Solos e conjuntos

Os postes na via pública estavam apagados. Dias antes um garoto que morava próximo atirou uma pedra. Os caminhantes daquela localidade ficaram no escuro por quase suas vidas todas.

As promessas, as expectativas, as rodas de um par de patins. Uma nave espacial que a rondava e agia como seu grande anjo da guarda. A criança crescia e antes não se apercebia. Quando percebemos?Quando exatamente?

Ela gostava de matemática e amava a música, reflexos distantes do seu lugar.

Por que algumas pessoas não são terráqueas?Por que algumas pessoas não podem expor seus labirintos com seus pequenos jardins repletos de madressilvas?A única exibição, onde demonstrava, era na voz e nos sons que o pai gravou. Não quero falar de abdução, ela não foi capturada pela nave mãe, nem sabemos ao certo se existe vida fora dos labirintos e jardins que mencionei. Por que algumas pessoas não são terráqueas?Por que passamos a vida batendo o queixo?Que mundo é este de temperatura elevada que nos derrete pelos pólos?

Em silencio com apenas uma pequena claridade os transeuntes puderam notar as grandes asas do anjo. Cochilados no tempo e espaço não viram quando o anjo nave alongou sua última penugem e afagou a menina. Inesgotável são as madressilvas, finitos são os labirintos. Ela voltará para casa em uma enorme Clave de Sol.

Lála Lazúli
Enviado por Lála Lazúli em 19/10/2011
Código do texto: T3285955
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