o reflexo do nada

Abri os olhos, vi o teto branco do meu quarto iluminado apenas por um pequeno raio de sol que atravessara a cortina. Meu coração ainda batia um pouco acelerado, estava tenso, mal parecia que recém havia acordado. Será que tive alguma espécie de pesadelo?

Fiquei ali encarando o teto, perdido em pensamentos, será que realmente não poderia dormir mais um pouco? Logo que passou aquele primeiro momento me voltou a preguiça, fui me revirando na cama para ficar cada vez mais enrolado naquele edredom vermelho tão aconchegante... edredom vermelho? ... podia jurar que meu edredom era azul escuro.

Encaro novamente o teto... assim que reparei que a lâmpada nele era florescente voltei a ficar um tanto tenso, pois não havia esse tipo de lâmpada em meu quarto. Nesse momento a preguiça desapareceu por completo, levantei da cama em um pulo. Olhei para as paredes cor azul claro, onde havia retratos de um senhor de barba branca pescando com um garoto, provavelmente seu neto. Na parede oposta tinha uma estante com alguns troféus de futebol ou algo parecido, não consegui distinguir no primeiro momento, o que importava é que aquele não era definitivamente o meu quarto... onde eu estaria? Será que saí bebi demais e acordei na casa de alguma garota? Afinal, isso já aconteceu antes... mas pelos troféus, a foto na parede e a cor do quarto não me parecia bem isso... ai ai.

Me ergui da cama, eu estava usando apenas uma bermuda, um tanto surrada, que também não era minha. Calcei um par de chinelos que se encontrava ao lado da cama e fui um tanto amedrontado até a porta do quarto. Abri a porta com um certo receio, espiei por ela entre aberta e vi que logo adiante havia uma sala – cozinha um tanto rústica. As paredes eram de madeira como o restante da casa, não havia nenhuma luz a não ser a que entrava pela janela, pela força do sol aparentava ser perto de duas da tarde ou algo assim. Caminhei pé por pé até o cômodo, fui reparando em alguns molinetes e equipamentos de pesca pendurados na parede, assim como o peixe empalhado que havia em cima da lareira apagada. Na mesa, havia um saco com pães, provavelmente do dia anterior pelo aspecto um tanto murcho.

Além da sala havia apenas um pequeno banheiro, pelo jeito eu estava sozinho naquela casa. Procurei por roupas ou algo para me enrolar, mas não encontrei nada... será que realmente mora alguém aqui? Que especie de casa é essa onde não se encontra roupas? Enfim, ficar ali parado não responderia minhas duvidas de como vim parar aqui ou até mesmo onde diabos eu estava.

Sem mais alternativas e vendo que não havia um telefone na casa, abri a porta e olhei para a rua. Eu estava em uma cabana, havia mato um tanto alto lá fora, logo percebi que se tratava da entrada de uma grande área arborizada onde havia apenas uma trilha dentre o mato que conduzia até uma estrada pavimentada, provavelmente uma rodovia pela altura. Olhei na volta para achar alguma sinalização ou ao menos ver se um carro passava, mas foi em vão. Decidi me aproximar da rodovia calmamente, me senti bem ao sair pra rua e pegar um pouco de sol.

Sentei-me à beira da rodovia por meia hora aproximadamente, dali não se avistavam casas , nem comércios e muito menos passava uma viva alma de carro... a espera só me deixava mais ansioso, assim decidi voltar a cabana.

Quatro horas... quatro horas... era o que dizia o pequeno relógio de corda que achei no chão da sala. Não sei que horas levantei ao certo, mas creio que mais de duas horas haviam se passado desde que levantei e não vi uma viva alma desde então. Essa dúvida já me deixava com um frio no estomago até, cheguei a imaginar que fosse alguma sacanagem de algum amigo, talvez tenham me dado um porre e me deixado aqui no meio do nada pra rir da minha cara, mas acho que já teriam vindo me buscar se fosse este o caso.

