O submundo de Catarine Gray
Flores negativas, essas aí plantadas nos campos de grama parda. Essas que fazem fotossíntese na luz violeta dos astros, astros globulares e psicodélicos. Hipnose na imagem que se olha, alucinação no reflexo que se vê, loucura no tato que se sente. Fome e satisfação, cura e desgraça, juntas, misturadas. Os paladares ousados que provam dos frutos enlouquecem; o tabaco cresce no solo infértil, ninguém ousa testar o fumo frutacor. Penas de pavão nascem das árvores como folha, as pessoas que as colhem se espetam nos espinhos. Catarine Gray criou esse submundo em sua mente, lá ela joga aqueles que julgam sua peculiaridade, aqueles que a chamam de insana. Isolada em seu quarto anil e agachada no canto da cama ela captura seus inimigos os quais não escolheu ter e os põem para experimentar as sensações de sua dimensão, assim eles compreenderão o quão fascinante ela é, assim poderão encontrar suas próprias estranhezas, estranhezas que tornam as pessoas comuns.