"O ladrão dos pássaros" (seminale) seminalenko santosov ministro sexologo da corte de gorobixaba
O ladrão de pássaros
Minha protetora, D. Eliza contava um historia, uma espécie de lenda que teria ocorrido no interior da floresta negra há muitos anos...
Havia um povoado onde o que mais encantava no lugar era a quantidade de passarinhos de varias cores e cantos. Bastava colocar pequenino recipiente com um pedaço de fruta, logo chegavam cantando alegres um pintassilgo, sanhaço violino, azulão.. Após o repasto a criaturinha de penas enchia o peito e entoava um belo canto, reclinava respeitosamente, e voava para outra janela. Os dias sempre começavam alegremente com os jardineirinhos da atureza que buliçosos pulavam de galho em galho, trazendo finos gravetos e pequenas flores em seus bicos.
No final da tarde, o silêncio do inicio da noite era anunciado pelo canto melancólico do sabiá laranjeira;
“Leva ,bem longe a minha querida”
Que de saudade canto bem assim...
Que de amor, alegra minha vida
Afasta a tristeza que há em mim”
Um dia de outono, quando as nuvens negras escureceram os céus aconteceu um estranho e tenebroso fato: Retumbante trovão foi ouvido por toda a parte e ventos fortes com silvos ameaçadores encurvaram os finos caules das jovens arvores. Pequenos ninhos eram arrancados e levados a distancia, deixando no solo os ovinhos com os nascituros passarinhos...
Subito uma carroça puxada por dois cavalos entrava no vilarejo e estacionava próxima a entrada da floresta negra. Durante toda noite ouviu-se o som grave de um violoncelo que entoava u’a música belíssima, porem noturna envolvente... Ninguem dormiu, posto que uma sensação de algo ruim estaria por acontecer...
Quando o novo dia chegou e os raios brilhantes de sol aqueceram os telhados, secaram as gotas de chuva das folhas, que deixavam-se rolar calmamente, sobre o chão nenhum pio canto foi ouvido.
Nenhuma ave apareceu deixando as janelinhas com suas cortinas quadriculadas, repletas de pedacinhos de maçã...
Os dias seguintes sucederam na maior tristeza, pois as aves não só emudeceram, mas desapareceram do alegre vilarejo.
Ah! Que a melancolia ameaçou de morte a esperança!
Mas não há mal que sempre dure; e sentindo a falta da musicalidade cantante da passarada que chegava a torre da igrejinha de São Elesbão, o velho anjo Osvaldo, meio anjo, meio morcego, já que suas asas, há muito rotas pelo tempo, resolveu investigar o sumiço dos pássaros.
Apesar de bem velho, o quase arcanjo possuía um tino de detetive e estranhou as marcas de rodas de carroça indo em direção ao interior da floresta negra...
Lembrara que há décadas, um fato terrível acontecera: Um casal de camponeses desaparecera para nunca mais voltarem do interior da misteriosa floresta negra!Diziam que o tenebroso Mefisto teria sido o culpado...
Destemido, o anjo Osvaldo entrou pelas alamedas escuras, contemplando as vigorosas árvores que fundiam suas copas, impedindo que a luz atingisse o solo. Com isso eram poucas as vegetações rasteiras, flores silvestres sempre ávidas a luz solar. Quando havia percorrido uns oitocentos metros ouviu u’a melodia estranhamente bela tocada por violoncelo, bem como maviosa voz de tenor e percebeu a letra que flutuava com a musica, impregnando toda a floresta:
“Deixem dormitarem suas almas pequenas
Pois elas terão assim um sono profundo
Que para mim elas morrerão bem serenas
E, enfim não mais pertencerão e este mundo”
A estupefação foi enorme quando a visão incrível de inúmeros passarinhos pousados, tristes nas árvores em torno do negro pântano, narcotizados pela inebriante ação de Mefisto com seu violoncelo. O anjo Osvaldo há muito conhecia a intenção de transformar todas as aves do mundo em abutres agourentos, carniceiros e traiçoeiros!
A atmosfera em torno do pântano era propicia e não tardaria para que a estranha solenidade de transfiguração começasse. Mefisto, figura de rosto emagrecido, pequeno cavanhaque afilado, cabelos soltos desgrenhados, permanecia com os olhos cerrados, provavelmente envolvido também com a musica satânica, imaginava a legião de abutres que o acompanharia em sua senda luciferica!
O anjo Osvaldo, sentindo que a situação era gravíssima, pois o destino de milhares de aves estaria próximo ao fim, inclinou-se e aspirando do fundo da terra uma energia sobrenatural, evocou todos os deuses e semideuses, entidades celestes, serafins, arcanjos numa prece fervorosa:
"Que a mim, pobre anjo moribundo
Recaia todas as pragas, aqui e agora
Mas afasta de todas as aves do mundo
Deste tormento e o pranto desta hora”!
Surgido do céu não se sabe bem de onde, um pequeno aveno, um flautim de madeira de cujos som ouvia-se uma pastoral melodia, sai da boca do pobre do anjo que sem esforço algum emitia as notas mais lindas que jamais imaginara ter ouvido, e principalmente tocar.
A maravilhosa musica provocou uma loucura em Mefisto que começou a rodopiar vertiginosamente, e desapareceu sob a forma de redemoinho de vento!
Os pássaros voltaram a cantar, brincar e logo retornaram ao vilarejo.
Os habitantes portando acordeon, tambor, sinos começaram dançar alegremente...
Os dias então voltaram a ser felizes, pois as aves estavam salvas!
