A Caminhada

Meus olhos amedrontados já não refletem a minha essência, talvez eu já nem tenha mais essências os meus batimentos cardíacos? Já nem os ouço mais, o som de tantas pegadas atrás de mim me distraem insistentemente durante todo o tempo.

Ao tentar olhar para trás sou surpreendido por pedradas e coronhadas, meus olhos embaçados e quase escuros não conseguem identificar os mal feitores que me apedrejam por trás.

Eu estou caminhando sem ter chances de escapar, sinto que o meu tempo está se esgotando, eu esto ume setnindo fraco.

Ao meu redor percebo outros mal feitores me furando as costelas e me apunhalando o tronco, novamente ao tentar olhar para os lados, eles me lançam vinagre nos olhos.

Ao fechar meus olhos durante essa caminhada infernal , na qual meu único caminho disponível é somente seguir em frente, não consigo enxergar para onde o medo me leva, mas eu sei que se eu permanecer parado eles vão me matar... Afinal quem são eles? A única certeza que tenho é de que estão me matando.

Estou cercado por mal feitores, e ao tentar ecoar um grito de socorro lançam em minha boca,chutes e pedradas, não sei o que estão fazendo comigo, mas estão me machucando tanto!

Queria poder ter uma trégua e tentar fugir, mas estão me obrigando a caminhar para a morte.

Minhas mãos estão em carne viva, pois de todas as formas tento proteger meu corpo e rosto contra as armas que me lançam, já não aguento mais as feridas latejantes.

E agora para onde vão me levar? para onde devo ir? como posso fugir?

Me lançam palavras e zombam de mim, perguntam onde estão aqueles que dizem me amar, e sinceramente eu não sei responder.

Nas minhas costas sinto um peso como se estivesse carregando nos ombros um cavalo, necessito descansar um pouco, mas insistem em me controlar e não me deixam parar de andar.

Não sei por onde vou, não sei o que fazer mas sinto que querem me ver chorar, querem me torturar até então alcançar a tão desejada morte.

Do meu coração não consigo arrancar vestígios de esperança para mostrar que enquanto eu estiver aqui não vou desistir, mediante a tantas armas e pedradas não se pode reagir.

Quanto mais eu caminho mais sinto a morte me chamar, talvez eu tenha que me preparar.

Choro lágrimas de sangue, e respiro o ar da minha própria indignação. Não consigo enxergar e por mais que eu tente alcançar alguma vista, é em vão...

Mas de uma coisa eu sei, estou caminhando em direção ao precipicio, sinto uma leve calmaria, como a de uma brisa tocando meu coração, estou prestes a conhecer o refúgio, um escape, o meu alivio o meu descanso... A morte