Sou anjo (?)

Sozinha,

Afogada na sequência de soluços surdos que em meu coração se ecoa, perdida por entre as lágrimas que insistem em cais tocando e molhando todo o papel que escrevo.

Ouço o sussurrar do vento, que consciente, diz para eu não dar fim ao que eu estava fazendo, talvez o próprio vento não falasse mais nada por si mesmo, mas talvez, minha mente queria parar, meu corpo não.

Pequenas gotas de chuva começam a cair e tocam minha face gélida, pelo vento que a pouco soprava.E meu rosto já estava adormecido demais para sentir qualquer coisa.Os pingos se tornando cada vez mais fortes e mais largos, se misturavam com minhas lagrimas.

O parapeito daquele prédio, parecia mais escorregadio como antes, dou uma olhada rápida para a rua que se estendia ladeira abaixo, ela estava solitária também, há essa hora, onde a escuridão já era acostumada fácil pelos meus olhos, mas quem housasse enfrentar, por imediato, seus olhos lhe doeriam.

Não pestanejo, acompanhando o vento, agora brisa, que me ajuda a pular do 39° andar me parece convidativo e, por um impulso, me jogo...

A queda se torna lenta, minhas histórias e lembranças passam como um pequeno filme, me recordando, principalmente das rejeições, das lágrimas, dos medos e das fases ruins (e muitas) da minha vida.O vento mais forte que a brisa anterior, balança meus cabelos com mais rebeldia, minhas costas doem, mas não creio que seja culpa da queda.E quando me dou conta; depois de todo o pânico de:"como não morri"; foi que eu descobri, porque eu vi, esfreguei os olhos, incrédula, e então, acreditei que aquela dor eram minhas asas, grandes, em um tom de lilás perfeito, curvadas para traz, numas batidas rapidas para me manter no ar:

Descobri que podia voar!

Paloma Maggiotto
Enviado por Paloma Maggiotto em 26/12/2011
Código do texto: T3406546
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