UM ENCONTRO NADA COMUM

Certa noite, estava a vagar pela ruas da cidade Kaiserslautern, na Alemanha, afinal havia acabado de chegar a essa cidade, a procurava algo interessante, algo para curar-me do tédio que envolvia minha alma. Vim para essa cidade, guiada por algo que não identifiquei, como se minha alma buscasse algo perdido por aqui.

Me deparei com um lago encantador, e acabei ficando ali e nem vi as horas passarem, esse lugar acalmava-me de alguma maneira, retornei ao hotel, no alto da colina, onde havia me hospedado, era encantador, como os castelos antigos da amada Romênia, minha terra natal.

Subi imediatamente para o meu quarto, queria ficar só, relaxar... pensar em o que fazer na noite que se aproximava...

A noite, teria um baile de máscaras... dedicado a todos os hospedes do hotel, e eu queria estar encantadora... embora não conhecesse ninguém nessa cidade, queria apenas me apresentar bem entre eles.

Lá pelas dez da noite, desci para o salão, estava lindo, lembrava-me os bailes da idade média, e isso muito ma agradava, sentia o aroma do ambiente, era realmente acolhedor, mas ali não poderia me alimentar, porque senão descobririam quem sou, e eu não desejava isso, queria a paz que tanto procurava.

Sentei-me na mesa destinada a mim, e dela conseguia ver todos os casais valsando pelo salão, era lindo, por um segundo desejei dançar também,à séculos não dançava, mas aquele não era o momento.

De repente, um ser encantador, veio convidar-me para dançar.

- Condessa... dá-me a honra de sua companhia nessa dança?

Estranhei de primeira, como ele sabia quem eu era, tentei evitar, mas algo nele me atraia, não sabia o porque, não tive coragem de negar tal convite.

- Milorde... será uma honra acompanhá-lo!

E seguimos para o salão, nos juntando a tantos outros casais.

Estava extremamente curiosa em saber quem era, ele, e mais ainda... Como ele sabia quem eu era... se não havia me registrado no hotel com meu verdadeiro nome.

Dançamos em silencio, apenas acompanhava-o observando-o... mas ele não dizia nada.. apenas sorria-me, um sorriso enigmático, não conseguia penetrar em seus pensamentos, e isso me deixava ainda mais intrigada, de repente ele disse:

- Desista... não conseguirá o que deseja!

Nesse momento afastei-me dele... vi o perigo que corria, ele segurou-me novamente pelas mãos e disse:

- Nada tema. Não quero feri-la... Desejo apenas sua adorável companhia. Nada mais que isso. Fique tranqüila.

- Quem é você? Como sabe quem sou?

- Perdoe-me Milade. Permita-me que me apresente Sou Cyprianus, resido nessas terras a muito tempo, e estava esperando sua chegada.

- Como saberia que eu viria?

- Minha querida... sei de tudo sobre você. Devia saber disso!

- O que deseja então? Entregar-me a sociedade... dizer realmente quem sou?

- Não minha querida. Não pretendo expo-la dessa maneira, desejo apenas conversar com você, civilizadamente, se me permite.

- Certamente. Melhor sairmos daqui. Não estou me sentindo bem.

Meu desejo era matá-lo ali mesmo, sugar-lhe o sangue... que me parecia tão doce e tão quente, mas não poderia correr esse risco, não agora, já tinham nos visto juntos, então decidi acompanhá-lo, saímos do hotel e logo estávamos em uma carruagem ricamente ornamentada, a caminho não sei de onde.

O silêncio estava me matando, escutava a respiração dele tão tranqüila, mesmo sabendo quem eu era ele não se abalava, estranhei a situação, mas sabia também que ele não era um dos meus, nem tão pouco um lycan, quem seria então? Ele simplesmente olha-me e diz.

- Acalme-se... não quero te fazer mal, juro-te. Estará segura ao meu lado. Confie em mim.

Confiar em um estranho, até parece que isso é possível...(como se ele lesse meu pensamento , sorriu)

Quando me dei conta, estávamos em frente a um luxuoso castelo. A carruagem entra no pátio... e só então o ele fala:

- Pronto Milade.... aqui estará segura.... és bem vinda em meus domínios, fique o tempo que desejar....

- Perdo-me Milorde... e quem disse que preciso de proteção? – disse ameaçadora.

- Calma Milade, sou amigo, sabia que viria ao meu encontro, e quero apenas que sua estadia seja perfeita em minhas terras.

- Como sabia quem eu sou? (nesse momento seus instintos estavam em completo alerta, dependendo da resposta... matava-o )

- Porque esperava por você, nossos destinos estão traçados, nosso encontro não poderia ser mais evitado, e conheço-a de seus sonhos?

- Meus sonhos, o que sabe de meus sonhos?

- Sou aquele, que sempre está ao seu lado, protegendo-te... não se lembra?

Nesse momento, ela recorda-se de sensações sentidas durante seu descanso diário, e lembra-se das iniciais, e automaticamente as repete.

- R. N. !! As iniciais daquele sobretudo...

- Exatamente minha querida..... sabe o que quer dizer?

- Ryan Nakamura... ao seu dispor minha querida.

Nesse momento ela pode notar, que o que aquele estranho falava era verdade, e isso muito a interessou, então fez a pergunta crucial....

- O que deseja de mim?

- Apenas que acredite em mim, e que me deixe ficar ao teu lado, nossos destinos finalmente se encontraram, seja minha Rainha.

- Você é louco.... só pode ser.....nem me conhece.

