Douce Blair
1 – Sonho real
Douce Blair lá estava. Havia saído da sua primeira consulta de vidas passadas. Sentia-se um tanto atordoada, não havia visto absolutamente nada.
A mulher que havia lhe atendido tentou tranquilizar Douce, mas sem sucesso. Dissera-lhe que isso acontecia e que Douce poderia ter um sonho depois, algo do gênero. Douce não acreditou e a julgou uma charlatona.
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Chegou em casa. As pernas ainda tremiam. Existia desconfiança em si. Existia também a duvida se aquilo tudo o que ela dizia acreditar realmente era real. Douce arrancou as roupas e as jogou ali mesmo, no tapete apeluciado. Entrou no compartimento por entre o seu closet.
A banheira estava cheia e com água fumegante. “Ótimo, que bom que a secretária sabe como eu gosto da banheira.”. Ela não sabia o nome da dita secretária, pois demitia e contratava 7 por ano.
Depois do delicioso banho fumegante, Douce se enrolou em uma toalha grossa e quente. Encontrava-se em seu quarto. Totalmente branco, as janelas não existiam, a parede era de vidro espelhado. Seu andar era o 11º e ela tinha medo de altura.
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Deitou nua em sua cama. O telefone tocou, era um colega da faculdade. Não aceitou a ligação, desligou o telefone e dormiu, profundamente.
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Correndo, correndo. Gritos. Urubus. Nua, nua? Não, nua não. Solte-a, largue-a. Correndo, berrando. Não, não. Sim! Não! Cale-se. Quero Vodka. Não, pare. Não, não paro.
Acordou. O lugar era estranho. A primeira coisa que enxergou a fez fechar os olhos e abri-los novamente. A parede.
Pedras, pedras. A parede era de pedra e havia uma janela um tanto má feita. Alguém berrava: “Veronika, acorda!”. Douce pensava: “Quem é essa Veronika? Acorda logo Veronika, pra calarem a boca e eu voltar a dormir.”.
- Acorda mulher! – Uma mulher ruiva entrou no suposto quarto. Olhava fixamente para Douce. Douce não estava entendendo absolutamente nada.
- Como assim? Meu nome é Douce.
- Pelos deuses. Bebeu novamente Veronika? – Ria-se a bela mulher ali a fitando.
Douce, ou Veronika, nada entendia. O que estava havendo, pensava consigo.
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Andou por um largo corredor. Escutou uma musica Celta e começou a dançar. Não sabia o motivo pelo qual dançava, mas largou-se na canção. Entrou em um quarto escuro e abriu a suposta janela de madeira manchada. Haviam ali alguns móveis feitos a mão.
Em um balcão existiam vestidos lindos, belíssimos, colocados. Eram vestidos da Época Medieval, era óbvio. O seu coração palpitou e ela teve um desmaio.
Ao longe uma voz baixa foi ganhando força e entrando em seu cérebro.
- Veronika! Sua beberrona. Eu já lhe disse que não se deve beber Vodka pura. Veja só o seu estado minha bela dama. O que fizestes? Cuidar-te-ei, mas é a ultima vez.
O homem era alto, magro. Era bonito, mas nos dias “atuais” chamariam ele de “Gay”. Usava uma calça apertadíssima que deixava seus membros quase a mostra. Uma camiseta cheia de babados e muito manchada, com carunchos. Seu nome era Peter, Douce sabia que era Peter.
- Desculpa Peter. Não vou repetir a audácia. Juro-te que não.
Suas palavras foram ditas de uma maneira que ela não estava acostumada. Ela havia dito, tanto o nome, quanto a frase bem elaborada, automaticamente.
Douce Veronika já nada entendia. Desceu os degraus... Assustou-se.
- Filha, por onde andastes?
- Mãe? Desculpe-me, Peter disse que a bebedeira foi grande.
Escutou então a senhora falando: Não hei de merecer isto.
OBS: sem continuação todavia.