Eternamente
Eternamente
A menina subiu na mureta. Sentiu o vento batendo suavemente em seu rosto, sorriu. O pôr-do-sol deixava a cidade cada vez mais bonita. O laranja do sol de fim de tarde refletindo no rio Potengi deixava a cena tão mais amável!
Ali de cima, o barulho da cidade não chegava, permitindo que ela quase escutasse o som do sol ao encostar na água do mar. Claro, era sua imaginação somente, mas trazia certa paz e serenidade a seu coração. Ela pensava e pensava em tudo que vinha acontecendo em sua vida, todos os seus anseios, seus desejos, suas perdas... Seus pecados. Mas, ainda assim, se sentia feliz e leve.
O homem subia a escada, mas aquilo não a assustava mais. Tinha se acostumado àquele ritual. Ele vinha. Ela sangrava. Ele ia embora. Mas não daquela vez... Desceu do muro que a separava do mundo. Centrou-se nele. O homem puxou seu cabelo, ele gostava quando ela gritava e gritava de dor. Dessa vez, ele percebeu que ela estava diferente. Mal percebeu quando ela fez um rápido movimento e cortou a veia de sua coxa. O sangue jorrou. Dessa vez, ele gritou. E dessa vez, outras pessoas vieram. E se de desesperaram... Por ele, pelo monstro.
O vento agitou ternamente seus cabelos. O chão acariciou ternamente sua face. Enfim, ela estava em casa. Pronta para o que acontecesse...
... Subiu na mureta. Sentiu o vento batendo suavemente em seu rosto, sorriu. O pôr-do-sol deixava a cidade cada vez mais bonita. O laranja do sol de fim de tarde refletindo no rio Potengi deixava a cena tão mais amável... Escutou o barulho da cidade. Escutou o homem subindo as escadas. Escutou o homem gritando. Sentiu o chão lhe acolhendo.
Subiu na mureta. Sentiu o vento batendo suavemente em seu rosto, sorriu. O pôr-do-sol deixava a cidade cada vez mais bonita. O laranja do sol de fim de tarde refletindo no rio Potengi deixava a cena tão mais amável... Escutou o barulho da cidade. Escutou o homem subindo as escadas. Escutou o homem gritando. Sentiu o chão lhe acolhendo.
Subiu na mureta... Para sempre.