“Pensa cara, pensa” falei pra mim mesmo, mas eu não conseguia me lembrar de nada que aconteceu, nem na última noite e muito menos na última semana. Nada aparecia acalmar meu nervosismo, então tomei a decisão de sair caminhando pela rodovia, afinal ficar parado sozinho no meio do nada não iria melhorar minha situação nem um pouco.

“É muito azar” Pensei pra mim mesmo enquanto caminhava, nenhum sinal de vida se revelou até o momento, o sol havia baixado consideravelmente e o frio estava começando a me incomodar. Segui uma boa distância caminhando e resmungando, ao menos não me senti tão incomodado enquanto caminhava, pareceu acalmar minha curiosidade. Logo mais adiante puxei o relógio do bolso da bermuda, eram cinco e meia. O sol no horizonte estava alaranjado e se preparando para se pôr no máximo dentro de uma hora, uma hora e meia talvez. Sentei na beira da rodovia novamente para retomar um pouco o folego, olhava para os lados desesperadamente na esperança de ver algum carro, mas como todos meus esforços desde que acordei também foi em vão. Já ficando desesperado, apoiei a cabeça com as mãos, quase arrancando os cabelos, foi aí que avistei algo escuro caído entre o mato que cercava a rodovia. Me ergui em um pulo e fiquei olhando a distancia sem identificar o que era aquilo, então fui me aproximando. Uma roupa velha? Sei lá, parecia algo assim, acho que ... sim... era um jaqueta. Corria para apanhá-la, como se fosse um morador de rua correndo atrás de uma nota de 10 levada pelo vento, mas a minha alegria deu lugar a expressão de susto com a qual eu acordei nesse dia... a jaqueta... era minha!

Parei encarando a jaqueta no chão por alguns minutos até que resolvi apanhá-la. Ela estava com um rasgado no ombro esquerdo, um tanto desfiado, mas não lembro de te-la rasgado, assim como não lembro nada do que aconteceu ultimamente. Coloquei a mão em um dos bolsos, havia um maço de cigarros filtro vermelho, um isqueiro estilo zippo, mas imitação barata e já um tanto gasto, por mais que eu não tivesse certeza nesse momento se eu fumava ou não acabei acendendo um cigarro. Coloquei a jaqueta e senti mais um leve volume no bolso, coloquei a mão e apanhei uma foto e um molho de chaves.

Olhei a moça loira da foto por longos minutos, ela me parecia um pouco familiar e ao mesmo tempo tão desconhecida, não sei como explicar ao certo mas foi uma sensação um tanto estranha no momento. Quando dei por conta o sol quase tinha se posto, eu precisava continuar a caminhar até achar um lugar habitado, pois não me parecia muito confiável ficar nesse lugar deserto à noite, daí sim que eu não iria querer encontrar ninguém nessas condições.

A noite já havia caído e havia poucas estrelas no céu, meus pés já estavam doendo, eu sentia sede e fome, mas mesmo assim seguia caminhando para espantar o frio que me incomodava novamente. Lá pelas tantas quando estava quase pensando em parar avistei uma luz além de uma das curvas que a estrada fazia, dei mais uns passos contornando a árvore que tapava a minha visão, foi quando avistei uma pequena construção, parecia ser um posto de gasolina, um tanto velho, mas perfeito para mim, finalmente um contato com a civilização.

Apertei o passo, fiquei ansioso, desesperado até para chegar lá, finalmente as coisas começariam a se esclarecer, eu ligaria para casa, alguém viria me buscar e chegando lá tudo iria ser esclarecido. Logo que cheguei a frente do posto vi ao lado a carcaça de uma caminhonete Ford, bem antiga. Haviam duas bombas de gasolina que nem aparentavam mais funcionar e a porta do estabelecimento com uma placa de cafeteria logo acima.

