ANO 5735 - O DESFECHO (Natal Celestial) Parte 09 – AIJOU DOENTE

ANO 5735 - O DESFECHO

(Natal Celestial)

Parte 09 – AIJOU DOENTE

Aijou ficava o tempo todo ao lado do seu corpo, ele não ficava propriamente no corpo, mas tinha medo de se afastar e o cordão de ligação se romper devido à fraqueza do seu corpo, fragilizado pela doença. Ele não estava indo as aulas, mas recebia visitas dos amigos e até do professor Plantão.

Um dia, o menino estava tentando conversar com a sua mãe, mentalmente, quando para ele aparece o senhor negro de olhos azuis, Pai André.

“Oi menino peralta” cumprimentou o negro velho rindo com os seus dentes brancos.

“Como o senhor está me vendo se o meu corpo não esta dormindo? Os meus amigos desdobrados somente me vêem quando meu corpo material está dormindo e os mentores parecem nunca me ver. Eles vêem aplicam bandagens espirituais em minha cabeça aplicam energia em meus pais e Pedro e vão embora, outras vezes vem um pessoal estranho, coletam energia de pontos do meu corpo físico, coletam algo de minhas articulações e do jeito que vieram, eles vãos também. O senhor sabe me explicar isso?”

“E menino curioso.” Falou Pai André rindo. “Os amigos desdobrados não te vêem, pois você não esta desdobrado, você esta num estado de pré-coma, e às vezes você até fica em coma alguns minutos, mas quando você dorme, por anos e anos de treinamento e pratica você desdobra ai eles te vêem. Você os vê por causa da sua condição entre os planos.”

“Ah!” exclamou o menino

“Os médicos espirituais estão tentando curar o seu corpo físico, há muito tempo não tem doenças virais no mundo. O segundo grupo são cientistas pegando projeções astrais do vírus que está em você para estudá-lo. Eles vão poder intuir os nezumi, encarnados, de uma cura para a sua doença, irão poder também intuir uma prevenção e através do estudo desse vírus poderão nas próximas gerações de nezumi fazê-los nascer já resistentes a esta doença. Bem meu filho você esta bem então vou cuidar da vida, fica com Ele amiguinho!”

“Espera, por que eu?”

“Lembra de nossa conversa nos jardins de Chikyuu?”

“Lembro sim”

“Eu podia ter me revoltado ou me moldado e tentado melhorar e eu optei pela segunda opção, você Aijou tem uma oportunidade. Essa oportunidade não sou eu que falarei a você, pois se eu fizer isso estaria sendo responsável pela sua evolução, mas pense em tudo o que falamos. Pense em sua pergunta.”

E assim o negro sumiu.

Aijou ficou irrequieto, andava em volta do corpo, à febre e o mal estar que ele sentia quando estava em seu corpo não permitia que ele ficasse tempo suficiente para se comunicar com os pais ou com Pedro, para desdobrar para procurar Professor Platão e os amigos teria que entrar em seu corpo e dormir.

Num estalo veio uma reflexão:

“Por que dormir para desdobrar se eu já estou livre, fora do corpo material? E por quanto tempo ficarei aqui? Então por que não aproveitar?”

Num esforço da mente, Aijou começa pensar e pensar em Chikyuu e em seus jardins e numa fração de segundo ele estava lá, não da maneira que ele costumar viajar em mente, mas de uma maneira súbita como se tivesse sido remessado por algo. Agora que estava na grande biblioteca ele apenas queria saber onde estariam os humanos terrestres, metalizava tudo o que ele sabia do final dos humanos terrestre na antiga Terra, mas nenhuma informação levava ao paradeiro deles, até que ele vê passando por ali um Uma-Ushi desdobrado acompanhado de um Tenshi. Aijou achava tão estranho como a presença de um ser tão elegante e belo como um Tenshi contrastava com a figura desengonçada e engraçada de um Uma-Ushi. Nesta mesma hora ele se encontra numa sala nova e apenas para passar o tempo acessa as informações que para a sua surpresa mostrava o ânima do humano se moldando no ânima de um Uma-Ushi.

