O VENTO E A BELA.

Fremiam, espantados grãos de areia,

Diante daquela ventania paradoxal,

Até os rapaces com seus bicos aduncos,

Distanciaram-se, naquele tosco instante,

Frívolas relvas negavam-se em solavancos,

Admitir tal situação inconstante e nocente.

Columbídeos de varias castas, aproximavam-se,

Sentiam achaque e em desabalada carreira,

Abalroavam suas asas em fuga,

Quando, um belo arquétipo, embebido em nuvens,

Surgiu, das cinzas, do horizonte, da linha do equador,

Linda, pelos esvoaçantes, lôbregos sentimentos,

Lívida silhueta, porém, com esbeltas linhas,

Como em uma catarse, manteve-se inabalaba,

Sorridente, reparava as folhas serem arrebatadas das árvores,

Pela impetuosidade daquele que transformava o natural em insólito,

Mas, serenamente, mantinha-se interposta naquele cenário caótico,

Para ela, pleno de beleza, impessoal e único.

Por: Jaymeofilho.

28/07/2012.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 28/07/2012
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