Entrei no recinto sem pensar duas vezes, logo que consegui abri a porta as pessoas que se encontravam lá dentro já me olharam de um jeito nada simpático. Havia uma senhora de idade já servindo o café, um sujeito com uma aparência um tanto caipira, bem magro, com rosto sujo e um outro homem, por volta de 40 anos, um tanto acima do peso. Eu parei e fiquei olhando eles um tanto nervoso, ai que me lembrei que eu estava usando apenas uma jaqueta e uma bermuda velha, pois vi que o homem acima do peso me olhava dos pés a cabeça.

- O que quer aqui garoto? – Perguntou o homem

- Será ... que eu posso usar o telefone? – Perguntei gaguejando

- Vai em frente – disse o sujeito parecendo ficar mais mau humorado ainda e apontando para a parede onde o telefone se encontrava.

Caminhei até o telefone e o apanhei ainda um tanto nervoso, mas tudo bem, agora era só ligar para casa e acabar com tudo isso... finalmente isso teria fim...

- Mas qual é o telefone da minha casa?- Perguntei para mim mesmo para ver se lembrava

O homem gordo soltou uma grande gargalhada

- Viu isso Primo? O Garoto nem sabe o telefone da própria casa – Falou rindo

O Outro caipira caiu na risada também, até mesmo a senhora que serviu o café começou a rir. Me senti nu nesse momento, meu estomago pesou, de repente a sensação de fome virou uma sensação de náusea muito forte. Corri até o banheiro, ainda escutando os risos de fundo, vomitei um pouco pelo caminho até chegar no vaso. Fiquei ali por uns longos minutos, quando criei coragem para sair o bar estava vazio... e lá estava novamente eu sozinho.

2

Me encontrava ali parado, encarando as paredes do lugar, não havia uma viva alma, todos saíram tão rápido, estava me sentindo mal, mas lembraria de ouvir passos fortes de alguém correndo ou até mesmo o barulho da porta batendo... reparo no balcão... a um porta retratos quebrado, a face esta para baixo... me aproximo e ergo a foto, nela esta aquelas 3 figuras que eu vi a pouco no bar, exatamente com as roupas com as quais eu os vi. Tirei a foto cautelosamente do porta retrato e olhei no verso onde estava escrito “Colegas do Café, 1971”.

“1971?” pensei... em que ano estamos? 2001? 2004? Não consigo lembrar com exatidão nem o ano, eu já não sabia se minha memoria estava fugindo ou se eu ainda não tinha me dado conta do quanto eu esqueci ... será que valeria a pena lembrar?

Fico ali perdido em pensamentos, cada vez mais confuso com o que pode estar acontecendo, quando vejo uma luz surgindo... sim... é um farol de um carro e esta parando no posto. Me aproximo cautelosamente da janela, não quero sair até ter certeza se não é mais uma espécie de alucinação ou algo do gênero. Um jovem desce do carro, ele olha para os lados e se afasta até o lado do café para urinar. Observo que dentro do carro há mais pessoas, não consigo ver ao certo quantas por causa da película escura não muito forte que recobre os vidros. Após pensar um pouco tomei coragem para sair.

Assim que abri a porta do café o jovem que estava voltando tomou uma expressão de susto, parou no meio do caminho e ficou me olhando sem fazer nenhum movimento, ai que lembrei novamente das roupas que eu estava trajando.

- Oi – Falei

- E ai carinha, tudo bem ai? – Perguntou o Jovem ainda um tanto ressabiado

- Mais ou menos, você saberia me dizer aonde eu estou?

- Cara... você não sabe aonde você tá? Nossa, você deve tá curtindo uma viagem e tanto – Falou o Jovem parecendo ficar um pouco mais calmo. – Meu nome é Juliano.

- Meu nome é ... – Travei ao ver que não conseguia lembrar nem do meu próprio nome.

- Putz cara, você não lembra nem do seu nome ? – Perguntou o Juliano.

- Acho que não – Respondi- Olha, sei que pode ser estranho, mas você poderia me dar uma carona a um lugar mais civilizado?

- Posso sim – Disse o rapaz voltando ao olhar de preocupação

- Tudo bem ai? – Perguntou uma moça abrindo o vidro do carro.