Uma-Ushi e humanos terrestres são os mesmos seres com matéria diferente, a cabeça de Aijou parecia que ia explodir como era possível um ânima se moldar em matérias tão diferente.

Vendo os relatos Aijou aprendeu que nos anos que os terrestres de baixa densidade de ânima tiveram de viagem espacial no corpo astral eles foram se moldando para viver ao corpo dos Uma-Ushi, foi um processo lento. Quando chegaram ao planeta de alta gravidade eles já podiam encarnar no ventre dos Uma-Ushi. Um processo a principio difícil, mas em poucos anos foram se acostumando, a bagagem vivida na Terra estava ali no subconsciente de novos moradores do planeta verde. A dádiva do esquecimento do que eles foram foi uma grande benção, mas o conhecimento impregnado no ânima estava ali, pronto para ser despertado e usado para o auxilio dos Uma-Ushi.

O Planeta Verde, Uchi, tinha uma gravidade maior que o Azul e segundo os registros encontrados ali na grande biblioteca astral, bípedes não suportariam a força exercita sobre os corpos. Uchi devido a sua gravidade era envolto por uma nevoa úmida, é como se a atmosfera fosse achatada, era tão pequena que as nuvens se formavam próximo a superfície do planeta, rios não existiam, as plantas eram parecidas com gramíneas e as arvores com grossos troncos, mas baixas. Os animais pareciam amebas gigantes e alguns lembravam centopéias do Azul, parecia que eram poucos animais que eram mamíferos ou algo parecido. Havia oceanos, mas eram cobertos com nuvens mais escuras. Animais voadores eram inexistente.

Os Uma-Ushi tinha como tabu mostrar o pescoço, por isso a única parte coberta era essa, segundo os registros que Aijou encontrou, os seus ossos eram cartilaginosos e muito porosos, os olhos grandes e com grandes pupilas eram devido à eterna nevoa do planeta, narinas com uma espécie de filtro cartilaginoso dava a impressão de bovídeo neles, as pata eram achatadas como os elefantes terrestre, a fêmea paria de um a dois filhotes por vez assim como as mulheres do Azul, eles tinha culturas próprias dependendo da região que habitavam. As diferenças de coloração do pêlo era pouco importante, mas o porte e quantidade de pêlos corpóreos era um fator racial importante. Apesar de um povo pacifico era comum o combate entre clãs de uma mesma região. Uchi mesmo no equador tinha temperaturas consideradas temperadas para os padrões nezumi, mas a umidade do ar era maior que numa floresta tropical. Grandes cadeias de montanhas era inexistente, o que havia eram pequenos planaltos e depressões extensas. Construções de pedra e madeira era comum nas concentrações populacionais, geralmente usando formações rochosas comuns no planeta como apoio a construção, eram térreos ou subterrâneos, nos registros mostravam e nomeavam com nomes impossíveis de se pronunciar as poucas construções com mais um andar. A linguagem era uma mistura de bater de cascos no chão, mexer de orelhas e uma fala oral pouco desenvolvida. Os registro escritos lembravam muito as anotações de povos terráqueos a muito extintos como os fenícios ou egípcios, ou uma mistura das duas linguagens escritas. Alguns clãs eram tão grandes que tentavam dominar outros por isso ocorria muitas guerras no planeta. O infanticídio era algo empregado rotineiramente, pois a fêmea estaria apto a cruzar nova, o infanticídio era empregado nas guerras entre os clãs. Apenas alguns séculos que os Uma-Ushi começaram a usar dinheiro para fazer os negócios. Apesar de vegetarianos, cultivavam plantas “nômades”, ou seja, plantas que tinham que ir sendo plantadas em direções diferentes durante o ano. Criavam diversas espécie de animais que lembravam lagartas e outras pareciam águas vivas que se rastejavam pelo planeta, desses animais ele extraiam um tipo de resina que complementavam a sua alimentação. Também criavam um tipo de animal parecido com a centopéia que era extraído uma substancia com propriedades alcoólicas que era muito apreciada pela a maioria dos povos do planeta. Água não fazia parte da dieta, pois como a umidade relativa do ar era muito alta, praticamente todas as formas de vida conseguiam absorve-la pela pele

Aijou estuda tudo e nasce uma idéia...