crescer e lagrimas já caiam do seu rosto, ele a abraçava e chorando pedia que acordasse, ele não sabia como isso havia acontecido, seu medo aumentava e seu desespero crescia. Chegando ao hospital, sem pestanejar invadiu o mesmo, pedindo que socorresen, logo vem uma médica e antes que ela perguntasse, ele diz.

- ela não acorda desde que saímos de casa, no avião, ela não acorda. Salve ela, é só o que lhe peço.

A doutora então, manda dois enfermeiros colocarem Lucy em uma maca, para que então sejam feitos exames.

Artur senta-se e com as mãos na cabeça, em lágrimas começa a se arrepender de não ter lhe dito tudo que sentia,

Ficava com medo de nunca poder dizer-lhe isso. A tarde vinha vindo e trazendo a chuva consigo, ele estava parado e a única imagem que vinha a sua mente era o sorriso dela e o único barulho que ouvia era o que ela fazia, quando sorria, em meio a uma boba lembrança que estava tentando, a doutora o interrompe para lhe dizer o que havia com Lucy.

- Pelo que pudemos ver, ela tentou suicídio. Tomou um coquetel de calmantes, fizemos uma lavagem estomacal e creio que ficará tudo bem.

Suicídio? Disse Artur, num tom assustado.

Ela não tentaria cometer um crime desses contra a própria vida.

- Ela teve alguma desilusão, perda no momento? Perguntou a Doutora

- Sim, ela perdeu os pais num acidente não faz nem três meses ainda e ontem rompeu com o noivo. Respondeu Artur, tomado pelo nervosismo.

- Bem, ai está talvez o motivo. Sugiro que a leva num psicólogo para que converse com ela, para que isso não venha a se repetir. Disse a medica já se despedindo de Artur.

- Sim, farei o possível e o impossível, para vê-la bem, doutora, Respondeu-lhe.

Logo que ela saiu, ele foi diretamente ao quarto ao Lucy estava ela parecia estar acordada, logo Artur foi entrando, ela olhou para ele, como se estivesse com vergonha do que tinha feito, e pediu-lhe desculpas.

Artur, desculpe ser esse fardo na sua vida, sempre dando-lhe trabalho, eu sei que sou ..

Antes que pudesse continuar, ele a interrompe

- Lucy, eu realmente não a vejo como um fardo para mim, pelo contrario, o maior prazer da minha vida é viver ao teu lado,

Te segurando em cada queda, rindo do teu sorriso. Por mais que eu saiba que não seje o momento, eu quase te perdi e não disse o que tanto tenho pra te dizer, somos amigos há tanto tempo e desde um tempo que a minha amizade foi mudando, se transformando e hoje eu posso te dizer que eu te amo e que estou disposto a esperar o tempo que for por ti e que estarei disposto também a te ajudar nesse fase que estais passando, e .. Lucy o interrompe e apenas lhe diz:

- Não continuei, apenas peço isso!

Não imaginas o quanto seria dolorido te desapontar, não iria suportar o fato de perder o grande amigo que sempre foste para mim ..

Não perderias este amigo jamais,fique sabendo, independente do que acontecer serei sempre este rapaz que vive a correr junto a ti, nunca te obrigaria a ficar comigo e não peço nada em troca dessas palavras que lhe disse, apenas que um dia, quem sabe no meio de uma frase ou de um papo furado, tu olhe nos meus olhos e possas ver que sempre serei teu e quando quiser um colo, um passeio de mãos dadas, um elogio verdadeiro, eu sempre estarei ali para fazer e quanto a me machucar, não se preocupe por você, qualquer dor vale a pena.

Nesse momento, ela senta-se na cama, limpando as lágrimas e rindo chama Artur, que já ia se afastando.

- Se eu te der uma chance, conseguiria me prometer uma coisa, apenas?

Ele rapidamente olha e sorrindo, lhe diz

- Prometeria qualquer coisa ..

Ela então, segurando sua mão, lhe diz ao pé do ouvido

- Tira aquela bandeira do grêmio da sala, por favor .

Ele rindo, apenas lhe diz

- Já vi que vamos ter muito que conversa quando sairmos daqui né

Ela então, puxa-o e beija ele.

“Destruindo as grades que lhe prendem,

Voando para longe,

Sendo feliz,

independente do que passou

Você perceberá que o que realmente importa

e vale a pena é o que vivemos hoje,

Agora!

Izi
Enviado por Izi em 19/09/2012
Código do texto: T3890573
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