- Sim Sim, só vamos dar uma carona pro amigo aqui – Disse Juliano forçando um sorriso.

- Ah tá – concordou a moça voltando a expressão de preocupação.

- Essa é a Tina, a minha irmã e o namorado dela o Michael também tá com a gente – falou Juliano- Então vamos nessa?

Fiz um sinal de afirmativo com a cabeça. Entrei no carro e me sentei no banco de trás junto com a moça, ela ficou um tanto tensa com a minha presença.

- Então cara, você só lembra de estar aqui no meio do nada? – Perguntou Juliano olhando pelo retrovisor.

- Mais ou menos isso – Falei olhando pelo vidro.

- Noite difícil – Comentou Tina parecendo ficar ainda mais assustada, por obvio, quem não ficaria?

Não sei ao certo, mas me deu uma sensação de peso, parecia que eu estava caindo ou algo assim, vi uma especie de luz forte e depois foi como se eu voasse pelo ar... quando na verdade eu voei pelo vidro após ver um caminhão saindo de uma pequena estrada de chão que veio a toda velocidade contra o carro. Não senti meu corpo, apenas vi o vidro frontal partindo enquanto eu passava por ele... meu corpo bateu contra o chão uma ou duas vezes, mas eu não conseguia sentir dor, muito menos sentir meus pés ou as minhas mãos. Abri os olhos e lá estava eu novamente no carro, o veiculo estava parado e todos me olhavam assustados.

- Cara, você é esquisito hein – Comentou Juliano

- O que aconteceu? – Perguntei

- Você simplesmente apagou mas de olho aberto – Falou Tina

- Não sei ao certo o que aconteceu – falei tentando lembrar da cena que acabará de passar na minha cabeça, mas parecia estar me fugindo.

- Já chega – reclamou Michel virando para mim. Ele sacou uma pistola nove milímetros e apontou direto para o meu nariz. – Desce do carro porra.

- Que é isso Michael – reclamou Tina tomando um susto maior ainda.

- Oh oh oh, calma ai Michael – falou Juliano

- Sei lá que porra de maluco é esse, mas eu não vou carregar psicótico nenhum, agora desce da porra do carro – Gritou Michael.

Depois o silêncio permaneceu... quando me dei conta a arma já estava na minha mão e todos me olhavam assustados, até eu mesmo não entendi como eu a tomei do Michael.

- Cara, fica calmo aê , o Michael só tava assustado não fez por mal – Disse Juliano levantando as mãos.

- Obrigado pela carona – falei

Desci do carro, guardei a arma na cintura da bermuda. O Frio estava de rachar, mas enfim, não sabia o que estava acontecendo e muito menos queria arrumar algum tipo de incomodação. Assim que desci os jovens arrancaram com o carro me deixando para trás em instantes, mas me senti até melhor por alguma razão ao voltar a caminhar. Acendi um cigarro e continuei, me sentindo mais confiante dessa vez.

Mais ou menos meia hora de caminhada, ao virar mais uma das curvas vejo algumas luzes, no primeiro momento me senti tranquilo ao avista-las, mas logo em seguida uma certa preocupação tomou conta de mim ao ver que era uma viatura de polícia parada na estrada, notei que havia algumas pessoas lá e uma ambulância. Me viram, agora eu não podia voltar... por que peguei aquela arma mesmo?

Fui me aproximando e um policial já estava com a lanterna virada na minha direção, notei que logo atrás da viatura tinha um carro um tanto estraçalhado, bem próximo a entrada de uma estrada de terra. Não liguei os fatos logo no início, mas alguns passos depois, uma das figuras que estava ao lado do policial apontou a mão na minha direção e disse “Foi ele”. Antes que eu pude-se pensar do que se tratava o policial já estava com a arma apontada na minha direção, ergui as mãos instintivamente no momento que isso aconteceu e continuei a me aproximar.

