Desbravadores do Universo - Capitulo 2

DESBRAVADORES DO UNIVERSO

CAPITULO 2 – A QUE PONTO CHEGA A RAIVA

Richter ainda estava caminhando pelo deserto, os sinais de guerra já haviam ficado para traz, à sua frente só havia areia e uma linha escura no horizonte, supostamente uma linha de vegetação mais à frente, Richter estava pensativo quando avistou pela terceira vez o vulto.

Sem perder tempo saiu correndo que nem uma raposa atrás da lebre, a distancia era grande entre Richter e o vulto, mas se tem algo que Richter odeia é ficar na curiosidade, que por um acaso seria algo que ele teria que aprender a controlar mais no futuro para poder sobreviver, o vulto percebeu que estava sendo cassado, então se pôs a fugir devido ao instinto de sobrevivência, mas Richter nem ligou se o que ele estava disposto a capturar era um animal, um homem, ou seja, lá o que for o que ele queria mesmo era colocar sua raiva pra fora, mas precisamente em alguém.

Richter estava com uma raiva tremenda pelo que havia acontecido com seus pais, seu coração pulsava de um jeito, que dava para ver suas veias da face parecerem querer saltar para fora de sua pele, as mãos de Richter suavam frio, e seu pensamento era apenas um, Quando eu te pegar você vai ver seu desgraçado! Richter estava pouco ligando até onde deveria ir para pegar aquele ser, para ele a única coisa que importava era pega-lo, e descontar o que haviam feito aos seus pais. Quando foi perceber, o sol não estava mais sobre sua cabeça, o deserto havia desaparecido, aquela linha escura no horizonte não era mais uma linha, agora Richter estava em meio a uma floresta, uma enorme floresta.

A floresta tinha uma vegetação muito viva, um verde de tirar o fôlego, plantas com folhas muito largas, outras com folhas muito compridas, arvores enormes, arvores que se tentasse olhar para sua copa dava a impressão que seu tronco se curvava por causa da altura. Os insetos eram muitos, insetos que Richter nunca tinha visto, as aves pareciam pinturas, algumas azuis, outras amarelas, tinha pássaros de três cores, outros com quatro, alguns não dava nem para contar quantas cores. Tinha pássaros com rabo longo, com rabo curto, com um rabo, com dois, por um instante Richter esqueceu que estava perseguindo algo e só se lembrava de ficar de boca aberta devido à beleza do lugar, mas Richter logo acordou.

De seu inimigo, o vulto, só encontrava rastros, a floresta era muito fechada, era uma floresta do tipo que não é comum um homem andando por ali, Richter estava com os olhos atentos no matagal, para qualquer movimento estranho ele estava pronto para atacar, Richter não tinha nenhuma arma como facas, rifles, pistolas ou algo assim, suas unhas já eram mais que o suficiente, ele não estava interessado se iria morrer ou se ferir, Richter não tinha mais vontade de viver, mas prometeu a si mesmo que iria vingar a morte de seus pais antes de sua própria morte.

As arvores eram tantas que cobriam o sol, mas era um bom lugar para se esconder, mas Richter estava preocupado se iria conseguir sair dali outra vez, afinal, não existiam trilhas naquela floresta. De repente, um arrepio, e sem ter tempo de se virar, Richter tomou uma enorme pancada na parte de trás do pescoço e caiu duro como uma pedra. Alguns minutos depois, Richter acordou com uma dor de cabeça horrível, mal conseguia entender seus próprios pensamentos, sua visão estava embaçada, sua cabeça estava pesada, mal conseguia distingui o que era aquela mancha preta azulada em sua frente, parada como uma estatua, mas a dor era tanta que Richter desmaiou novamente em um sono profundo.

Ao acordar, Richter se assustou devido à hora que passara, já era noite e a mancha negra não estava mais na sua frente, no seu lado esquerdo um toco manchado de sangue, que por um acaso era o sangue de sua cabeça, e no lado direito para o seu espanto, um homem totalmente dilacerado, braços e pernas mastigadas, com os órgãos expostos como se tivesse sido atacado por um animal feroz. De repente o medo tomou conta de Richter ao ver aquele cadáver, logo se lembrou da cena que vira no deserto alguns dias antes de chegar à floresta, Richter nunca tinha visto um morto na vida, mas nos últimos dias, parecia que ver um cadáver fazia parte de seu cotidiano. Levantou-se rapidamente e ao se virar tomou um enorme susto, havia um lobo negro sentado em cima da pedra que lhe serviu de travesseiro durante a noite. Na verdade era uma loba, seus pelos eram do tom do céu da madrugada, um pelo brilhante, um corpo esbelto e musculoso, com olhos vermelhos que podiam causar medo até no mais valente soldado que havia em Zix, o mais incrível era sua cauda, que tinha tanto pelo que se dividia em oito, uma cauda que subia na raiz e caia por causa do peso dos pelos, o seu tamanho era maior que o normal para uma loba, ela era duas vezes maior que o tamanho normal, era o animal mais belo que Richter já tinha visto em toda a sua vida, e jamais tinha visto uma loba daquele jeito.

- Olá Richter! Como está? – Disse a loba.

Richter entrou em pânico. Seus olhos estalaram para fora. Suas pernas começaram a tremer de tal maneira que ele caiu mole no chão com os olhos fixos na loba sem piscar, as palavras desapareceram de sua boca, seus pensamentos sumiram de sua mente, a única coisa que Richter conseguia pensar era “como?”. A loba balançava o rabo de um lado para o outro olhando para Richter que estava branco como a neve. Depois de muito tempo, Richter parou de tremer, conseguiu pensar e piscar, então as palavras começaram a tomar conta de sua boca novamente, mas na hora em que tentou falar sofreu um choque tão grande que ficou inconsciente, duro no chão.

Com uma tontura imensa, Richter foi acordado por inúmeras lambidas da loba, que por sua vez tratou de Richter com uma ternura que nem a própria mãe de Richter tratou. Era de madrugada, mal dava para enxergar a loba naquela escuridão, só dava para ver o brilho de seus olhos. Ao olhar para a loba, Richter arriscou uma exclamação;

- Que loucura! Achei que tinha ouvido você falar comigo!

- Mas eu falei Richter! – respondeu a loba

- Eu estou ficando louco mesmo!

- Não Richter! Você não está ficando louco. – disse a loba tentando acalmar Richter – Para tudo existe uma explicação, explicação que vamos ter que ir atrás.

Sem acreditar ainda, Richter tentou raciocinar a situação, mas estava difícil, “Uma loba que fala!?! Falando comigo? Será que estou sonhando?” – pensou Richter.

- Você não está sonhando, você está bem acordado Richter. A única coisa que consigo explicar a você, é que eu sou a forma de sua raiva, nasci do seu maior sentimento, a raiva, logo depois que seus pais morreram, estou viajando com você há muito tempo.

- Você pode ler meus pensamentos?

- Eu sou os seus pensamentos, eu sou seus sentimentos, eu te dou força, e você me dá força, basta você saber usar seus sentimentos e nos tornamos fortes. – explicou a loba.

- Então você é minha raiva?

- Isso mesmo Richter, em outras palavras eu sou você e você sou eu!

- O que mais você sabe fazer?

- Muito mais do que você pode imaginar.

Nesse momento passou uma idéia pela cabeça de Richter que a loba olhou para ele e acenou com a cabeça com um movimento que concordava.

Continua...

George Santana
Enviado por George Santana em 10/05/2011
Reeditado em 10/05/2011
Código do texto: T2960954
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