o ladrão dos pássaros
O ladrão de pássaros
Minha protetora,D.Eliza contava um historia,uma espécie de lenda
que teria ocorrido no interior da floresta negra há muitos anos...
Havia um povoado,onde o que mais encantava no lugar,era a quantidade
de passarinhos de varias cores e cantos.Bastava colocar pequenino recipiente com um pedaço de fruta ,e,logo,chegavam,cantando alegres,um pintassilgo,sanhaço violino,azulão ...Após o repasto,a criaturinha de penas,enchia o peito e entoava um belo canto,reclinava,respeitosamente,e voava para outra janela.Os dias ,sempre começavam alegremente com os jardineirinhos da natureza,que,buliçosos,pulavam de galho em galho,trazendo finos gravetos e pequenas flores em seus bicos.No final da tarde,o silencio do inicio da noite era anunciado pelo canto melancólico do sabiá laranjeira;
“Leva ,bem longe,a minha querida”
Que de saudade,canto,bem assim...
Que de amor,alegra minha vida
Afasta a tristeza que há em mim”
Um dia de outono,quando as nuvens negras escureceram os céus, aconteceu um estranho e tenebroso fato:Retumbante trovão foi ouvido por toda a parte e ventos fortes com silvos ameaçadores encurvaram os finos caules das jovens arvores.Pequenos ninhos eram arrancados e levados a distancia ,deixando ,no solo ,os ovinhos com os nascituros passarinhos...
Subito,uma carroça puxada por dois cavalos entrava no vilarejo e estacionava próxima a entrada da floresta negra.
Durante toda noite,ouviu-se o som grave de um violoncelo que entoava u’a musica belíssima,porem soturna,envolvente...Ninguem dormiu ,posto que,uma sensação de algo ruim estaria por acontecer...
Quando o novo dia chegou e os raios brilhantes de sol,aqueceram os telhados,secaram as gotas de chuva das folhas que deixavam-se rolar,calmamente,sobre o chão,nenhum pio,canto foi ouvido.Nenhuma ave apareceu,deixando as janelinhas com suas cortinas quadriculadas,repletas de pedacinhos de maçã...
Os dias seguintes sucederam na maior tristeza,pois,as aves,não só,emudeceram,mas desapareceram do alegre vilarejo.
Ah!que a melancolia ameaçou de morte a esperança !...
Mas,não há mal que sempre dure e ,sentindo a falta da musicalidade cantante da passarada que chegava a torre da igrejinha de São Elesbão,o velho anjo Osvaldo ,meio anjo,meio morcego,já que suas asas,há muito rotas pelo tempo,resolveu investigar o sumiço dos pássaros.
Apesar de bem velho,o quase arcanjo,possuía um tino de detetive e
estranhou as marcas de rodas de carroça indo em direção ao interior da floresta negra...
Lembrara que há décadas,um fato terrível acontecera:Um casal de camponeses desaparecera,para nunca mais voltarem do interior da misteriosa floresta negra!Diziam que o tenebroso Mefisto teria sido o culpado...
Destemido,o anjo Osvaldo entrou pelas alamedas escuras,contemplando as vigorosas arvores que fundiam suas copas,impedindo que a luz atingisse o solo.Com isso,eram poucas as vegetações rasteiras,flores silvestres sempre ávidas a luz solar.Quando havia percorrido uns oitocentos metros,ouviu u’a melodia estranhamente bela tocada por violoncelo ,bem como,maviosa voz de tenor e,percebeu
a letra que flutuava com a musica,impregnando toda a floresta:
“Deixem dormitarem suas almas pequenas
Pois,elas,terão,assim, um sono profundo
Que,para mim, elas morrerão bem serenas
E,enfim,não mais pertencerão e este mundo”
A estupefação foi enorme,quando a visão incrível de inúmeros passarinhos pousados,tristes nas arvores em torno do negro pântano,narcotizados pela inebriante ação de Mefisto com seu violoncelo.O anjo Osvaldo ,há muito conhecia a intenção de transformar todas as aves do mundo em abutres agourentos,carniceiros e traiçoeiros!
A atmosfera em torno do pântano era propicia e não tardaria para que a estranha solenidade de transfiguração começasse.Mefisto,figura de rosto emagrecido,pequeno cavanhaque afilado,cabelos soltos desgrenhados,permanecia com os olhos cerrados,provavelmente,envolvido,também com a musica satânica ,imaginava a legião de abutres que o acompanharia em sua senda luciferica!
O anjo Osvaldo,sentindo que a situação era gravíssima,pois,o destino de milhares de aves estaria próximo ao fim,inclinou-se e,aspirando do fundo da terra uma energia sobrenatural,evocou todos os deuses e semideuses,entidades celestes,serafins,arcanjos numa prece fervorosa:
“que a mim,pobre anjo moribundo
Recaia todas as pragas ,aqui e agora
Mas,afasta de todas as aves do mundo
Deste tormento ,e o pranto desta hora”!
Surgido do céu,não se sabe,bem de onde,um pequeno aveno,um flautim de madeira de cujos som,ouvia-se uma pastoral melodia ,sai da boca do pobre do anjo que,sem esforço algum,emitia as notas mais lindas que,jamais ,imaginara ter ouvido,e,principalmente,tocar.
A maravilhosa musica provocou uma loucura em Mefisto que começou a rodopiar vertiginosamente,e desapareceu sob a forma de redemoinho de vento!Os pássaros voltaram a cantar,brincar e,logo retornaram ao vilarejo.Os habitantes,portando acordeon, tambor,sinos começaram dançar alegremente...
Os dias,então,voltaram a ser felizes,pois,as aves estavam salvas!
Quando D.Eliza terminou este conto,verifiquei que,eu com meus cinco anos,deixara o prato vazio...
