Madeiras e rosas
Quando eu não estiver mais aqui as lágrimas que escorreram e ninguém viu as estrelas vão poder me testemunhar. Por quantas vezes parada bem lá no alto pensei em pular onde as lágrimas caiam e na metade do caminho evaporavam antes mesmo de cair ao chão? As montanhas poderão me testemunhar. Milhares de vezes em que trancada em meu canto soltava gritos desesperados em silêncio deixando rastros invisíveis ali, as paredes poderão me testemunhar. Por tantas vezes procurei por abrigo em braços em que eu mesmo abandonei! Eram momentos tão tristes em que a solidão se ospedava sem escrúpulos e sem pudor, os meus dedos tocavam minha face tentando disfarçar e esconder o sangue que do meu olhar escorriam. E nas diversas vezes que o meu peito já cansado de bater por feridas nunca curadas, cicatrizes doloridas e feridas abertas? Onde eu procurava expressar de forma tão discreta sem saber soltar sem saber desabafar... O meu coração poderia testemunhar se ainda estivesse batendo. Dolorosamente e temporariamente lágrimas vão descer entre madeiras e rosas sem saber que deixei por mim testemunhas que nunca poderão compartilhar daquilo que vivi.