Amável Bolha Silenciosa...

Uma bolha perdida no ar, encontra-se em si mesma, na cristalina cúpula que é, no crepuscular raio quieto ao qual atravessa em suave piscar de olhos. Um piscar de olhos que não tem movimento. As cores sim tem movimento. Dentro do frágil e líquido cristal redondo as cores se movem graciosas. Você se encontra formosa num repouso molecular.

Seu silêncio me faz cantar ao seu redor, e a espessura delicada da bolha que te protege emana sons tão amorosos que minha cantoria desenha flores. Flores cujas pétalas são quase puras cores, aquelas que se movimentam, contornando a melodia do seu silêncio interminável, que recebe o que ama, pois tanto ama o que emana!

Como chuva que chora ao magnânimo abraço do rio, cujas águas chovem ainda nas profundezas. Deixa de ser chuva a gota que mergulha e vira silêncio no rio. Deixa de ser silêncio no rio a gota que derrama as águas, que emana lençóis d'água, que ama a chuva a lhe beijar a face aqui, num abraço amoroso. Num amor silencioso.

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