O ladrão de pássaros
Minha protetora,D.Eliza contava um historia,uma espécie de lenda
que teria ocorrido no interior da floresta negra há muitos anos...
Havia um povoado,onde o que mais encantava no lugar,era a quantidade
de passarinhos de varias cores e cantos.Bastava colocar pequenino recipiente com um pedaço de fruta ,e,logo,chegavam,cantando alegres,um pintassilgo,sanhaço violino,azulão ...Após o repasto,a criaturinha de penas,enchia o peito e entoava um belo canto,reclinava,respeitosamente,e voava para outra janela.Os dias ,sempre começavam alegremente com os jardineirinhos da natureza,que,buliçosos,pulavam de galho em galho,trazendo finos gravetos e pequenas flores em seus bicos.No final da tarde,o silencio do inicio da noite era anunciado pelo canto melancólico do sabiá laranjeira;
“Leva ,bem longe,a minha querida”
Que de saudade,canto,bem assim...
Que de amor,alegra minha vida
Afasta a tristeza que há em mim”
Um dia de outono,quando as nuvens negras escureceram os céus, aconteceu um estranho e tenebroso fato:Retumbante trovão foi ouvido por toda a parte e ventos fortes com silvos ameaçadores encurvaram os finos caules das jovens arvores.Pequenos ninhos eram arrancados e levados a distancia ,deixando ,no solo ,os ovinhos com os nascituros passarinhos...
Subito,uma carroça puxada por dois cavalos entrava no vilarejo e estacionava próxima a entrada da floresta negra.
Durante toda noite,ouviu-se o som grave de um violoncelo que entoava u’a musica belíssima,porem soturna,envolvente...Ninguem dormiu ,posto que,uma sensação de algo ruim estaria por acontecer...
Quando o novo dia chegou e os raios brilhantes de sol,aqueceram os telhados,secaram as gotas de chuva das folhas que deixavam-se rolar,calmamente,sobre o chão,nenhum pio,canto foi ouvido.Nenhuma ave apareceu,deixando as janelinhas com suas cortinas quadriculadas,repletas de pedacinhos de maçã...
Os dias seguintes sucederam na maior tristeza,pois,as aves,não só,emudeceram,mas desapareceram do alegre vilarejo.
Ah!que a melancolia ameaçou de morte a esperança !...
Mas,não há mal que sempre dure e ,sentindo a falta da musicalidade cantante da passarada que chegava a torre da igrejinha de São Elesbão,o velho anjo Osvaldo ,meio anjo,meio morcego,já que suas asas,há muito rotas pelo tempo,resolveu investigar o sumiço dos pássaros.
Apesar de bem velho,o quase arcanjo,possuía um tino de detetive e
estranhou as marcas de rodas de carroça indo em direção ao interior da floresta negra...
Lembrara que há décadas,um fato terrível acontecera:Um casal de camponeses desaparecera,para nunca mais voltarem do interior da misteriosa floresta negra!Diziam que o tenebroso Mefisto teria sido o culpado...
Destemido,o anjo Osvaldo entrou pelas alamedas escuras,contemplando as vigorosas arvores que fundiam suas copas,impedindo que a luz atingisse o solo.Com isso,eram poucas as vegetações rasteiras,flores silvestres sempre ávidas a luz solar.Quando havia percorrido uns oitocentos metros,ouviu u’a melodia estranhamente bela tocada por violoncelo ,bem como,maviosa voz de tenor e,percebeu
a letra que flutuava com a musica,impregnando toda a floresta:
“Deixem dormitarem suas almas pequenas
Pois,elas,terão,assim, um sono profundo
Que,para mim, elas morrerão bem serenas
E,enfim,não mais pertencerão e este mundo”
A estupefação foi enorme,quando a visão incrível de inúmeros passarinhos pousados,tristes nas arvores em torno do negro pântano,narcotizados pela inebriante ação de Mefisto com seu violoncelo.O anjo Osvaldo ,há muito conhecia a intenção de transformar todas as aves do mundo em abutres agourentos,carniceiros e traiçoeiros!
A atmosfera em torno do pântano era propicia e não tardaria para que a estranha solenidade de transfiguração começasse.Mefisto,figura de rosto emagrecido,pequeno cavanhaque afilado,cabelos soltos desgrenhados,permanecia com os olhos cerrados,provavelmente,envolvido,também com a musica satânica ,imaginava a legião de abutres que o acompanharia em sua senda luciferica!
O anjo Osvaldo,sentindo que a situação era gravíssima,pois,o destino de milhares de aves estaria próximo ao fim,inclinou-se e,aspirando do fundo da terra uma energia sobrenatural,evocou todos os deuses e semideuses,entidades celestes,serafins,arcanjos numa prece fervorosa:
“que a mim,pobre anjo moribundo
Recaia todas as pragas ,aqui e agora
Mas,afasta de todas as aves do mundo
Deste tormento ,e o pranto desta hora”!
Surgido do céu,não se sabe,bem de onde,um pequeno aveno,um flautim de madeira de cujos som,ouvia-se uma pastoral melodia ,sai da boca do pobre do anjo que,sem esforço algum,emitia as notas mais lindas que,jamais ,imaginara ter ouvido,e,principalmente,tocar.
A maravilhosa musica provocou uma loucura em Mefisto que começou a rodopiar vertiginosamente,e desapareceu sob a forma de redemoinho de vento!Os pássaros voltaram a cantar,brincar e,logo retornaram ao vilarejo.Os habitantes,portando acordeon, tambor,sinos começaram dançar alegremente...
Os dias,então,voltaram a ser felizes,pois,as aves estavam salvas!
Quando D.Eliza terminou este conto,verifiquei que,eu com meus cinco anos,deixara o prato vazio...