Lamento de uma árvore
Num lindo pasto verde de uma fazenda,é onde vivo,sólitária,olho para os lados e não vejo nada.
Olho para trás e também não vejo nada.
Mais á frente,a alguns metros de distância,vejo minha amigas,eu as chamando,mas elas mão me ouvem ou fazem não me ouvir.
Muitas vezes fico triste,balanço meus galhos,derramo minhas folhas pelo pasto para mudar um pouco a paisagem.Olho para frente e vejo lá longe,uma estrada onde as pessoas vão e voltam de algum lugar.
Algumas delas até olham para mim,mas não dão muita importância.
Gosto mesmo é do fim de semana,quando as crianças chegam eo pasto fica cheio delas,pulando,brincando,jogando bola,subindo nos meus galhos fazendo deles balanço.
Fico mais feliz ainda quando elas se recostam em mim,para desfrutarem da minha sombra e descansarem seus corpinhos para depois voltar às suas travessuras.
Minhas amigas distantes ficam com ciúmes das crianças,pois elas não gosta de brincar com elas.
Porque além de dar sombras e galhos para brincarem,eu ainda lhes dou meus frutos para comerem e elas não.
Sinto-me lisonjiada por elas preferirem brincar comigo,mas acaba o fim de semana e com ele a minha alegria.
Ficaria novamente sozinha e triste sem ninguém para se importar comigo.
Tristeza maior senti um dia,quando amanheceu e começou a ventar.Veio a chuva fina e gelada batendo em minhas folhas,fazendo-as cair.
A chuva apertou e virou um temporal e com ele uma enxurrada.
-Socorro!Socorro!-eu ouvia ao longe.
Eram minhas amigas,coitadas,sendo levadas pelas àguas da tempestade.Mas eu nada podia fazer por elas.
O temporal e o vento levaram minhas folhas e meus frutos,ficaram quebrados,aluns ate caídos.
Mas eu não podia lamentar,pois ainda estava em pé.Um dia,chegará a primavera,e minhas folhas voltarão a brotar e terei o mesmo brilho que o pasto verde.
E mesmo assim continuarei sózinha,ainda mais sózinha.
Mas também!quem se importa com a solidão de uma árvore?