A infinita Imperfeição de Janestin Mouis

Quadro horas da tarde, na casa principal, na cidade de Itakc, Janestian Mouis Canta uma música bem antiga, dessas que há tempos não aparece no rádio. Fuma seu cachimbo impaciente e faz sua oração de amor a si mesmo. ato egoísta que aprendeu com seu amo e criador, Hander Janestian Mouis.

Joga cartas em direção da porta, que passa pela fresta inferior se perdendo pra sempre numa fenda que perfura o chão da calçada. Foi ao quintal, pisou na terra preta e colheu hortaliças que não foram comidas. Desperdiçadas ao sol do meio dia..

Impaciente ainda releu cartas antigas, de amigos e de namoradas perdidas. Deitou um pouco no quarto. Encobriu sua cabeça pelo frio. Saudade de Carlos bastos dos Santos. Seu concorrente na escola de Arte de Moscou. Cidade onde viveu muito tempo sem temer nada do desconhecido.

Lembrou da mãe, que velha se jogava de joelho pedindo graças aos Santos, emburrados nas prateleiras, consumindo vela e dinheiro. Janestian chorou um pouco pela manha. Segue sua vida entre o choro e o desencanto. Concorda que cedo ou tarde voltará a sua casa, na cidade de Manesq. Onde

Ainda morava seu avô, por parte de pai, dono de todo o conhecimento de sua linhagem.

Aprendeu a guardar dinheiro logo cedo, logo após a guerra comprou suas primeiras ações no mercado de capitais, segredo que guardou de todos os amores que passaram por sua vida. Que ia embora pensando Janestian pobre e sem futuro. Seu sorriso guardado para sempre de qualquer amigo, foi capitalizado. Gerando hoje rendimentos que lhe permite, voltar a sua cidade sem prejuízo a sobrevivência.

Apesar de tudo, isso não lhe deixava descanso, pois a culpa fulminante que os mendigos lhe causava, corroía a estima, matava sua vontade de voltar, e tirava dele a possibilidade de viver seu intenso prazer.

Janestian tem casa, alguns amigos e acima de tudo, o que lhe faz arrogante diante dos outros, tem seu passado como amigo ou patrimônio, não desperdiça nada, vive na riqueza de tudo que já passou pela sua percepção. Não perde a chance de evocar um naco de tempo escorrido, pra lhe fazer companhia, lhe reviver uma viagem, um amigo secreto, prostitutas caras, que hoje pelo excesso de moralidade da vizinhança , pagaria com muito pendor.

Sua solidão, de longe é mordaz, de perto, rica e trapaceira. Por causa de sua imensa capacidade de imaginação, que lhe que lhe permite criar mundo e percorrer submundo, na absoluta segurança de ser o seu criador. De num estalar de pensamentos destruir algum monstro que se revele ou revolte, Janestian senta no trono absoluto de Deus.

Formado de trapos e rabiscos de pouca perfeição, sua paisagem de si, ainda é assombrada pra quem vê a primeira vez. Pois os sonhos que hoje estão aqui desde a grande crise do mundo, não se deixa ver fácil. Pensa que um monge só consegue ver outro monge. Operário, operário. Solidão, a solidão.

Isso feito em seu coração, deu olhe a certeza de procurar outro Janestian. Mesmo que seja ele mesmo mais jovem, inexperiente, rico apenas em potência. Ou ele mais velho, multifacetado, machucado e dono de toda a carga que lhe pesou durante a vida.

Muito tempo em sua personalidade acusa a existência de vários de si mesmo espalhados por dimensões esquecidas, perdido ou encontrado no olhar secreto de algum. Qualquer alma que lhe tem olhos da profundidade, quando não lhe enxerga revela o que lhe falta. Entra em estado de dor, volta a ser um bebê a nascer, chora pelas paredes empurrando sua pele e braços, torcendo seu pescoço, e mais uma vez é expulso do paraíso, e mandado ao inferno da existencia. Isso o faz rico ainda mais, pois aprendeu com o seu grande mestre, Fernando de Mouis, tio e cuidador, os segredos de retornas as terras frias do fim do mundo e trazer artefato de defesas, que o ajuda a evitar outras guerras e atacar quando essa força não é respeitada.

Por isso sua riqueza aumenta conforme se deixa ver. Acha que todo olhar que não enxerga revela algo que lhe falta, que pode ser, reencontrado em si mesmo. A maior riqueza desse viajante é revelar sua probreza e vai continuar pra todo eternidade procurando olhos generosos que não aceita a infinita imperfeiçaõ de Janestian.