SONHO OU REALIDADE

Cheguei a esta cidade, por mero acaso, herança de família e como única herdeira, assumi as propriedades da família, mas desde que cheguei aqui, sinto-me vigiada, a cada momento de minha existência, e isso assusta-me, olho para o lado, e nada vejo.

Sempre tinha sonhos confusos, como se esse alguém penetrasse em minha mente, e me mantesse junto a ele, mas nunca era capaz de relembra-los.

Os dias passam, e essa sensação não passa.

Certa tarde, recebi um convite, para um baile de máscaras, estranho..não conhecia ninguém nessa cidade, quem me mandaria tal convite.

Pensei seriamente em recusar, mas algo em mim implorava minha presença nesse baile, então decidi ir.

Na noite da festa, arrumei-me com esmero, queria parecer linda, perfeita, seria uma oportunidade para faze novas amizades.

Chegando ao local determinado, não pude deixar de notar a beleza daquele casarão, devia ser de alguém muito importante.

Entrei, e aquela sensação não me deixava em paz.

Tentei relaxar, esquecer... aproveitar a noite, quando notei um ser que observava-me atentamente do alto do salão.

Ele era linda, cabelos claros, barba a fazer, vestia um lindo traje de gala, baixei meus olhos para que não notasse meu constrangimento, tudo em vão, parecia poder ler minha mente, porque quando notei estava ao meu lado.

-Boa noite milade, é uma honra tê-la em nossa companhia. – disse ele cordialmente.

- Obrigada Milorde, senti-me honrada com o convite, não poderia recusa-lo. – disse educadamente.

- Vejo que não é daqui...sua fala é diferente.

- Não! Vim de outro continente. Estou aqui apenas para assumir responsabilidades de familia.

- E poderia saber quais?

- Perdão... creio que aqui não seja adequado para discutir tal assunto.

Nesse momento, começa a valsa, e ele convida-me para dançar, tentei recusar...porque sou péssima dançarina, mas ele insistiu.

Ele dançava muito bem, e sabia conduzir-me como ninguém o fez antes.

Seu olhar envolvia-me, e isso me deixava nervosa, extremamente nervosa, e notando isso ele disse.

- Minha presença te incomoda?

- De maneira nenhuma, meu senhor. – disse educadamente.

Assim que a música terminou, agradeci a dança e me retirei do salão, indo para os jardins da mansão, precisava ficar só, não era muito sociável.

A lua estava linda, cheia no seu maior esplendor, por alguns minutos me perdi em sua beleza, quando ele fala em meus ouvidos.

- Linda não é?

De um salto, olho-o... não percebi que se aproximava... e respondi.

- Perfeita... amo a noite, em todo seu esplendor.

Notei um sorriso em sua face mas ele nada disse, tentei me afastar, mas ele segurou meus braços docemente.

- Tens medo de mim ?

Pensei responder a verdade, que não era exatamente medo, era um misto de desejo, mistério, não saberia explicar.

- Não! Porque deveria?

- Não deve... sua beleza me encantou Milade, e desejo sua companhia, apenas isso.

- Já a tens Milorde. – disse sem pensar.

Ele apenas sorriu.

A noite passou rápido, e precisava me retirar, me despedi e parti.

Mas aquela sensação de estar sendo observada não me deixava em paz.

Quando já estava em meus aposentos, noto a presença de alguém em meu quarto, tento gritar, mas a voz não sai. Logo noto a presença daquele que me fez companhia por toda a noite.

- O que faz aqui? Como entrou?

- Calma... não tenha medo. Todos tem medo de mim, por favor.

- Não tenho medo de você!

Algo naquele ser me envolvia, como se meu corpo e minha alma pertencesse apenas a ele, era estranho.

- Perdoe-me milade, mas desejava conversar um pouco mais, deixou-me tão cedo.

Tentei me acalmar, perante aquele intruso tão encantador.

- Aceitaria uma taça de vinho milorde?

- Certamente.

Desci as escadas e ele me acompanhou silenciosamente. Quando chegamos a sala convidei-o para sentar enquanto ia buscar as taças e o vinho, mas ele preferiu acompanhar-me.

Quando finalmente voltamos a sala, seu olhar era sombrio, diria ate mesmo assustador, e temi meu triste fim, como se lesse meus pensamentos ele simplesmente disse:

- Não te farei mal minha senhora, não se preocupe, apenas desejo sua companhia, nada mais.

Bebemos o vinho silenciosos, meu coração estava aos saltos, perante a presença daquele ser, de repente ele se aproxima e beija-me.. um beijo doce... como se precisasse disso para viver.

Coloco minhas mãos em seu peito e vejo, seu coração não bate, automáticamente me afasto.

- Seu coração não bate!

- Não.... talves precise ser estimulado para isso...

Senti o sangue gelar.... e ele aproximou-se calmamente.

- Não tenha medo minha menina, não desejo ferir-te, tens algo que me fascina, me completa, como se a séculos esperasse você.

- Séculos?

- Sim... você é perfeita pra mim, sua alma é doce... tranqüila..

Nesse momento pensei perder o controle da minha mente, do meu coração e do meu corpo. Tudo que desejava era estar nos braços daquele estranho, deixe-me levar por aquele sentimento.

Ele beijou-me ternamente, sentia suas mãos frias sob minha pele, sentia meu corpo estremecer a cada toque. Sentia suas mãos explorarem meu corpo, cada milímetro dele, quando dei por mim, já estávamos em minha cama. Era um frenesi que nos envolvia, parecia que sempre pertenci aquele estranho que estava ao meu lado, deixei-o me possuir, esqueci-me de tudo e de todos...quando sinto tuas presas em minha pele, tentei reagir, tarde demais.... sentia como se minha vida estivesse se esgotando... faltava-me o ar... forças para lutar.... então... adormeci.

Quando despertei... sentia-me diferente.... mais viva.. não sei..., sei apenas que agora... espero sempre que ele retorne para meus braços.. pois tudo o que eu quero... é me perder em seu abraço novamente.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 24/05/2011
Reeditado em 01/06/2013
Código do texto: T2990044
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