Logo mais o policial ordenou que eu ficasse de joelhos e me algemou. Quando ele me levou para a viatura que notei o que se passava, a moça que me acusou de algo era Tina, ela estava um tanto machucada. No outro canto da faixa estava Juliano sentando enquanto alguém limpava um corte em seu rosto, sobrando ainda um saco preto com um corpo dentro que deduzi que seria o Michael.

- Foi um caminhão não foi? – Perguntei enquanto era colocado para dentro da viatura. Tina ficou me olhando um tanto pasma com algumas lagrimas correndo pelo rosto.

- Então você realmente esta envolvido né espertinho? – Disse o policial com uma cara de deboche ao fechar a porta do carro.

O que estaria realmente acontecendo? Simplesmente acordo sem me lembrar de nada da minha vida, em um lugar que nunca vi, vendo pessoas que nunca conheci que simplesmente desapareceram no ar. Se já não basta-se tudo isso ainda previ um acidente e acabei sendo preso por alguma coisa que eu não fiz... ou será que eu fiz? Bom... já não importa. O policial entra no carro, da a partida e me leva creio eu rumo à delegacia mais próxima. Conforme o carro acelerou senti uma forte dor de cabeça e uma espécie de flash surgiu diante dos meus olhos ... parecia que meu cérebro iria explodir.

Abri os olhos e encarei aquele teto acinzentado de concreto. Senti um pouco de dor nas costas e ainda uma leve dor de cabeça ainda restava. “Putz... outro teto desconhecido... o que aconteceu dessa vez?” pensei para mim mesmo enquanto me erguia da cama. Eu estava em uma cela de prisão muito pequena pelo jeito, mas não lembrava do que aconteceu até eu chegar ali.

- Resolveu acordar? – Perguntou um homem sentado com um jornal na mão. Assim que foquei melhor os olhos nele identifiquei o distintivo de xerife, o que significava que eu deveria estar em uma cidade um tanto pequena.

- O que aconteceu? – Perguntei alguns instantes depois

- Falaram que você estava na viatura e simplesmente apagou – respondeu o xerife voltando a encarar o Jornal.

- Por que eu estou preso? – perguntei novamente.

- Bom, você foi suspeito de ter atingido o carro dos jovens com um caminhão, mas enfim, achamos o motorista bêbado logo depois, você só continua atrás dessas grades por portar uma arma de fogo sem ter licença para isso. Malditos garotos, enchem a cara, compram uma arma e acham que são os malditos caras do Matrix. Acham que são o desgraçado do Clint Eastwood. – Resmungou o xerife. – Fora que você não possui nenhum documento de identificação... que tal me falar seu nome filho?

- Queria ter a resposta para isso – Falei encarando o chão.

- Ah sim filho, sei como é, aqui todo maldito homicida cria amnésia ao ser preso. Nada de novo – disse o xerife .

Tentei me aproximar da grade, mas cada passo que eu dava em direção a ela parecia que o peso do meu corpo aumentava. Eu ainda não havia comido nada e estava me sentindo mais fraco do que nunca. Continuava tentando me aproximar a grade, mas uma grande sonolência tomou conta de mim, o medo voltou com tudo, pois já imaginava que eu iria apagar novamente e foi realmente o que aconteceu.

A minha visão estava um tanto desfocada, me vi de pé em frente a uma pequena igreja. Uma pequena luz saia lá de dentro, provavelmente uma vela pois não havia uma única luz sem ser aquela no local. Sentia claramente que tinha a presença de alguém me observando da rua, mas não ligava nem um pouco para isso. Eu encarava a porta daquela igreja fixamente, até que puxei um revolver de dentro da jaqueta.

Acordei no quarto... era apenas um sonho. Eu estava caído no chão. Encarei aquelas paredes estranhas daquele quarto que não era meu, com o edredom vermelho e a lâmpada florescente... e de alguma forma o retrato da parede do senhor de barba com o neto segurando orgulhosamente um peixe me tranquilizava de certa forma que eu não me importava daquilo tudo não fazer sentido.

Jonas Tiago Silveira
Enviado por Jonas Tiago Silveira em 02/01/2012
Reeditado em 24/10/2019
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