Big Bang

Era matemático. Prático.
Engenheiro calculista.
Media, através de seus passos, a distância de praticamente todo local aonde ia. Da porta da sala à garagem, 35 passos; da porta da firma ao restaurante, 267 passos. O relógio de pulso não estampava apenas as horas, mas também era uma calculadora utilizada para tudo: dólar, juros, calorias...
Deus, para ele, era uma personagem literária; o amor, um processo químico.
Certa feita, ao observar uma noite de céu estrelado, perguntou-se: o que era antes do big-bang? Tentou ignorar a pergunta, mas ela martelava com o tic-tac do relógio.
No outro dia, comprou livros de cientistas famosos e astrônomos renomados.
Nada.
Não achava respostas.Tentava compreender o espaço infinito e o tempo eterno e sua mente se atropelava em fórmulas, teoremas e teses...
Sentado em seu escritório, sentia as paredes girar em torno de si. O coração acelerado. A respiração ofegante.
Ele começou a delirar. A luminária no canto do aposento pareceu-lhe o sol, ou seria a lua e ele a terra? A cabeça pulsava, pulsava, pulsava até que ele explodiu.
Virou lunático.

Wellington P. Coelho
Well Coelho
Enviado por Well Coelho em 05/07/2011
Reeditado em 05/07/2011
Código do texto: T3077560
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