- Muito pelo contrario minha adorada... conheço-a muito mais do que imagina, sei seus pensamentos mais secretos, seus desejos....sei também que deseja meu sangue nesse momento.

Nesse momento ela sentiu uma dor tremenda na cabeça, vindo a cair nos braços desse ser... Ele simplesmente a amparou e colocou-a sentada em sua poltrona, e ela simplesmente disse.

- Pare com isso... e desmaiou.

Quando despertou, notou que estava em um quarto ricamente decorado, então lembrou-se de tudo o que aconteceu na noite anterior, que horas seriam, precisava sair dali o mais rápido possível, quem era aquele ser realmente? Fez menção de levantar-se, só então notou que estava com uma camisola vermelha, olhou para os lados sem encontrar suas roupas, o que teria acontecido? Nesse momento a porta se abre...

-Venho que despertou minha adorada.... perdoe-me por ontem a noite, não desejava feri-la, nem tão pouco machucá-la. Espero que esteja melhor.

- Que horas são? Preciso ir... devem estar a minha procura....

- Não se preocupe minha querida, mandei informar no hotel que estava hospedada que estaria aqui comigo, em meus domínios e tomei a liberdade de trazer seus pertences pra cá.

-Sou sua prisioneira então?

- Evidentemente que não minha querida, és minha hospede, e poderá se retirar quando desejar...

Algo nele conseguia encantá-la de alguma maneira, como se ela também estivesse o esperado há séculos. Um silêncio permaneceu entre eles, porque ele esperava sua resposta, sobre permanecer ao seu lado.

Ela ponderou sobre tudo, precisava descobrir o que realmente os unia então decidiu ficar.

- Muito bem Milorde... fico.. com uma condição!

- Qual desejar minha querida!

- Posso ir quando desejar... e sem questionamentos...

- Assim será feito...

- Agora se me permite... preciso me trocar...

- Certamente minha querida, mas estás maravilhosamente sedutora assim....

Ela sente seu rosto queimar e desvia o olhar daquele ser, e ele se retira dos seus aposentos.

Era tudo novo demais pra ela, porque se sentia atraída por ele, porque motivo não desejava partir.. Essas perguntas a torturavam.

Os dias se passaram e tudo o que ele disse realmente se confirmou, tornaram-se ótimos amigos, saiam para cavalgar logo pela manhã, finalmente ela sentia-se livre... e por incrível que pareça, estava feliz... como jamais havia se sentido antes.

Certa noite, depois da recepção oferecida por ele a alguns amigos, ela alojou-se em sua biblioteca, desejava ler um pouco, ficar longe de todos, relaxar, já passava da meia noite quando ele veio ter com ela.

- Minha querida.... Finalmente encontrei-a, estava preocupado, com seu desaparecimento.

- Perdoe-me a grosseria Milorde, mas preferi me retirar, porque minha sede estava deixando-me maluca, diante de tantos humanos, se é que me entende.

- Certamente minha querida, entendo perfeitamente sua situação, e agradeço por manter a discrição perante meus convidados.

- Obrigada Milorde! – falou ela meio sem graça.

Nesse momento ele aproximou-se dela, e beijou-lhe.. Delicadamente, um beijo quente... e terno ao mesmo tempo, ela retribuiu... mas logo afastou-se... não poderia feri-lo.

- Perdoe-me Milade, se fui abusado....

- Não... Você não foi... Também retribui.. Você sabe disso, mas deve entender... Quem sou.. Isso é perigoso demais.... Perdoe-me.

- Sei que não irá me machucar... Confio em você minha querida!

- Não devia.... Desejo teu sangue... E você sabe disso!

- E eu desejo você! Não tenha medo! Venha... vamos sair daqui...

Ela simplesmente o acompanhou, sem dizer nada, e quando deu por si, estava nos aposentos do seu anfitrião e disse:

- Milorde... não quero machucar o senhor!

- Eu sei... Seja minha apenas... Esqueça tudo o resto...Amo-te a séculos, e preciso de você ao meu lado minha adorada...

Dizendo isso, beijou-lhe novamente, e eles se entregaram a esse amor.... esquecendo-se de quem eram... e o quanto era perigoso... por uma noite, foram um só... e tudo foi incrivelmente perfeito.

Ao amanhecer, ela estava em seu leito, despertou assustada, pois jamais despertava com sua vitima, alimentava-se sempre e partia, então recordou-se na noite passada, e ficou apavorada, teria ela ferido aquele que tanto amava? Observou o seu amado e notou que havia se alimentado dele, então apavorou-se, como poderia ter feito isso? Ele despertava, parecia diferente.... diferente demais.... então disse:

- Minha adorada, tudo bem com vc?

- Sim... mas... você.... – disse tocando o ferimento em seu pescoço.

- Eu lhe pedi isso minha amada, não se preocupe, somos um só agora, te amo!- disse ele tocando seus seios.

Só então ela notou, que o alimentou com seu sangue, tornando-o um mensageiro da morte, como ela.

- Perdoe-me meu amado, não desejei que isso acontecesse...

- Não há o que perdoar.... era isso que tinha que acontecer, fomos predestinados um ao outro.... voce devia saber disso... Te amo!

- Sim eu sei...., Também te amo, és minha vida agora.

E assim.... se tornaram muito mais do que desejavam, e reinaram em seu mundo, porque eram superiores, e perfeitos para isso.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 27/07/2011
Reeditado em 01/06/2013
Código do texto: T3122301
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