Apenas um Sonho utópico

Soterrado pelas cinzas eu me encontrara...

O desejo de lutar e vencer foi dissipado juntamente com a fumaça que o vento arrastara.

A ilusão bradava em voz altissonante mostrando que se fazia presente.

Mais uma vez, encontro-me estático e bifurcado em mim.

Para onde ir? Interessante seria se eu soubesse.

Pois a força que vivo fazia-me sentir, expelida foi,

e agora o acaso tem razão! Lutar pelo que se não ver, é utopia.

Mas, vale mais a lágrima da derrota do que a vergonha de não ter lutado, acreditado, sonhado.

Umas pisadas, seguida de sussurros eu ouvia, será que já estou morto?

Independente da resposta que o meu eu me passara, ligar não podia.

Com veemência começo a cavar... Minhas unhas arrancadas foram, mas o desejo de vencer era maior que a dor, continuar ali, não queria, pois uma jornada enleada tinha que descobrir.

Continuo a cavar... Mas, percebo que não estou conseguindo obter o resultado que anseio, as forças tornam a mim, a alegria ressurgi, em meio aos escombros gritos!!! Ouvir-me ninguém podia, torno a cavar... Agora, com mais determinação.

O silêncio voltara, sozinho mais uma vez estava; continuar ou desistir?

Em um redemoinho, vinham lembranças do passado: Conselhos que minha mãe mim dera, palavras pessimistas dos meus colegas, incapacidade no trabalho, ausência na vida familiar... Tudo isso embrulhava a minha cabeça e mais confuso ficava.

- Meu Deus, o que fiz para merecer tudo isso? Escravo das minhas decepções eu sou, preciso de uma lei que venha abolir essa escravatura.

De repente uma voz bradava: - De uma lei você precisa? Não. O que você precisa é reconhecer o sacrifício que meu filho fez por você, sem pecado entregou-se a uma morte imunda para que hoje você e milhares de insatisfeitos tivessem o poder de fundamentar as coisas que se esperam tendo a certeza, a prova, a convicção das coisas que se não ver.

Pernas tremulas, olhos lacrimejando, taque cardíaco eu estava, a fé que recebi com as palavras do mestre me fez ver que não existe barreira que não possa ser enfrentada, luta que não possa ser vencida, com mais convicção voltei a cavar... Ouvi um som como de um liquidificar, mais ansioso fiquei, meus dedos já estavam despelados, mas a fé que em mim brotará, força me deu para continuar...

Quando pensando estava que conseguir não ia, foi aí que consegui, em um buraco que eu havia feito coloquei as mãos, finalmente pude sentir um vento frio sobe meus dedos, era uma sensação de estar vivo e com novos caminhos para trilhar. Comecei balançar as mãos, foi quando um grito com bastante emoção eu ouvi: - Graças a Deus tem alguém vivo aqui!!!!!

Era o pessoal do resgate que estava sobrevoando o local à procura de pessoas vivas.

O Hotel dos Sonhos havia desmoronado e com ele levou 299 pessoas deixando apenas uma pessoa viva, e essa pessoa era Eu.

Achando que tudo estava acabado, ouço um barulho como de alguém batendo na porta: toque, toque, toque... Com mais força TOQUE, TOQUE, TOQUE... Como se não bastasse ouço agora uma voz fina, porém intensa: Filho acorda!!!!! Você tem que ir para o trabalho.

Ufa! Tudo não passou de Sonho.

Danilo Matos, Enseada do Paraguaçu 24 de fevereiro de 2011.

Danilo Matos
Enviado por Danilo Matos em 26/02/2011
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