Quando D. Eliza terminou este conto verifiquei que eu com meus cinco anos, deixara o prato vazio...
O ladrão de pássaros
Minha protetora, D. Eliza contava um historia, uma espécie de lenda que teria ocorrido no interior da floresta negra há muitos anos...
Havia um povoado onde o que mais encantava no lugar era a quantidade de passarinhos de varias cores e cantos. Bastava colocar pequenino recipiente com um pedaço de fruta, logo chegavam cantando alegres um pintassilgo, sanhaço violino, azulão.. Após o repasto a criaturinha de penas enchia o peito e entoava um belo canto, reclinava respeitosamente, e voava para outra janela. Os dias sempre começavam alegremente com os jardineirinhos da atureza que buliçosos pulavam de galho em galho, trazendo finos gravetos e pequenas flores em seus bicos.
No final da tarde, o silêncio do inicio da noite era anunciado pelo canto melancólico do sabiá laranjeira;
“Leva ,bem longe a minha querida”
Que de saudade canto bem assim...
Que de amor, alegra minha vida
Afasta a tristeza que há em mim”
Um dia de outono, quando as nuvens negras escureceram os céus aconteceu um estranho e tenebroso fato: Retumbante trovão foi ouvido por toda a parte e ventos fortes com silvos ameaçadores encurvaram os finos caules das jovens arvores. Pequenos ninhos eram arrancados e levados a distancia, deixando no solo os ovinhos com os nascituros passarinhos...
Subito uma carroça puxada por dois cavalos entrava no vilarejo e estacionava próxima a entrada da floresta negra. Durante toda noite ouviu-se o som grave de um violoncelo que entoava u’a música belíssima, porem noturna envolvente... Ninguem dormiu, posto que uma sensação de algo ruim estaria por acontecer...
Quando o novo dia chegou e os raios brilhantes de sol aqueceram os telhados, secaram as gotas de chuva das folhas, que deixavam-se rolar calmamente, sobre o chão nenhum pio canto foi ouvido.
Nenhuma ave apareceu deixando as janelinhas com suas cortinas quadriculadas, repletas de pedacinhos de maçã...
Os dias seguintes sucederam na maior tristeza, pois as aves não só emudeceram, mas desapareceram do alegre vilarejo.
Ah! Que a melancolia ameaçou de morte a esperança!
Mas não há mal que sempre dure; e sentindo a falta da musicalidade cantante da passarada que chegava a torre da igrejinha de São Elesbão, o velho anjo Osvaldo, meio anjo, meio morcego, já que suas asas, há muito rotas pelo tempo, resolveu investigar o sumiço dos pássaros.
Apesar de bem velho, o quase arcanjo possuía um tino de detetive e estranhou as marcas de rodas de carroça indo em direção ao interior da floresta negra...
Lembrara que há décadas, um fato terrível acontecera: Um casal de camponeses desaparecera para nunca mais voltarem do interior da misteriosa floresta negra!Diziam que o tenebroso Mefisto teria sido o culpado...
Destemido, o anjo Osvaldo entrou pelas alamedas escuras, contemplando as vigorosas árvores que fundiam suas copas, impedindo que a luz atingisse o solo. Com isso eram poucas as vegetações rasteiras, flores silvestres sempre ávidas a luz solar. Quando havia percorrido uns oitocentos metros ouviu u’a melodia estranhamente bela tocada por violoncelo, bem como maviosa voz de tenor e percebeu a letra que flutuava com a musica, impregnando toda a floresta:
“Deixem dormitarem suas almas pequenas
Pois elas terão assim um sono profundo
Que para mim elas morrerão bem serenas
E, enfim não mais pertencerão e este mundo”
A estupefação foi enorme quando a visão incrível de inúmeros passarinhos pousados, tristes nas árvores em torno do negro pântano, narcotizados pela inebriante ação de Mefisto com seu violoncelo. O anjo Osvaldo há muito conhecia a intenção de transformar todas as aves do mundo em abutres agourentos, carniceiros e traiçoeiros!
A atmosfera em torno do pântano era propicia e não tardaria para que a estranha solenidade de transfiguração começasse. Mefisto, figura de rosto emagrecido, pequeno cavanhaque afilado, cabelos soltos desgrenhados, permanecia com os olhos cerrados, provavelmente envolvido também com a musica satânica, imaginava a legião de abutres que o acompanharia em sua senda luciferica!
O anjo Osvaldo, sentindo que a situação era gravíssima, pois o destino de milhares de aves estaria próximo ao fim, inclinou-se e aspirando do fundo da terra uma energia sobrenatural, evocou todos os deuses e semideuses, entidades celestes, serafins, arcanjos numa prece fervorosa:
"Que a mim, pobre anjo moribundo
Recaia todas as pragas, aqui e agora
Mas afasta de todas as aves do mundo
Deste tormento e o pranto desta hora”!
Surgido do céu não se sabe bem de onde, um pequeno aveno, um flautim de madeira de cujos som ouvia-se uma pastoral melodia, sai da boca do pobre do anjo que sem esforço algum emitia as notas mais lindas que jamais imaginara ter ouvido, e principalmente tocar.
A maravilhosa musica provocou uma loucura em Mefisto que começou a rodopiar vertiginosamente, e desapareceu sob a forma de redemoinho de vento!
Os pássaros voltaram a cantar, brincar e logo retornaram ao vilarejo.
Os habitantes portando acordeon, tambor, sinos começaram dançar alegremente...
Os dias então voltaram a ser felizes, pois as aves estavam salvas!
Quando D. Eliza terminou este conto verifiquei que eu com meus cinco anos, deixara o prato vazio...