EU ESTIVE LÁ...
Eu caminhava ao pé da montanha, cujo declive era suave, o dia ainda não tinha amanhecido, mas eu podia ver claramente a mata serrana rala, que a tudo circundava, predominando pequenos arbustos e gramíneas que se espalhavam pelas fendas das rochas e pedras de que era formada aquela região. Atraída pelo barulho de um motor que vinha do céu, pude observar um grande avião que a o mesmo tempo que se aproximava da montanha, ele diminuía em altitude muito rápido, ficando ainda maior! Pressenti pelo barulho estranho do motor, que havia algo errado acontecendo com aquele avião. Em frações de segundos sem que eu possa explicar, me vi dentro desse avião, todas as luzes se ascenderam iluminando os passageiros em pânico, alguns ainda presos as suas poltronas e outros correndo de um lugar ao outro sem saber o que fazer, gritos aterrorizados, preces, súplicas a Deus, choros e de repente, como num passe de mágica eu já estava lá fora, no pé da serra novamente, olhei para cima e vi a explosão! O avião explodira como uma bomba, ali diante dos meus olhos! Destroços em chamas voaram pelo ar, fragmentos e partes de corpos se misturando a bagagens e partes da fuselagem foram se espalhando por toda a vegetação! Um terrível espetáculo se desenrolou ali, diante dos meus olhos! Parada, petrificada, acompanhei tudo, sem sequer uma reação! Depois de toda a destruição, veio o silêncio mortal, tétrico, fúnebre, triste, nem mais um grito ou lamento...
O dia acabara de amanhecer. Sentei-me na cama assustada, e pensei: --Meu Deus, que sonho horrível! Parecia que eu estava lá! Como de hábito me levantei e fui para o banho. Preparei-me, ajeitei tudo para minhas filhas e segui para mais um plantão no pronto socorro. Foi um plantão de 12 horas bastante corrido, com muitas emergências. Um vai e vem constante, mas graças a Deus tudo correu bem! Após a passagem de plantão, me encaminhei para casa que ficava na mesma rua. Caminhei sem pressa, pois já havia corrido muito!
Ao passar pela portaria do prédio em que eu morava, pude ouvir duas vizinhas que conversavam no corredor e comentavam sobre um acidente ocorrido, não prestei muita atenção, pensei: deveria ser mais um acidente de tantos que passam nos noticiários todos os dia...e subi os degraus sem muita pressa. Ao entrar no meu apartamento, coloquei a bolsa no lugar, como sempre fazia e automaticamente liguei a tevê, quase entrei em choque quando me deparei com o cenário na tela! A notícia era sobre um acidente de avião e o local era o mesmo do meu sonho, a mesma montanha, os mesmos destroços, era a mesma tragédia! Com o controle na mão fui me sentando lentamente no sofá, com os olhos arregalados e presos a tela dizendo pra mim mesma: -- Meu Deus, eu vi tudo isso! Eu estava lá! Lágrimas escorreram pelo meu rosto... Revi tudo perfeitamente, o desespero dos passageiros, o pavor no rosto de todos, os gritos e a explosão...Fiquei parada, perplexa, sem entender como eu estivera lá?
Mas... Eu estive lá...
Sonia Maria Piologo
Eu caminhava ao pé da montanha, cujo declive era suave, o dia ainda não tinha amanhecido, mas eu podia ver claramente a mata serrana rala, que a tudo circundava, predominando pequenos arbustos e gramíneas que se espalhavam pelas fendas das rochas e pedras de que era formada aquela região. Atraída pelo barulho de um motor que vinha do céu, pude observar um grande avião que a o mesmo tempo que se aproximava da montanha, ele diminuía em altitude muito rápido, ficando ainda maior! Pressenti pelo barulho estranho do motor, que havia algo errado acontecendo com aquele avião. Em frações de segundos sem que eu possa explicar, me vi dentro desse avião, todas as luzes se ascenderam iluminando os passageiros em pânico, alguns ainda presos as suas poltronas e outros correndo de um lugar ao outro sem saber o que fazer, gritos aterrorizados, preces, súplicas a Deus, choros e de repente, como num passe de mágica eu já estava lá fora, no pé da serra novamente, olhei para cima e vi a explosão! O avião explodira como uma bomba, ali diante dos meus olhos! Destroços em chamas voaram pelo ar, fragmentos e partes de corpos se misturando a bagagens e partes da fuselagem foram se espalhando por toda a vegetação! Um terrível espetáculo se desenrolou ali, diante dos meus olhos! Parada, petrificada, acompanhei tudo, sem sequer uma reação! Depois de toda a destruição, veio o silêncio mortal, tétrico, fúnebre, triste, nem mais um grito ou lamento...
O dia acabara de amanhecer. Sentei-me na cama assustada, e pensei: --Meu Deus, que sonho horrível! Parecia que eu estava lá! Como de hábito me levantei e fui para o banho. Preparei-me, ajeitei tudo para minhas filhas e segui para mais um plantão no pronto socorro. Foi um plantão de 12 horas bastante corrido, com muitas emergências. Um vai e vem constante, mas graças a Deus tudo correu bem! Após a passagem de plantão, me encaminhei para casa que ficava na mesma rua. Caminhei sem pressa, pois já havia corrido muito!
Ao passar pela portaria do prédio em que eu morava, pude ouvir duas vizinhas que conversavam no corredor e comentavam sobre um acidente ocorrido, não prestei muita atenção, pensei: deveria ser mais um acidente de tantos que passam nos noticiários todos os dia...e subi os degraus sem muita pressa. Ao entrar no meu apartamento, coloquei a bolsa no lugar, como sempre fazia e automaticamente liguei a tevê, quase entrei em choque quando me deparei com o cenário na tela! A notícia era sobre um acidente de avião e o local era o mesmo do meu sonho, a mesma montanha, os mesmos destroços, era a mesma tragédia! Com o controle na mão fui me sentando lentamente no sofá, com os olhos arregalados e presos a tela dizendo pra mim mesma: -- Meu Deus, eu vi tudo isso! Eu estava lá! Lágrimas escorreram pelo meu rosto... Revi tudo perfeitamente, o desespero dos passageiros, o pavor no rosto de todos, os gritos e a explosão...Fiquei parada, perplexa, sem entender como eu estivera lá?
Mas... Eu estive lá...
Sonia Maria Piologo