As pegadas de outrora, o vento apenas levou
Sua vida era um desvio de olhares, uma perda de sintonia que a exprimia no corredor da rotina, seus passos lentos em contato com o final da luz sempre desapareciam para acompanhar o vento.
- Esse, que sempre voa alto em direção ao infinito...
E seus olhos voltados para o caminho, pouco enxergavam diante da imensidão.
- Era um trilho cheio de tropeços.
Do qual a jovem moça, pouco experiente, percorria seu caminhar.
Em um suspiro que lhe faltava ar, ela conseguia um acesso, que só o seu coração nas lembranças, se acendia para guardar as flores que nunca murcham.
``Raios fulgidos rompem as lembranças de outrora´´
- Em um desvanecer atrito as marcas da dor rasgam-a em corpo. E um alcançar eterno volta a pulsar de suas profundezas.
- Era um despertar?!
Do qual ela nem se lembrava de que sonhava?!
Apenas um domínio nascera sobre a lucidez, de uma imagem embaçada na memória, mas com delirante clareza acendia-se como uma chama que queimava cada pensamento obscuro que lhe assombrava.
Avistava em meio uma visão lúcida, um distante nevoeiro, erudito, que na profundeza silenciosa meditava nos montes vastos de outro tempo... Onde ainda, conseguia alcançar as flores mais belas, somente para toca-las.
Ele não as carregava consigo, preferia vê-las livres, mas guardava a essência do orvalho no intimo de sua alma, onde, além da vida, continuam guardadas, protegidas pelo amor!
- Ela percebeu que quando a dor a rasgou em corpo, ela alcançou a profundeza da alma, e mesmo que de quase nada se lembrara, há coisas que ela sempre soubera, mas que por algum motivo havia esquecido.
A essência ainda continua guardada em seu intimo, agora ela enxerga, mesmo nas tristezas, as alegrias mais profundas da existência.
Já não avista o horizonte com os olhos da face, mas sim, com o eterno olhar da alma.
- Numa marca sem começo e fim. Pois as pegadas de outrora o vento apenas levou...