O Instante Fatal

Boa Noite amigos emprestados por um tempo curto, faltam apenas alguns minutos para que seus avessos emirjam, sejam finalmente excomungados; e a criação possa dar encerramento a qualquer lampejo de revolta ou sensatez. Fora daqui, a vida de factóides; dentro de nós, um universo a ser desbravado. Fora daqui, apenas agir inteira e maquinalmente, sem sonhos ou atitudes, em prol da marcha, de acordo com tudo, esquecemos do próprio mistério.

Pois que sejam, então! Que sejam máquinas quando o mundo cobra – que busquem a sobrevivência vendendo a vida. Que virem homens quando o dia escurece, a noite avança e as exigências se esgotam – que deixem de apenas seguir.

Dos candidatos ao entendimento, não cobro nenhuma informação, senha ou contribuição adicional, apenas peço que a partir de agora tenham a gentileza de deixar de lado qualquer tipo de rancor, melancolia ou medo. E que carreguem este estado pelo tempo da vida inteira. Esqueçam do passado, do mundo gasto e palpável, em nome de uma suposta beleza que em nada se confirma, da bravura que não vence batalhas, da intensidade quem não rompe barreiras – fora de nós – dos desejos bem resolvidos, sinceros e insensatos, já que eles nos alteram; mas não nos denunciam. Resolvam-se definitivamente e simplesmente vivos, esqueçam-se dos zumbis e dos profetas.

Sejam bem-vindos ao momento presente, o único instante onde a vida pode ser completa, sem projeções, pavores ou arrependimentos.

Assiz de Andrade
Enviado por Assiz de Andrade em 15/04/2011
Código do texto: T2910780
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