Me and My Wanderlust
Na noite passada, os braços dela embalaram meu sono. Em meus sonhos, ela tinha me contado histórias, e sussurrado de lugares que eu precisava ver.
E na mesma manhã, eu acordei disperso, no meu quarto vazio, disperso. Ela ainda chamava por mim, só que dessa vez lá fora. Provocava-me, pintando em minha janela uma cena de nós dois, juntos, descendo aquela estrada de chão, as mãos dadas ao contemplar o céu azul e as nuvens de poeira sumindo na grama verde. Estava decidido: eu tinha que ir embora.
Deixei tudo para trás, com a mochila nas costas e o frio na barriga. No horizonte, uma nuvem cinza sobre os campos dourados, trazendo a certeza da chuva. E na minha cabeça, vestia a incerteza enquanto colocava meu chapéu. Pelo caminho eu ia, com uma bagagem preenchida de fé e esperança.
Ela me chamava, mesmo com aquele tempo feio. A cada passo, eu me sentia mais próximo. Quase podia tocá-la. O ônibus parou, trazendo a hora de botar o pé na estrada. Sentamo-nos, um do lado do outro, vendo a chuva cair no vidro. Tudo o que tínhamos era a incerteza, o sorriso no rosto e a cabeça dela em meu ombro.
Viajamos sozinhos, só nós dois. Me, and my Wanderlust.